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Never Obey Again - "Trust" Review

O coletivo italiano apresenta-nos o seu segundo álbum com uma sonoridade que mistura a agressividade do death metal com o groove do nu metal. A utilização da electrónica constitui a base do som de Trust, com as guitarras e bateria bastante pesadas, e ocasionais solos de guitarra a “cortar” pela parede de som [atente-se em “G.O.D. (Given or Denied)”].
A voz de Carolina Bertelegni sente-se logo desde o primeiro tema, “Animal By Choice”, e a extensão do seu registo dá ainda mais cartas, passo a expressão, no tema seguinte, “G.O.D. (Given or Denied)”. O timbre da sua voz no terceiro tema faz lembrar o de Emily Armstrong dos Linkin Park/Dead Sara; é também neste tema que sobressai a guitarra solo no final. “Give me a Fucking Break”, o tema seguinte segue esta alternância entre voz limpa e ríspida, muito na veia dos Jinjer (o próprio groove da banda lembra o dos ucranianos, mas sem as mudanças de dinâmica que os tornam únicos).
Há uma surpresa a meio do disco, o interlúdio Lost… que lembra os Black Comedy, dada a sua sonoridade mais industrial. Infelizmente, o tema que se lhe segue, “Control” é demasiado parecido com os que o precederam este interlúdio. 
Em termos musicais, Trust é um álbum que segue uma linha muito agressiva e sempre com um grande enfoque na voz de Carolina Bertelegni, com o resto da banda a acompanhar a sua entrega vocal como uma secção rítmica. Recorda muito a sonoridade de bandas do chamado death metal melódico ou metal moderno com uma vocalista feminina: Jinjer, Kassogtha, Once Human, Spirit Box ou Infected Rain.
O enfoque na electrónica, especialmente em “Control” ou “Waterfall”, ajudam a quebrar a rotina dos temas; mas infelizmente, o disco em si não varia muito em termos da estrutura e sonoridade dos temas, apesar de ter no centro uma excelente vocalista. Trata-se de um disco que poderá dar ajudar os Never Obey Again a dar o passo seguinte na sua carreira (é apenas o seu segundo) mas não é inovador o suficiente para se destacar dos demais do género, acima nomeados. Os temas que mais sobressaem aqui são “Under My Skin, Before Your Eyes”, a balada “I Wish” e o tema quase pop que encerra o disco, “Trust”.

Nota: 5/10

Review por Raúl Avelar