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Fleshgod Apocalypse - "Opera" Review

Opera é o disco que me cativou para ouvir os Fleshgod Apocalypse, nomeadamente por virtude do incrível single “Bloodclock”, que se destaca pela sua melodia, mudança de compasso, e o diálogo entre os vocalistas Francesco Paoli e Veronica Bordacchini. Os outros dois singles com direito a vídeo, “I Can Never Die” e “Pendulum” destacam-se pela agressividade, entrega ao nível da voz de Francesco Paoli que, neste último tema quase que se entrega ao desespero da letra.
As orquestrações de Francesco Perrini são a pedra de toque deste registo no seu todo, dado que complementam na perfeição a agressividade dos temas. Também não são de desprezar as suas contribuições no piano em certas passagens instrumentais como sucede em “Pendulum”, após o solo de guitarra de Fabio Bartoletti.
O álbum fala da experiência do seu principal compositor e letrista Francesco Paoli que sobreviveu a uma queda enquanto praticava montanhismo, e o desespero na sua voz é patente. Outro aspecto a destacar em termos de background acerca deste álbum é que, pela primeira vez desde o segundo álbum do grupo, Paoli não toca bateria, estando encarregue da voz, baixo, guitarra; a bateria fica a cargo de Eugene Ryabchenko que nos traz uma excelente performance ao longo do disco. E ainda, este é o primeiro álbum da banda a não contar com o baixista e co-vocalista Paolo Rossi, estando Veronica Bordacchini encarregue de todas as vozes a par de Paoli, o que torna as músicas mais dinâmicas, chegando a lembrar, em determinados momentos, a voz e entrega de Tarja Turunen (ex-Nightwish).
“Matricide 8.21” é o tema mais épico do disco, começando com uma intro operática de Veronica, seguido de um solo cortante de Fabio Bartoletti. Aqui a mestria das guitarras é extraordinária, assim como os apontamentos de orquestra que complementam certas partes do tema. Mais à frente em “Till Death Do Us Part”, temas uma introdução com um riff de guitarra épico, com a voz feminina acompanhada pelo piano. O tema-título que encerra o disco é apenas tocado ao piano e é uma forma incrível de fechar um disco tão cheio de agressividade, como de dramatismo (no bom sentido).

Ao sexto disco de originais, os Fleshgod Apocalypse entregam um disco cativante de death metal orquestral, que se aproxima daquilo que os, na minha opinião, mestres do género Septicflesh fazem nos seus melhores registos. Recomendo que se ouça este disco como um disco conceptual, do princípio ao fim, absorvendo cada nuance que a banda apresenta ao ouvinte. Estamos, na minha opinião perante um dos melhores lançamentos metal de 2024.

Nota: 8/10

Review por Raúl Avelar