Poucas bandas no metal extremo abraçaram a evolução como os Nightfall. Como um dos atos pioneiros do metal grego, a sua carreira tem sido marcada por uma mistura destemida de escuridão, melodia e emoção crua. Desde os seus primeiros dias, os Nightfall nunca tiveram medo de ultrapassar limites, tanto musical como tematicamente. Nesta entrevista exclusiva, exploramos as batalhas pessoais do vocalista Efthimis Karadimas, a sua luta contra a depressão clínica e como transformou a adversidade em combustível artístico com o novo álbum "Children of Eve". Com uma nova formação, uma energia imparável e uma paixão pela música que transcende géneros, os Nightfall estão mais fortes do que nunca. Lê aqui a entrevista que levanta o véu sobre uma das forças mais duradouras do metal grego.
M.I. - Parabéns pelo novo álbum! Tenho-o ouvido sem parar, pois é incrível! Descreveste "Children of Eve" como a tua obra mais sombria e épica até agora. O que o diferencia dos lançamentos anteriores?
Obrigado! Estamos muito entusiasmados com este álbum. O que faz "Children of Eve" destacar-se é a sua energia. Estas faixas foram feitas para serem tocadas ao vivo. No passado, os Nightfall eram basicamente uma banda de estúdio, mas agora decidimos voltar à estrada para levar a nossa música a todo o lado. E para isso precisávamos de material novo, épico, sombrio e verdadeiramente selvagem para mostrar toda a presença em palco dos Nightfall. Este álbum dá-nos essa oportunidade.
M.I. - O título "Children of Eve" sugere temas sobre as origens da humanidade e talvez os seus fardos. O que representa no contexto do álbum?
O álbum explora o crescimento da teocracia pelo mundo. Mesmo em 2025, a humanidade ainda luta contra doutrinas ultrapassadas que já não deviam ter poder. A religião organizada continua a interferir nas nossas vidas, ditando o que podemos e não podemos fazer. O assunto do aborto por exemplo, ainda estamos a debater o direito de uma mulher decidir sobre o próprio corpo, e isso deve-se amplamente à influência religiosa. Radicais religiosos estão a alimentar guerras, ataques terroristas e conflitos que deveriam pertencer ao passado, mas persistem até hoje. "Children of Eve" é um apelo à união. No final de contas, somos todos humanos, nascidos da natureza, e devemos unir-nos contra estas forças radicais, independentemente de onde venham.
M.I. – Referes a religião, mas algumas pessoas opõem-se ao aborto não necessariamente por causa da fé, mas por controlo político. Por exemplo, a postura de Trump parece mais sobre poder do que sobre crença religiosa.
Isso é verdade, mas até políticos como o Trump justificam frequentemente as suas ações com retórica religiosa. Baseiam-se em pressupostos religiosos, como a ideia de que o aborto é matar uma alma por nascer, para manipular a fé das pessoas para ganho político. O Trump e a sua administração têm vindo a pressionar para terem uma sociedade governada pelos "valores e ética cristãos", o que levanta sérias preocupações. O aborto é apenas um exemplo, mas este movimento mais amplo está a tornar-se mais agressivo, e nós não gostamos disso.
M.I. - Concordo. Deixando de lado a política, abordas as tuas letras como reflexões pessoais ou pretendes desafiar a perspetiva do ouvinte?
Ambos. Muitas das nossas letras vêm de experiências pessoais ou de histórias que me chamam a atenção. Costumo escrever sobre conceitos que vivi, transformando-os em ideias poéticas ou líricas que, eventualmente, se tornam um álbum. No entanto, quando a música é lançada, já não me pertence somente a mim, mas sim ao ouvinte. Cada um é livre de o interpretar à sua maneira. Em “Children of Eve”, quisemos adotar uma perspetiva mais coletiva, refletindo sobre questões sociais mais vastas. Um tema-chave é a depressão, que também abordamos em “At Night We Prey”. A saúde mental é uma questão importante e não queremos deixá-la de lado nas nossas discussões. Na verdade, os dez títulos das faixas do álbum, se os leres por ordem, obterás algo como: “Odeio o canibal que espreita dentro da minha cabeça, à procura de vingança pelos expulsos”, e assim por diante. Conta a história de uma pessoa que está farta, alguém que se recusa a ser um peão de instituições que exploram crenças e fé pessoais. Quero deixar claro: não tenho problemas com a fé pessoal ou com a religião em si. Todos devem acreditar no que escolhem, e eu respeito isso. O problema surge quando instituições organizadas, como a igreja, ditam a forma como devemos viver as nossas vidas pessoais. Estas organizações afirmam frequentemente agir em benefício das nossas almas, mas, na realidade, servem os seus próprios interesses, sejam eles políticos, financeiros ou outros. Acabamos por sacrificar os melhores anos das nossas vidas em lutas inúteis, e não teremos esses anos de volta. É tempo de apreciar a vida tal como ela é.
M.I. - Podes falar um pouco sobre a dinâmica dentro da banda e como é que esta foi mudando ao longo do tempo?
Absolutamente! A dinâmica evoluiu realmente à medida que passamos pelo crescimento pessoal e enfrentamos muitos desafios, tanto individualmente como em conjunto. No início, estávamos todos focados em fazer apenas música que soasse bem, mas, à medida que amadurecemos, também tivemos de enfrentar dificuldades pessoais, especialmente no que diz respeito à saúde mental. Acho que todos nós tivemos de lidar com o lado mais sombrio das coisas - stress, ansiedade, depressão - e isso é definitivamente evidente na música. Mas tem sido uma parte importante do nosso percurso.
M.I. - Como é a química entre os membros da banda atualmente?
Na verdade, testámo-nos durante a nossa digressão pelo Brasil em maio passado, onde tocámos em alguns grandes festivais. Foi uma experiência incrível. A parte mais desafiante de estar na estrada não é o tempo em palco, são as 22 horas que se passa fora do palco, nos bastidores, a viajar e apenas a estar perto uns dos outros. Se não te dás bem com os teus companheiros de banda, é um problema. Mas estou numa posição realmente privilegiada para dizer que esta formação é absolutamente incrível. Amamo-nos como uma família, e isso é muito importante.
M.I. - E esta é a primeira vez que têm uma baixista feminina na banda. Como é que ela entrou e o que traz para o grupo?
Aconteceu através de um amigo comum. Estávamos à procura de um baixista para atuações ao vivo porque eu costumava tocar baixo, mas prefiro ter total liberdade em palco para incorporar a personagem que interpreto. Através desse amigo, encontramos a Vasiliki. Falámos sobre o que ela poderia trazer para a banda e se estava comprometida com a nossa visão, ela disse que sim, e eu acreditei nela. Estou incrivelmente feliz por tê-la na banda, porque ela é uma grande artista. Os Nightfall não têm a ver com ser uma banda masculina ou feminina, somos apenas seres humanos, artistas apaixonados, e queremos partilhar o que criamos com pessoas que realmente se identificam connosco.
M.I. - Isso é realmente interessante. Referiste dificuldades pessoais. Como achas que a sua saúde mental influenciou a direção da música?
Teve uma influência enorme. Diria que é o cerne de muitos dos nossos trabalhos mais recentes. A banda sempre foi uma forma de terapia para mim. Consegui expressar coisas que não conseguiria por palavras ou em conversas normais. Por vezes, senti que a música era a única saída que dava sentido a tudo o que acontecia dentro de mim. E acho que os outros membros sentem o mesmo. Há muita catarse na música, seja sobre isolamento, questionar tudo ou apenas lidar com as coisas pesadas da vida.
M.I. - É fascinante como consegues canalizar tudo isto para a tua arte. Com todas estas mudanças pessoais, achas que o som da banda evoluiu juntamente contigo?
Definitivamente. Acho que o som amadureceu tal como nós. No início, o nosso foco era mais na energia e na parte técnica, mas agora estamos a explorar mais profundidade e camadas. Os temas são mais sombrios, e penso que isso vem das nossas experiências. Há muita mais introspeção no que estamos a fazer agora, é um reflexo de onde estamos mental e emocionalmente. Acho que quanto mais crescemos, mais conseguimos criar algo autêntico. As pessoas sentem isso. Recebemos muitas mensagens de fãs a dizer que a nossa música os ajudou em momentos difíceis, o que é incrível. É gratificante saber que, embora estejamos a lidar com as nossas próprias dificuldades, há pessoas que sentem que não estão sozinhas por causa da nossa música.
M.I. - A produção deste álbum parece enorme. Trabalharam com o Fotis, o Thimios e o Jacob Hansen... como é que as suas contribuições moldaram o som final?
Quando começámos a trabalhar neste álbum, falei com várias pessoas sobre quem seria o melhor produtor para o misturar. Alguém mencionou o Jacob Hansen e, embora eu já conhecesse o seu trabalho, esta era a oportunidade perfeita para realmente o conhecer melhor. Reparei que ele tem jeito para fazer brilhar grandes refrões com um som forte e claro. Era mesmo disto que precisávamos. Quando comecei a compor, tinha em mente que o álbum deveria apresentar refrões muito grandes e épicos, combinados com riffs agressivos que os antecedessem. Sabendo que o Jacob Hansen conseguia fazer com que os refrões se destacassem, inclinamo-nos para aquele elemento épico, algo que não explorávamos desde os anos 90, talvez desde "Athenian Echoes". Trabalhar com o Hansen foi como refrescar a memória com novas ferramentas, e o resultado é incrível. Combina na perfeição elementos épicos e agressivos, que é a essência central de “Children of Eve”.
M.I. - Qual foi o maior desafio para dar vida a “Children of Eve”?
O maior desafio foi como compor as músicas. Como banda de estúdio, costumávamos confiar muito em melodias de guitarra multicamadas, criando um som amplo com vários elementos empilhados uns sobre os outros. No entanto, desta vez, as nossas composições são mais diretas, que prendem o ouvinte desde o primeiro segundo e que mantêm a sua atenção até ao fim. Esta abordagem torna a música contundente, melódica e épica ao mesmo tempo. O desafio era deixar bem claro o que pretendíamos em cada música, para evitar sobrecarregar o ouvinte com demasiadas melodias de uma só vez. Deixámos o Jacob Hansen trabalhar com o espaço entre os instrumentos, garantindo que tudo soava poderoso, mas não desordenado.
M.I. - Descreveste o álbum como uma exploração de como suportamos a dor, vivemos com a dor e morremos com dor. Como é que este tema se relaciona tanto com a música como com as letras?
Gira em torno do conceito de dor e do medo da dor ao longo da nossa vida. O suposto Deus cristão condenou Eva e os seus descendentes a sofrerem um parto doloroso como castigo pela sua rebelião. Por causa das suas ações, os filhos de Eva - nós - devemos sofrer. Nós, porém, abraçámos o espírito rebelde de Eva. Rejeitamos a noção de uma autoridade divina implacável a governar as nossas vidas. Queremos fazer as nossas próprias escolhas e ser livres. Este é o tema central por detrás de “Children of Eve”.
M.I. – “The Traitors of Anatha” homenageia Judas Iscariotes. O que inspirou esta música?
Na verdade, não homenageia Judas Iscariotes, é uma analogia irónica sobre como o mundo funciona. A igreja organizada, por exemplo, é uma instituição incrivelmente rica, mas prega contra a riqueza, a felicidade e a liberdade pessoal. Fala sobre guerras espirituais enquanto age como uma entidade corporativa, acumulando poder e recursos. Desta forma, a música critica esta hipocrisia.
M.I. - Referiste que “Spiritual Healing” dos Death teve uma forte influência em ti. De que forma é que “Children of Eve” dá continuidade a este tipo de metal socialmente consciente?
Lembro-me da primeira vez que ouvi “Spiritual Healing”, as letras do Chuck Schuldiner destacaram-se porque eram claras e socialmente conscientes. Foi um dos primeiros álbuns de death metal a dar um passo mais além e a discutir abertamente questões do mundo real. Da mesma forma, “Children of Eve” segue este padrão. Falamos sobre questões sociais, sobre os erros nas nossas sociedades e sobre forças externas, sejam religiosas ou políticas, que manipulam as pessoas para seu próprio benefício. Nesse sentido, vejo muitos paralelismos entre o que estamos a fazer e o que “Spiritual Healing” fez naquela altura.
M.I. - Tendo lançado 11 álbuns, o que faz com que os Nightfall continuem a seguir em frente depois de todos estes anos? Ainda sentes o mesmo fogo de quando começaste?
Na verdade, o fogo arde ainda mais forte agora. Não temos andado muito em tournée, por isso estamos ansiosos por tocar ao vivo. Algumas bandas que fazem digressões extensas há anos cansam-se disso, mas para nós é uma experiência nova. Estamos cheios de energia e prontos para começar. Além disso, os Nightfall e muitas outras bandas dos anos 90 ainda carregam o espírito underground. A música é a nossa forma de respirar, comunicar e relacionar com as pessoas. É a melhor razão para estar vivo e acho que nunca vou perder essa motivação.
M.I. – Dirias que, há alguns anos, eras um tipo calado que guardava as coisas para si? Achas que isso contribuiu para a tua depressão?
Não, não teve nada a ver com isso. Não estamos a falar apenas de me sentir deprimido ou de ter um mau dia. Eu tinha uma depressão clínica, algo que exigia medicação e tratamento. Parecia haver alguns equívocos, especialmente durante a pandemia, muitos músicos naquela altura diziam: "É, sentimo-nos deprimidos porque não podemos tocar ao vivo", mas isso não é bem depressão, percebes? Isso é apenas sentir-se triste. Estamos a falar de algo muito mais profundo, algo real. E, na verdade, eu não era nada calado naquela altura, muito pelo contrário. Estava muito zangado e gritava constantemente, tinha mudanças extremas de humor, mas arranjava sempre desculpas, dizendo que era apenas um dia mau ou que alguém me estava a causar problemas.
M.I. - Deve ter sido necessário muito esforço para reconhecer o que realmente estava a acontecer e procurar ajuda.
Sim, demorei anos a passar pelo processo e finalmente procurar ajuda médica. Mas esse foi o ponto de viragem.
M.I. - É incrível que tenhas conseguido seguir em frente e sair mais forte. A máscara negra que agora usas simboliza viver sob o véu da doença mental. Podes dizer como surgiu este simbolismo e por que razão decidiste usá-lo?
O rosto é a tela da nossa expressão. É a primeira coisa que se vê quando se conhece alguém: os olhos, o nariz, a boca, as expressões. Quando há uma luta mental, como a depressão, nem sempre a reconheces imediatamente porque está escondida atrás dos sentimentos humanos. É daí que vem o equívoco. As pessoas podem pensar: “Ah, esta é uma pessoa tóxica”, sem compreender a batalha que acontece dentro dela. Uso uma meia máscara facial para simbolizar esta dualidade, como uma pessoa que está a travar esta batalha. É como ser bipolar, é como tornar-se uma presa de si mesmo por dentro. É doloroso, mas a realidade é que, quando se interage com outras pessoas, elas só veem um rosto: um rosto feliz, um rosto triste, um rosto faminto, um rosto frio. A máscara é uma forma de fazer com que as pessoas pensem duas vezes sobre as pessoas com quem estão a interagir, para reconhecer que pode haver algo que não veem por detrás da superfície. Não se trata de pedir simpatia ou segundas oportunidades, não somos inferiores a ninguém. Somos todos iguais. É apenas para lembrar as pessoas de que há mais coisas a acontecer do que aquilo que aparenta.
M.I. - Essa é uma afirmação poderosa. E tens razão, todos nós usamos máscaras de uma forma ou de outra. Mas há uma diferença entre o que estás a descrever e a máscara que alguém pode usar para esconder a tristeza ou outras emoções, certo?
Sim, exatamente. Para alguns, usar máscara é opcional, como quando se força um sorriso quando se está a sentir mal. Mas para alguém que sofre de depressão, isso não é opcional. A dor está lá e muda sem nos apercebermos. É por isso que uso a oposição entre o meu rosto real e a máscara. É uma forma de mostrar que não tenho controlo sobre isso. Estou a lutar contra isso, mas não é algo que possa controlar.
M.I. - Também iniciaste a iniciativa “Metal Music Against Depression”. O que esperas alcançar com isso?
Espero consciencializar para o quão prejudicial é estigmatizar as pessoas que enfrentam problemas de saúde mental. Quero criar uma comunidade onde qualquer pessoa que tenha uma história pessoal possa partilhá-la, seja na sua língua nativa ou em inglês, quero criar um espaço para que as pessoas se sintam apoiadas. Queremos inspirar aqueles que estão a lidar com dificuldades semelhantes e mostrar que não estão sozinhos.
M.I. - Parece uma iniciativa incrível. Agora, com o novo álbum lançado, podemos esperar ver os Nightfall na estrada em breve?
Sim, é esse o plano! Estamos muito entusiasmados por lançar este álbum e tocá-lo ao vivo em todo o lado. Esperamos fazer uma longa digressão, partilhar a música e relacionarmo-nos com pessoas que apoiaram o álbum. Este é o nosso momento e estamos prontos para o levar para a estrada.
M.I. - Isso é incrível! Tocaram em Portugal há alguns anos. Algum plano para voltar?
Tocámos em Portugal há muitos anos, nos anos 90. Talvez estivesse um pouco distraído na altura, a lidar com algumas lutas pessoais que ainda não compreendia muito bem, mas é uma memória que guardo com carinho. Estávamos ativos nessa altura, mas tive de me afastar por um tempo devido a motivos pessoais. Agora, as coisas mudaram. Perdi os meus pais e percebi que a vida é curta. Estou novamente de pé, pronto para seguir em frente e atuar. Esperamos mesmo voltar a Portugal em breve!
M.I. - Acho que os vossos fãs portugueses adorariam vê-los de volta. Com quem gostarias de fazer uma digressão?
Acho que os Moonspell seriam uma escolha incrível para nós. Partilhamos a mesma era, a mesma formação cultural e têm uma grande reputação como banda ao vivo. Seria incrível fazer uma digressão com eles. É sempre ótimo estar ao lado de bandas que já o fazem há tanto tempo e o fazem bem.
M.I. - Seria incrível! Então, para além da digressão, o que vem aí para os Nightfall?
A digressão é definitivamente o nosso foco principal neste momento. Queremos trazer algo especial para o palco, acrescentando mais elementos teatrais para criar uma experiência holística para os nossos fãs. Investimos muito no nosso equipamento e som para garantir que cada concerto é de alta qualidade, independentemente do local. Estamos a trabalhar arduamente para fazer dos nossos concertos ao vivo algo que as pessoas se vão lembrar.
M.I. - Foi ótimo falar contigo. Antes de terminarmos, tens alguma mensagem para os teus fãs portugueses?
Sim, estamos ansiosos por conhecer-vos a todos! Mal podemos esperar para levar estas músicas para o palco. Divertimo-nos muito no Brasil em maio passado e agora mal podemos esperar para regressar a Portugal. Até breve!
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Entrevista por Sónia Fonseca