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Wintersun - "Time II" Review

O muito esperado Time II dos Wintersun saiu este dia 30 de Agosto e trata-se de um álbum que, ainda que bombástico e bem orquestrado, mantém muito daquilo que seria de esperar da banda que nos deu The Forest Seasons (o primeiro álbum que ouvi desta banda).
O tema “Fields of Snow”, que abre o disco, é um instrumental de influência oriental, que demonstra uma versatilidade em termos de instrumentação e orquestração que se pode ouvir em álbuns como “Dark Passion Play” dos conterrâneos Nightwish, o clássico “Dark Side of the Moon” dos Pink Floyd ou em composições dos suecos Therion. É uma excelente introdução para aquilo que se irá seguir.
Em “The Way of Fire” destaca-se a versatilidade da voz de Jari Maenpaa, mantendo-se a influência da sonoridade oriental do tema anterior, algo que se irá ouvir ao longo do álbum como um fio condutor conceptual melódico. Os solos de guitarra são bem conseguidos e o acompanhamento por guitarra acústica dos mesmos dão uma versatilidade incrível ao tema. A letra é melancólica, algo que esperava, dado aquilo que havia ouvido em The Forest Seasons.
O terceiro tema,“One With the Shadows” é melancólico, mas mantém muita da atmosfera do tema precedente, se bem que mais lento e introspectivo em termos de letra e atmosfera. O solo na recta final do tema é incrível, o que demonstra a qualidade e virtuosismo dos guitarristas, Teemu Mantysaari e Jari Maenpaa.
“Ominous Cloud” é outro instrumental guiado por um solo de guitarra de inspiração clara de David Gilmour, que segue de forma fluída para “Storm” que começa com guitarra acústica e piano, sendo um dos poucos sítios onde se consegue ouvir com clareza o baixo de Jukka Koskinen.
E “Storm” é um tema épico, talvez o mais de todo o álbum, com um longo e bem conseguido solo de guitarra, acompanhada pela bateria, com apontamentos interessantes no pedal duplo. O final é bastante imersivo, retomando alguns dos apontamentos de música oriental de “Fields of Snow”.
Esta sonoridade oriental compõe o centro melódico de “Silver Leaves”, o maior tema do disco e que o encerra. Aos 2:47 entra um solo de guitarra que segue a melodia oriental de uma forma épica, antes de entrar a voz acompanhada de guitarra acústica. Pela sua atmosfera, lembra-me “Golden Shell” dos Ignea, um tema também de forte influência oriental e de compasso semelhante. A letra é melancólica como ao longo do álbum, se bem que sobressaiu para mim o verso: “If only I could understand my dreams”.
Há um claro fio condutor sonoro entre os temas deste álbum, como seria de esperar de um álbum conceptual, o que faz de Time II uma viagem que vale a pena ser vivida. No entanto, falta-lhe alguma da diversidade de The Forest Seasons, em termos de distinção entre os temas, o que poderia tornar Time II num álbum extraordinário. A energia na bateria de Kai Hato é incrível, mas o destaque vai para as orquestrações, as texturas de teclado e as guitarras de Teemu e Jari (logo em “The Way of Fire”). 

Nota: 8/10
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Review por Raúl Avelar