Os Toxikull são uma banda claramente inspirada por baluartes do metal clássico como Judas Priest e Iron Maiden, com uma imagem mais ligada às bandas glam dos anos oitenta, como os Deff Lepard. A música em Under the Southern Light, o seu terceiro álbum de originais é de uma sonoridade nostálgica, mas com um pé no metal moderno.
O tema de abertura, “Night Shadows” é velocidade pura e intensidade, e o tema seguinte, “Around the World”, com um solo incrível de guitarra, demonstram as capacidades dos guitarristas. Ambos têm andamentos diferentes, mas a força das vozes e da distorção das guitarras são a assinatura deste lançamento em termos sonoros.
O tema que dá o título ao disco soa como um hino, catchy e com breves apontamentos de guitarra, demonstrando a potência da voz de Lex Thunder, terminando com guitarras acústicas, lembrando o power metal de origem alemã.
“Battle Dogs” começa em tom de marcha, a condizer com a temática da letra, com uma bateria segura de Tommy 666, e com um refrão para ser cantado com o público, terminando com o som de soldados a marchar e a melodia assobiada, o que é adequado.
“Ritual Blade” continua com a potência dos temas anteriores, mas demonstra um dos pontos fracos do álbum: a falta de dinâmicas e variação entre os temas. Existe uma coesão ao nível musical, sim, mas falta-lhe momentos para respirar, como o instrumental “The Ghost of a Dream”, um breve interlúdio. Aqui as guitarras acústicas e piano dão ao ouvinte um momento de descanso num álbum que está sempre com o pé no acelerador, passo a expressão.
Passado este momento de descanso momentâneo, os Toxikull trazem-nos o potencial hino a ser entoado pelos fãs em concerto: “Knights of Leather”. Os apontamentos de pandeireta são interessantes e pertinentes no refrão onde a letra é entoada na perfeição pelo vocalista. A bridge do tema é um dos pontos altos do disco, onde a música parece dissolver-se num mar de vozes, teclados, antes de seguir para um incrível solo de guitarra e a bateria a acompanhar com precisão.
“Going Back Home” é reminiscente do metal dos anos 80, e traz-nos a letra mais introspectiva do álbum. Aqui o baixo de The Viking tem merecido destaque na bridge, antes de voltarmos ao refrão.
Os Toxikull encontram-se numa trajectória ascendente em termos de carreira, com tours no estrangeiro e abrindo para lendas como os Kreator aqui em Portugal. Under the Southern Light não possui um single com a força como “Metal Defender”, mas ajuda a cimentar o seu estatuto como uma das bandas portuguesas de metal de topo. O mais próximo de um hino a ser cantado pela audiência ao vivo será “Knights of Leather”, o tema que melhor se destaca no álbum. Trata-se igualmente, do álbum de despedida do seu baixista e co-vocalista Antim “The Viking”, e é uma despedida em grande, sendo que as vozes são dos pontos altos do disco. Trata-se de um álbum para ouvir de uma ponta à outra sem interrupções, para melhor se desfrutar das suas qualidades.
Nota: 7/10
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Review por Raúl Avelar
