Regresso a Portugal dos Stick To Your Guns (STYG) para um concerto punk/hardcore onde constavam ainda três outras bandas. Talvez demasiadas para grande parte do público que não assistiu à atuação dos No Cure. Felizmente são também muitos aqueles que gostam de aproveitar os eventos desde o seu primeiro minuto.
Foi por essa mesma razão que os No Cure tinham uma significativa e enérgica audiência à sua espera. A banda norte americana de metalcore deu um bom concerto e incendiou mesmo a sala. Desde cedo se abriu o pit para que todos se pudessem expressar como entendessem e nem os problemas que surgiram quando o vocalista Blaythe desligou inadvertidamente o seu microfone pareceram perturbar a atuação do quinteto.
Os Elwood Stray estiveram uns furos acima, na nossa opinião. A sala mais composta e um frontman que sabia quando puxar pelo público foram aspetos importantes na atuação da banda germânica. O mais recente single, “Evolve”, deu início a meia hora de concerto que ficou na retina. O contraste entre vozes guturais e limpas parece ser a receita para o sucesso dos Elwood Stray, que praticam um pós-hardcore e são oriundos de Essen. Foi feito um apelo aos crowdsurfers antes de “Free Falling” e durante o tema o vocalista foi fazendo a sua contabilidade. O público estava com a banda alemã, apesar de se tratar da sua estreia e quando lhes foi pedido que se sentassem no chão, antes do último tema, praticamente toda a sala acedeu, para uma despedida em grande.
Seguiram-se os Bodysnatcher com o seu deathcore. Uma introdução antes do primeiro tema -receita repetida em muitos outros- e o quarteto descarregou a sua sonoridade numa sala que se encontrava muito bem composta por esta altura. Os hits “infested”, “Take Me To Hell” e “Murder8” não podiam ficar de fora do alinhamento para esta noite numa também boa atuação da banda americana. O circle pit esteve sempre em movimento e parecia não sobrar energia para a principal banda da noite. Puro engano.
Quando chegámos às 22h00 e as luzes se apagaram, tivemos a oportunidade de ouvir o icónico “Take On Me” dos A-HA. Era o prenuncio para o que aí vinha. O concerto de mais uma banda acarinhada pelo público português, o que é fácil de identificar, ao vermos como cantam os seus temas. Sala praticamente cheia, o que é de salientar para uma banda que nos visita amiúde. Keep Planting Flowers é o nome do novo álbum e também o mote para esta digressão dos STYG que os trouxe novamente a Portugal, um país que lhes está no coração, segundo nos disse Jesse Barnett. Quase uma hora de atuação que teve início com “Against Them All” e terminou com “Nobody”. Pelo meio tivemos malhas como “What Choice Did You Give Us?” e “We Still Believe”. Encore? Não houve. Esta é uma banda que não se presta a cinismos. Deram tudo em palco e em troca receberam o reconhecimento de toda a audiência. Pequenas pausas para nos dizerem que quer seja Lisboa, ou Califórnia, existem dificuldades quando se necessita de trabalhar e não se está a fazer turismo. Pouco mais que isso, pois o espetáculo tinha de continuar e todos queriam escutar o punk/hardcore da banda americana.
Reportagem por António Rodrigues
Agradecimentos: Sonic Slam