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Entrevista aos Trivium


Os Trivium lideram a cena do metalcore há quase 30 anos, e a banda norte-americana continua a ultrapassar os seus limites e a alcançar o respetivo estrelato.
Durante o ano de 2025, o quarteto americano irá, uma vez mais, atuar em Portugal e o baterista, Alex Bent, partilhou algumas ideias do que têm em mente durante a “The Poisoned Ascendancy Tour”, bem como um pouco de reflexões de como os Trivium conquistaram o mundo a todo o motor.
Mais ousados, pesados e com um som mais maduro, os Trivium, ao lado de Mastodon, Lamb of God, Machine Head e muitas outras bandas de metal, são uma superforça a ser reconhecida, devido às suas únicas colaborações e atuações em palco que se tornam inesquecíveis.

M.I. - Olá! Como tens estado ultimamente?

Estou bem! Eu tenho me divertido muito durante esta tour. Na verdade, estou a sentir-me melhor, porque estive doente nos últimos dias. As coisas estão a começar a mudar e a melhorar.


M.I. - A última vez que estiveste na Europa foi com os Heaven Shall Burn. Podes contar-nos como foi a experiência em viajar por alguns países europeus?

Foi um ótimo momento. Aqueles tipos eram muito porreiros e foi incrível estar perto deles. Os fãs, especialmente na Alemanha, estavam loucos; foi uma altura louca, mas a tour foi, no geral, incrível. É claro que tivemos os nossos obstáculos no caminho; Paolo, o nosso baixista, teve um problema de hérnia logo no início da nossa tour. Tivemos que contactar o Josh, dos Malevolence (Reino Unido), para ocupar o seu lugar em alguns dos nossos concertos.
Algumas coisas surgiram, e foi um pouco louco, mas no geral a tour foi ótima. Eu não podia estar mais contente.


M.I. - A música “Implore the Darken Sky” surgiu como uma espécie de manifesto dessa experiência. Podemos esperar um novo álbum este ano?

Isso não posso revelar agora. Mas, sim, durante aquela tour nós criámos essa música. Nós apenas decidimos dar-lhe cobertura. Também estou contente que o material novo esteja a correr muito bem.


M.I. - Vocês vão estar bastante ocupados com a “The Poisoned Ascendancy Tour”, e Portugal está uma vez mais no vosso radar. Alguma boa recordação e lembrança do nosso país que queiras partilhar?

Sim! Tocar com Toy foi um momento fantástico que até falamos sobre isso hoje. Foi definitivamente uma pessoa que continuamos a recordar. 
Jamais esquecerei que ele apareceu num dos nossos concertos e era um tipo super simpático. Eu não conhecia nenhuma das suas músicas, mas ele basicamente cantarolou para mim para me colocar no ritmo da sua música. Então, acabámos por improvisar o que fizemos com ele no palco, e foi bom, e decidimos acabar por gravar aquela versão. Vimos todos os tipos de pessoas, desde fãs de metal com t-shirts dos Trivium, fãs que não eram de metal, e todos conheciam a música e começaram a cantá-la com toda a força. É uma memória que nunca irei esquecer.


M.I. - Devemos esperar também um outro álbum ao vivo com os Bullet of My Valentine e outros convidados que participarão nesta tour de 2025?

Para ser honesto contigo, não tenho 100% de certeza. Realmente não tenho a certeza, mas espero que sim, já que não é a primeira vez que fazemos um álbum ao vivo.


M.I. - Os Trivium lideram a cena do heavy metal com mais de 26 anos de experiência profissional. Olhando para trás, acreditarias que alcançarias o estrelato atual?

Sim e não. Basicamente, quando és jovem, tens um sonho. Acho que todos nós tínhamos essa mentalidade de que não íamos parar até que isso aconteça. Acho que acreditávamos que isso estava para acontecer, mas de uma forma humilde.
Não queríamos soar como arrogantes. Acabas por estar tão envolvido em colocar o teu trabalho duro e então tens aqueles momentos em que olhas para trás e pensas: “nós realmente percorremos um longo caminho”, e então isso torna-se surreal. Continuas, claro, a seguir em frente.
Quando és jovem, sentes-te invencível. Tens vontade de conquistar o mundo inteiro, atacas cegamente com toda a força. Então, chegas a um estado da tua vida em que refletes sobre o que já superaste e, humildemente, segue em frente. É um pouco ingénuo, porque recordo-me de quando era jovem, dizia às pessoas o que queria fazer da minha vida, e elas perguntavam-me qual era o meu plano alternativo. Eu não queria ter um plano alternativo, só queria fazer o que gostava de fazer.


M.I. - Em termos de sonoridade, como comparas a música dos Trivium de hoje com os discos Ember to Inferno (2003) e Ascendancy (2005)?

Eu acho que realmente amadureceu ou encerrou o círculo, especialmente se ouvires esses álbuns. Todos os álbuns têm o seu sabor especial, mas agora a banda está num ponto onde podemos ter perceção dessas coisas, encerrar novamente o círculo e analisar o que outrora já fomos.
Por exemplo, temos o Corey, Matt ou Paolo que começam a tocar a tocar um riff e depois entrar nesse tipo de registo como fizemos em In The Court of the Dragon (2021), enquanto em Ascendancy (2005) conseguimos fazer algo de diferente. 
É definitivamente um som mais maduro hoje em dia, sem perder a nossa essência e ADN, se isto faz algum sentido.


M.I. - Algum plano ou lançamento especial quando completarem três décadas?

Não temos nada planeado até agora. Ainda estamos a trabalhar nalgumas coisas e será algo bastante especial.


M.I. - Uma banda com este repertório e reputação também deve ter os seus momentos mais desafiantes. Qual é o ingrediente secreto que faz a banda funcionar?

Inspiração e humildade. Estar disposto a conhecer outras bandas, sejam antigas ou novas, para ouvi-las e aprender com elas. Acho que ficar inspirado é a principal coisa que nos faz continuar.
Quando começas a ficar entediado, acreditas que sabes tudo, só por causa estares a tocar há muito tempo, é definitivamente o começo do fim. Para os Trivium, os nossos ingredientes secretos são a inspiração, a humildade e a fome!


M.I. - Se não fosses músico, o que tinhas em mente para a tua carreira profissional?

Se eu não fosse músico, acho que gostaria de fazer algo relacionado com o trabalho físico.
Eu não queria estar num escritório ou a escrever num computador. Algo como por exemplo no exército ou até mesmo bombeiro, tenho que estar em movimento ou a fazer algo ao ar livre, não necessariamente construção ou trabalho pesado. Tem que ser algo agitado ou mesmo relacionado com desporto.


M.I. - Muito obrigado por esta oportunidade! Gostarias de partilhar alguma última mensagem para com os nossos leitores?

Só queria dizer agradecer-vos por ouvirem e mal podemos esperar para tocar novamente em Portugal. Acredito que os fãs portugueses vão ficar muito contentes, porque temos algo na manga para vos mostrar.

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Entrevista por André Neves