Todos a Bordo de Powertrain! Preparem-se para uma viagem eletrizante com o mais recente álbum de power metal dos Majestica! Este álbum conceptual adota uma abordagem única, utilizando um comboio como metáfora para o próprio álbum. Cada música representa uma personagem diferente a bordo, proporcionando uma experiência auditiva diversificada e envolvente.
O álbum destaca a evolução sonora da banda, misturando o power metal melódico tradicional com um toque mais maduro e refinado. Esperem vocais arrebatadores, uma musicalidade intrincada e uma boa dose de teatralidade.
Destaques incluem a explosiva faixa de abertura "Powertrain" e o recente single "Story in the Night", um hino de power metal acelerado.
O vocalista e guitarrista da banda, Tommy Johansson, expressou o seu entusiasmo pelo álbum e pela possibilidade de uma futura digressão, afirmando:
"Espero que um dos locais onde vamos parar seja, claro, Portugal!"
M.I. - Olá, Tommy! Como estás?
Estou bem! E tu?
M.I. - Estou bem, obrigado! Parabéns pelo novo álbum!
Muito obrigado!
M.I. - Ouvi "Powertrain" e é uma música muito poderosa. Podes contar-nos a história por trás deste álbum?
Queríamos fazer um álbum conceptual, mas não no sentido tradicional. O nosso último álbum foi baseado no A Christmas Carol, e adorámos a experiência, mas não queríamos repetir um conceito direto. Depois, reparámos nos comboios e estações abandonadas perto do nosso local de ensaios, o que nos inspirou. Pensámos: "Porque não fazer um álbum sobre comboios?"
Tínhamos tudo o que precisávamos para fotos e vídeos ali mesmo. Assim, imaginámos um comboio onde cada personagem a bordo representa uma música diferente. Foi assim que nasceu Powertrain.
M.I. - É um conceito interessante! Como abordaram o processo de composição para este álbum? Todos contribuem?
Geralmente, escrevo cerca de 95% das músicas. Algumas foram coescritas com o Chris ou o Peter, e em Powertrain todos demos ideias. Também escrevi quase todas as letras, exceto uma música em que eu e o Peter trabalhámos juntos.
M.I. - Qual foi a música mais desafiante de criar?
Powertrain, sem dúvida. O nosso primeiro álbum, Above the Sky, começava com uma música explosiva, e precisávamos de outra faixa de abertura forte. Mas não podíamos simplesmente copiar o que já tínhamos feito—tinha de ser fresca e igualmente poderosa. Passámos por várias ideias até chegarmos à certa.
M.I. - Que temas exploram nas letras?
As letras levam o ouvinte numa viagem pelo espaço e tempo. Por exemplo, a frase "Don’t worry, my friend, the train is safe as the band entertains" reflete como os Majestica tocam a bordo. Também incluímos pequenas referências a clássicos do rock, como Crazy Train do Ozzy Osbourne.
M.I. - Lançaram recentemente um novo single. Podes falar-nos sobre ele?
Sim, chama-se "Story in the Night" e, na minha opinião, é uma das melhores músicas do álbum. Esta faixa é rápida, enérgica e capta a essência do som dos Majestica. Tem uma melodia forte, riffs de guitarra poderosos e um refrão épico que fica no ouvido. A letra conta uma história de aventura, mistério e destino, encaixando-se perfeitamente no conceito do álbum. Queríamos criar uma música que entusiasmasse os fãs e os transportasse para uma viagem mágica e noturna.
M.I. - Como achas que o som dos Majestica evoluiu desde os tempos de ReinXeed?
Bastante. Algumas pessoas dizem que Story in the Night soa a uma música antiga dos ReinXeed, o que é fixe. Com os Majestica, seguimos uma abordagem mais tradicional do power metal melódico, mas com mais maturidade musical.
Nos tempos dos ReinXeed, lidei com burnout e pressão da indústria, o que afetou a minha composição. Agora, com os Majestica, crio música com alegria e inspiração.
M.I. - Porque mudaram o nome da banda de ReinXeed para Majestica?
Por várias razões. Primeiro, muitas pessoas tinham dificuldades em pronunciar ReinXeed. Além disso, a nossa antiga editora detinha os direitos do nome em algumas regiões, o que complicava os lançamentos. Queríamos um novo começo para aquilo que considerávamos o nosso álbum perfeito, por isso rebatizámo-nos como Majestica.
M.I. - Que música do álbum achas que vai surpreender mais os fãs?
Provavelmente Story in the Night, porque é tão rápida e intensa. Outra surpresa pode ser My Epic Dragon—a nossa primeira música sobre dragões! Se és uma verdadeira banda de power metal, tens de cantar sobre dragões em algum momento, certo?
My Epic Dragon, porque escrevi-a em 2018 simplesmente pelo meu amor pelo power metal. Também Go Higher, que foi inspirada em Back to the Future. Imagina o Marty McFly a viajar 30 anos para trás a partir de hoje, aterrar em 1995 em vez de 1955 e perceber que não quer voltar ao presente porque os anos 90 eram melhores!
M.I. - Se pudesses dar um conselho ao teu "eu" mais jovem quando começaste a banda, qual seria?
Não assines com a primeira editora que te abordar. Tivemos uma experiência muito má que causou muito stress e ansiedade a longo prazo. Eu diria ao meu "eu" mais novo para esperar por uma oportunidade melhor.
M.I. - Estiveste nos Sabaton também. Como equilibraste as duas bandas?
Não equilibrei (risos). Foi por isso que saí dos Sabaton. Durante a pandemia, tive tempo para me focar nos Majestica, mas quando os Sabaton retomaram as digressões, tive de cancelar todos os planos dos Majestica.
Percebi que tinha de escolher, e não queria chegar à velhice a arrepender-me de não ter seguido a minha própria música.
M.I. - O que distingue os Majestica na cena do power metal?
Acho que é a nossa combinação de musicalidade avançada e presença de palco teatral. Além disso, sou vocalista e guitarrista ao mesmo tempo, o que é raro. O nosso baterista e baixista também cantam muito bem, então temos vários vocalistas fortes ao vivo.
M.I. - Têm planos para uma digressão?
Sim! Estamos a preparar uma grande tour, mas ainda não posso revelar detalhes. Espero que Portugal esteja incluído!
M.I. - O que podem os fãs esperar dos vossos concertos ao vivo?
Um espetáculo incrível, com grandes músicas, momentos para cantar em conjunto e adereços de palco. Até tocamos música de Natal no verão!
M.I. - Se os Majestica pudessem atuar em qualquer mundo fictício, onde seria?
Em Middle-Earth, no topo de Minas Tirith! Imagina acender os faróis—quando o farol se ilumina, é o sinal de que os Majestica estão a chegar! A Aliança Majestica reuniria fãs de todo o lado, juntando-se em uníssono para cantar.
M.I. - Isso soa incrível! Então, todos os vossos fãs reunir-se-iam como os grandes exércitos?
Exatamente! Imagina uma aldeia cheia de fãs dos Majestica, à espera do sinal. No momento em que o farol se acende, sabem que chegou a hora. E, em vez de guerra, todos cantariam power metal juntos.
Ouvirias pessoas a cantar "Above the Sky". O power metal une as pessoas—não há necessidade de lutar!
M.I. - Isso seria épico! Finalmente, tens alguma mensagem para os fãs em Portugal?
Obrigado! Obrigado pelo vosso apoio incrível. Espero mesmo que a nossa próxima digressão inclua Portugal. Quero muito ver-vos todos outra vez!
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Entrevista por Isabel Martins