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Moloch – “Moloch” Review

A procura por criar algo diferente pode levar-nos a visitar vários estilos existentes e apanhar um pouco daqui e dali, para alcançarmos esse resultado. Pode parecer uma contradição, mas é possível e foi o que os Moloch fizeram neste trabalho. Atenção que eu disse diferente, não original, pois não parece haver mais nada a descobrir na música.
Os Moloch convidam-nos a conhecer vários opostos e até a compará-los: a vida e a morte, o perfeito e o imperfeito, sendo que tudo o que os separa deve e merece ser apreciado, pois existe um vazio em cada um de nós que tem de ser preenchido. Sete anos após o E.P. Betta Splendens a banda lisboeta lança este álbum homónimo, que é também o seu primeiro e que, segundo os mesmos, tenta descrever a azáfama que é viver (sobreviver) na era descontrolada em que nos encontramos.
Se em Betta Splendens a banda se tinha ficado pela sonoridade stoner e também heavy psych, em Moloch foram mais além e misturaram ao cocktail que é a sua música, um pouco de grunge, punk e rock alternativo. Nas letras dos temas, que são em português – com exceção de “N.E.S.” -, encontramos bastante poesia e prosa, seja ela declamada, cantada ou até gritada. As influências são muitas e a tentativa de misturar literatura com a sua música é bem conseguida por parte dos Moloch.
A busca por uma sonoridade crua levou a banda a gravar este álbum num único take. O trabalho de pós-produção foi por isso o mínimo possível, de forma a conseguir que a energia fosse percetível ao ouvinte. Este álbum que saiu no passado dia 2 de dezembro teve já a sua apresentação num concerto realizado no DAMAS bar, a 7 do mesmo mês.
Boa proposta nacional este Moloch, da banda com o mesmo nome, muito pelo esforço de quererem lutar contra a corrente, simplesmente pelo prazer de o fazer.

Nota: 8.1/10
Ouvir Moloch, no Bandcamp
Review por António Rodrigues