Palaye Royale em Portugal. Sim, finalmente aconteceu e não foi um qualquer concertito, foi algo em grande, com uma banda a mostrar enorme vontade em tocar para o público português e uma audiência ansiosa por os receber. Dois ingredientes necessários para um grandioso evento, aos quais podemos juntar ainda uma banda de abertura que não era propriamente desconhecida do público português.
Quando os I See Stars entraram em palco foram recebidos de forma efusiva. A banda dos irmãos Oliver parecia estar a jogar em casa e foi bastante acarinhada do primeiro ao último tema que interpretaram. O vocalista Devin soube puxar pelo público, mas este não precisou de muitos incentivos para pular, dançar e até cantar com os I See Stars. “Anomaly” foi o ponto final para meia hora de atuação com uma sonoridade muito eletrónica, com muitos samples, que tornam a música deste quinteto bastante preenchida e agradável para quem assiste.
O cenário que estava montado em palco para o concerto dos Palaye Royale mostrava a fachada de uma casa. Foi pela porta que lá se encontrava que toda a banda passou para se colocar em palco, como se fossem tocar no seu jardim. Não sei se era essa ideia de proximidade com o público que queriam transmitir, mas creio que sim, até pelo que veio a acontecer durante o concerto da banda de L.A.
Este espetáculo marcou o arranque da tour europeia, Death or Glory, que visa promover o mais recente álbum da banda. Foi também o primeiro em solo nacional, algo que os Palaye Royale não se cansaram de referir. Quanto à música, apesar dos inúmeros rótulos que tentam colar à sonoridade da banda, digamos que é rock com um cheirinho a punk. Os ritmos são dançáveis, ou pelo menos não deixam ninguém ficar parado por muito tempo. Os refrões orelhudos e a característica voz de Remington Leith fazem o resto. Foi precisamente por Death or Glory e o tema que dá nome ao álbum que a banda começou. Desde cedo se percebeu que o público sabia de cor as letras dos temas, mas isso foi por demais evidente ao chegarmos a “No Love in L.A.”. Mesmo em temas mais calmos como “Dying in a Hot Tub” a comunhão com o público era palpável -e visível através das luzes de telemóveis que foram ligadas- sendo logo aí feita a promessa de um regresso a Portugal, para breve. Em “Showbiz” tivemos Leith a “navegar” por cima do público num bote de borracha e em “Fever Dream” o vocalista deixou que fosse a audiência a cantar, limitando-se a observar durante grande parte do tema. Depois de “Pretty Stranger” os Palaye Royale deixaram o palco, ao qual regressaram para um encore que contou com três temas mais antigos, sendo “Mr. Doctor Man” o último da noite.
O que dizer acerca deste concerto dos Palaye Royale? Em poucas palavras, valeu a pena a espera.
Texto por António Rodrigues
Agradecimentos: Prime Artists