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Reportagem: Dream Theater @ MEO Arena, Lisboa – 16.11.2024



Nova passagem dos icónicos Dream Theater por Portugal em mais um concerto que não deixou ninguém indiferente. Esta digressão, que visa celebrar os 40 anos de existência da banda, tinha ainda outro grande motivo de interesse: o regresso do baterista Mike Portnoy, um dos membros fundadores destes gigantes do metal progressivo.

Foi um espetáculo sem banda de suporte, o que fazia desde logo adivinhar que iria ser uma longa atuação por parte dos nova iorquinos, daquelas a que eles nos habituaram. Era igualmente de esperar uma viagem pelos grandes hits da banda, acumulados ao longo destas quatro décadas.
O primeiro tema da noite, logo após a inevitável intro, foi “Metropolis Pt. 1”. Que melhor forma de começar este concerto, senão pegando logo num dos álbuns que os catapultou para o sucesso. Se Images and Words se tornou icástico, muito o deve a este tema e o público vibrou logo aos primeiros acordes. James LaBrie aproveitou para no seu final dizer que tinha saudades do público português. Na oportunidade seguinte chamou a atenção para o regresso de Portnoy, que foi fortemente aplaudido, levando-o a levantar-se e caminhar até à frente do palco para distribuir algumas baquetas por entre o público.

Um dos aniversariantes deste ano é o álbum Awake, que comemora 30 anos e que foi visitado através de “the Mirror”.  John Petrucci ofereceu uma deliciosa introdução com a sua guitarra para o tema “Hollow Years”, que foi interpretado numa versão não tão conhecida, o que causou alguma estranheza a quem não conhecia e deparou com uma frase a mais no refrão. Um concerto tão longo precisa de um intervalo e ele surgiu após “As I Am”. Estava concluída a primeira parte. À semelhança do que tinha acontecido no início do concerto, também agora o ecrã gigante foi invadido por imagens que passavam em retrospetiva as capas dos álbuns dos Dream Theater, enquanto ouvíamos versões orquestradas de alguns dos temas mais simbólicos de cada um deles. 

Quando a banda regressou, interpretou “Night Terror”, um tema novo, pesadinho, que vai integrar o novo álbum, Parasomnia, a sair no próximo dia 7 de fevereiro. A novidade é que o vocalista prometeu desde logo uma digressão europeia para a sua promoção. O concerto decorreu da forma a que os Dream Theater já nos acostumaram. Myung sempre no seu sítio com o seu baixo. Apenas uma incursão à frente do palco por parte de Jordan Rudess. Somente Petrucci subia e descia as escadas que estavam nas suas costas e conduziam à bateria de Portnoy. Já LaBrie continuou a deixar o palco por longos momentos, tão longos quanto as partes apenas instrumentais que compõem as músicas que foram interpretadas. Uma delas foi “Stream of Consciousness”, que foi um dos momentos mais belos da noite. Após “Octavarium” a banda despediu-se e deixou o palco, mas a chuva de aplausos que se seguiu logo trouxe a pequena Dorothy ao ecrã gigante para nos lembrar que não há lugar como a nossa casa. Era a dica necessária para o tema “Act II: Scene Six: Home”, primeiro deste encore que teve ainda “the Spirit Carries On”, a ser interpretada com a sala iluminada apenas pelas luzes dos telemóveis dos espetadores e que terminou com outro hit de Images and Words, “Pull Me Under”.
Se excluirmos os 15 minutos de intervalo, este concerto teve 3 horas de duração. Ainda assim, havia quem pedisse mais, o que diz bem do que foi este espetáculo e como os Dream Theater têm uma forte legião de admiradores no nosso país.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Pereira Tavares
Agradecimentos: Everything Is New