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Reportagem: Apocalyptica e Arctis @ L.A.V., Lisboa – 17.11.2024



Esgotado. A sala do L.A.V. foi pequena para acolher todos aqueles que quiseram prestar homenagem à música dos Metallica, interpretada pelos finlandeses Apocalyptica. Quer fossem fans dos primeiros, dos segundos, ou mesmo de ambos, o que os trouxe até ali nesta noite de domingo era comum a todos. Assistir a um belo concerto de heavy metal. Primeira parte a cargo dos também finlandeses Arctis.

Deve ser uma sensação fantástica poder tocar para tanta gente, logo na primeira tour em que embarcam. Nesta sua estreia no nosso país, os Arctis não se podem queixar de falta de apoio. Claro que aquela “boa noite, Lisboa”, dito de forma perfeita por um dos guitarristas, teve o condão de cortar logo o gelo e encaminhar a banda para uma calorosa atuação. O seu homónimo álbum de estreia foi interpretado quase na integra. O heavy metal moderno da banda finlandesa foi do agrado do público presente e a vocalista Alva Sandstrom mostrou ter carisma. “Frozen Swan” foi antecedida de uma mensagem para nunca ninguém desistir dos seus sonhos. Os Arctis não o fizeram e estão agora a vivê-lo, confessou a vocalista. A despedida foi feita com “Theater of Tragedy”.

Foram precisas quase três décadas para que o primeiro álbum dos Apocalyptica tivesse o seu digno sucessor. Muito tempo a congeminar uma ideia que se materializou no decorrer deste ano, originando uma digressão que trouxe novamente a banda ao nosso país. Eicca afirmou que os Apocalyptica tocam o que quiserem, por isso esta noite era dedicada exclusivamente aos Metallica e ao mais recente álbum da banda finlandesa. 
Se é para fazer uma justa homenagem, porque não começar precisamente com o tema que eles usam para abrir os seus concertos? “the Ecstasy of Gold” começou a ouvir-se na sala pouco antes das 22h00 e antecedeu aquilo que foi uma verdadeira viagem a alguns dos maiores êxitos de uma das melhores bandas de heavy metal do mundo. “Ride the Lightning” foi a primeira música escolhida pelo quarteto e logo ficou visível que a audiência iria substituir o vocalista em falta no palco. Perttu, o solista da banda, pediu isso mesmo e foi correspondido, mais nuns temas do que noutros, mas não houve falta de apoio por parte do público. “Enter Sandman” e “Master of Puppets” mostrou haver muitas gargantas afinadas na sala e o solista mostrou-se muito irrequieto, percorrendo o palco de ponta a ponta, sempre a pedir mais e mais.

No meio de tantas malhas, vamos destacar “the Call of Ktulu” pelo facto de os Apocalyptica a terem dedicado em exclusivo ao malogrado Cliff Burton. A sua fotografia esteve sempre presente no ecrã gigante durante a interpretação deste tema. Todos eles foram acompanhados por bateria e que bateria. Aos seus comandos esteve Mikko, um autêntico animal atrás do kit que foi alvo de uma merecida ovação. O único que não contou com bateria foi “Nothing Else Matters” e percebe-se porquê. Esta malha foi interpretada sob as luzes de centenas de telemóveis que dessa forma iluminaram a sala.
Após a apresentação de todos os elementos da banda, o quarteto tocou mais um clássico. “Seek and Destroy” desta vez e creio que nem chegaram a deixar propriamente o palco para o tradicional encore, pois de imediato começaram a surgir imagens do vídeo que a banda gravou para “One”. Este foi também o único a ter vocais, ainda que declamadas e não cantadas como no original, o que conferiu toda uma nova roupagem a este verdadeiro hino.
Esta noite foi um autêntico tributo ao heavy metal. Quatro mestres, exímios executantes dos seus instrumentos musicais a interpretarem temas de uma das melhores bandas de heavy metal de sempre. Que mais se pode pedir?


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Pereira Tavares
Agradecimentos: House Of Fun