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Avesso - “Desassossego” Review

De vez em quando surgem álbuns assim. Projetos que são até difíceis de identificar como pertencendo a este, ou aquele género (será que isso é mesmo importante?), pós qualquer coisa, garantidamente, pois este trabalho parece estar à frente no tempo de tão experimental que está.
A ideia surgiu em 2022. Em 2023 foram desenhados esboços e gravados os temas que compõem este primeiro trabalho, Desassossego, que viu assim de forma natural a luz do dia no presente ano. 
Mas quem são mesmo os Avesso? - perguntam vocês – Quatro bons rapazes que se juntaram em volta de um interesse comum. Interesse esse que passa por criar boa música, daquela que não é simplesmente mais do mesmo. Se atentarmos no nome da banda, Avesso, ele dá-nos uma boa pista acerca do quarteto, pois ele não pretende estar alinhado ou seguir o rebanho. Formado por quatro músicos oriundos de bandas tão dispares quanto Budhi, Prana e Besta, o que quer que saia da cabeça destas quatro alminhas tem de obrigatoriamente causar curiosidade ao mais comum dos mortais. Um bom motivo, então, para uma escuta a este Desassossego.
Ele é cantado em português. Bom português, aliás, já que Fernando Pessoa e seus heterónimos surgem como uma forte inspiração para grande parte destes 14 temas que compõem o álbum. Temos guitarras com distorção e ritmos fortes em “O Doce Pulsar do Coração de lúcifer”, mas também temos pura declamação e a quase ausência de instrumentos no último tema, “Saturnino”. 
Os dois primeiros singles já rodam. São eles “Se Eu Pudesse Trincar A Vida Toda” e “A Existência dos Homens”. Mais se seguirão, com certeza, talvez o difícil seja mesmo escolhê-los, mas eu apostaria em “Aos Que A Felicidade É Sol Virá A Noite”, pois é das minhas preferidas.
Desassossego viu a luz do dia no passado dia 8 de novembro e foi apresentado ao vivo no dia seguinte, no Amplifest.
Se são apreciadores de música que transpõe barreiras, este é o álbum indicado para vocês.

Nota: 8.2/10

Review por António Rodrigues