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Saxon - "Hell, Fire and Damnation" Review

Quando uma banda edita o seu vigésimo quinto trabalho de estúdio (não incluo nesta contagem os 2 trabalhos de covers Inpirations e More Inspirations (acho que alguém se baseou na originalidade e acutilância das letras do Bon Jovi, para nomear estes trabalhos!
), é motivo para celebrar. 

Liderados pelo sempre jovial Biff Byford com Nigel Glokler na Bateria (desde 1981 (com alguns interregnos pelo meio)), Nibbs Carter no Baixo (Desde 1988), Doug Scarratt nas guitarras (desde 1995) e a nova adição após a saída de Paul Quinn, na pessoa de Brian Tatler nas guitarras, e para quem seja mais distraído ou simplesmente não conheça o nome, trata-se do senhor que deu guarida a Lars Ulrich, quando este fascinado pelo movimento da New Wave of British Heavy Metal, foi viver para Londres, durante os anos formativos dos Metallica. 

Aliás, os Metallica podiam editar o seu próprio Inspirations só com covers de Diamond Head (The Prince, Sucking my Love (Aprende Bon Jovi!!!), Helpless, Am I Evil?, It’s Electric), e ainda devem existir mais covers guardadas nos arquivos da banda, mas o Sr. Dave Mustaine não deixa a box do No Life ‘Til Leather ser editada, portanto, vamos ter que aguardar e esperar que as coisas se resolvam.

Aos 73 anos Biff continua com uma potência vocal e com um carisma inigualável, é como se a idade não passasse por este senhor, que continua a ter um timbre e entoação muito acima de vocalistas com metade da idade dele. Nigel Glokler aos 71 anos, é um baterista com mais poder, precisão e capacidade técnica do que na primeira passagem pela banda nos anos oitenta. Nibbs Carter é um baixista muito competente que não se limita apenas a seguir, ou melhor, a marcar o compasso da canção, pois sempre que possível acrescenta o seu floreado, para acentuar as melodias e os riffs, tornando assim os temas mais dinâmicos. A dupla de guitarristas composta por Doug e Brian tem uma impressionante coesão, quer nos riffs, quer nos trade-offs que façam durante os solos. No caso de Brian Tatler estamos perante um dos guitarristas mais subestimados do panorama metaleiro, à semelhança de Mike Plant dos canadianos Sword ou Mark Gallagher dos Raven, para citar alguns.

Coproduzido e misturado por Andy Sneap, como seria de esperar, o som deste disco é esplêndido, com todos os instrumentos bem balanceados, acho apenas que no capítulo da voz, falta-lhe um pouco mais de expressividade, mas poderá ser algo feito propositadamente, para assim termos um sentido rítmico mais intenso.

As letras de Biff focam temáticas desde o confronto entre o bem e o mal, aliás a expressão Hell, Fire & Damnation advém de um adágio que o seu pai costumava dizer, quando ele se portava mal, passando por uma homenagem aos primórdios do movimento NWOBHM e acabando na ficção científica.

Verdade seja dita, este disco não tem nada de mal, é um bom disco de Heavy Metal, não é nenhum clássico, mas está longe de ser um disco inconsequente. Para uma banda que está no ativo há 50 anos, continuam a debitar trabalhos com quilos de pujança e toneladas de atitude. E como disse previamente nesta missiva, conseguem fazê-lo de forma mais convincente que a maioria das bandas com integrantes que já podiam ser netos destes senhores.

Nota: 7/10

Review por Nuno Babo