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Reportagem: Rage, Oxido e Dolmen Gate @ R.C.A. Club, Lisboa – 10.10.2024


Mais um ano, mais uma passagem dos Rage pelo nosso país. Dá gosto saber que os gigantes alemães têm o público português em elevada consideração e nos concedem sempre uma data da sua tour. Por falar nisso, o motivo para esta digressão assentava nos 40 anos dos Rage, o que por si só era indicador de que o alinhamento iria percorrer grande parte das malhas da banda germânica. Neste concerto contámos também com o regresso dos espanhóis Oxido e dos nacionais Dolmen Gate.

Foram estes últimos a darem arranque a esta noite de heavy metal, pontualmente às 20h00 e em pouco mais de meia hora ofereceram a todos os presentes na sala do R.C.A. temas do seu álbum de estreia, Gateways of Eternity. A banda de heavy metal épico deu um bom concerto, muito certinha instrumentalmente, oferecendo a plataforma necessária para a voz de Ana assentar. Não é muito vulgar termos uma voz feminina neste género musical, com os Dolmen Gate resulta muito bem, como pudemos comprovar uma vez mais. Oportunidade para dedicarem “The Wheel” a um ex-Ravensire, no meio de grandes temas que foram interpretados nesta noite, com especial destaque para “Betrayal” e “Rest in Flames” que encerraram a atuação dos Dolmen Gate.

Os Oxido regressavam também a esta sala, onde muito recentemente tinham deixado tão boa impressão. Um alinhamento todo ele com temas cantados em castelhano, era o que nuestros hermanos tinham para nos oferecer e foi o que fizeram ao longo de uma hora. “Cicatrizare” foi o tema inicial e deu logo para perceber como a música dos Oxido vive muito da guitarra de Feli Jiménez, o maior solista da banda, assim como da voz de Iñigo de Miguel. São eles os grandes responsáveis pelas melodias que encontramos nos seus temas e que os tornam tão bons. Com três álbuns editados, a banda tocou algumas das suas melhores músicas, onde constam “Mal Vino”, “Soy la Tormenta”, “Eléctricos” e “Oxidados 21”, deixando de fora “Me Falta Viento”, por exemplo. Foi uma hora muito bem passada na companhia dos Oxido e do seu hevy metal rasgadinho. A balada escolhida para esta noite foi “Gris”.

Longevidade admirável, a dos Rage. 40 anos no ativo e sempre com a produtividade em alta. A sua discografia é invejável e tudo leva a crer que não vai ficar por aqui pois os germânicos parecem ter ainda muito para dar. Falar dos Rage é falar de Peter “Peavy” Wagner. O simpático vocalista, baixista e membro fundador não esconde sorrisos em cima do palco e eles são contagiantes. A acompanhá-lo, Vassilos Maniatopoulos na bateria e ainda o jovem Jean Borman na guitarra, autêntico guitar hero desta banda. Como referimos anteriormente, o alinhamento para esta tour visa visitar as grandes malhas dos Rage, ou como disse Peter Wagner, algumas das suas melhores pérolas. O primeiro tema, “Cold Desire” foi, no entanto, extraído do mais recente álbum, Afterlifelines, o que reforça o que já referi. Esta banda não vai parar brevemente, está aqui para continuar e nós agradecemos o esforço. Sobretudo se o ritmo das suas visitas a Portugal se mantiver. De resto, esta noite foi uma autêntica viagem no tempo daquelas que os fãs de heavy metal gostam de fazer. “Solitary Man”, “Refuge”, “Days of December”, cada tema tocado trazia maravilhosas memórias a quem estava presente, mas havia ainda “Soundchaser” e “Great Old Ones”, por exemplo, dando a ideia de que cada tema anunciado era melhor que o anterior. O trio só abandonou o palco após “Don´t Fear the Winter”, ou melhor, Peter e Jean abandonaram, já que Vassilos não o fez, preferindo ficar e pedir para que o público chamasse os seus colegas. Não sei se foi necessário. Ninguém deixaria os Rage abandonar a sala sem o merecido encore e ele foi composto por “Prayers of Steel” tema dos Avenger, banda que deu origem aos Rage e por fim, “Higher than the Sky”, autêntico hino que fez todos os presentes na sala cantar a uma só voz.

Mais um fantástico concerto para mais tarde recordar. A banda alemã é um ícone do heavy metal que só sabe dar bons concertos. Não se pode pedir muito mais quando as bandas de abertura dão também elas espetáculos à altura.


Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Metals Alliance