A mais recente passagem dos The Mission pelo nosso país serviu sobretudo para matar saudades de todos aqueles temas que, de uma forma ou de outra, marcaram uma geração. Mas este não foi um espetáculo apenas para os saudosistas, pois houve também espaço para alguns temas novos. We Know A Place foram novamente os ilustres convidados para estas duas datas em solo nacional.
A D-Tour 24 trouxe então os The Mission de regresso a Portugal, mais uma vez para duas datas. O dia 30 no porto já se encontrava esgotado há alguns dias, enquanto a data em Lisboa, esteve também muito perto de o conseguir. A Metal Imperium acompanhou este primeiro concerto que teve lugar na Capital.
Os We Know A Place não desiludiram. A jovem banda lisboeta esteve em palco de forma muito descontraída e foi muito mais além do que proporcionar simplesmente aquele aquecimento que se espera de uma banda de abertura. Os quatro músicos que compõem os We Know A Place revelaram-se bons executantes e os temas que interpretaram mostram qualidade. Foi apenas meia hora de atuação, mas durante esse período foram arrancados ao público muitos e merecidos aplausos. Quer fosse com o tema inicial, “To The Bone”, ou com a novíssima “Looking For Sex”, single que vai fazer parte do álbum de estreia a lançar dentro de um mês. O rock nacional esteve muito bem representado nesta noite, pela mão dos We Know A Place.
Um ano volvido e temos novamente salas nacionais cheias para assistir à atuação dos The Mission. O rock gótico destes senhores é capaz de mover muita gente e Portugal faz parte do roteiro das digressões da banda britânica. “Wasteland” foi o tema de abertura para uma atuação que teve quase duas horas de duração. São quase 40 anos de carreira, tempo mais que suficiente para colecionar êxitos e os The Mission souberam fazê-lo, principalmente durante as décadas de 80 e 90, que foi o seu período mais criativo. Neste concerto foi notório que algo de errado se passava com o equipamento de Wayne Hussey, pois durante os quatro primeiros temas, o vocalista/guitarrista dirigia-se a uma das extremidades do palco para conferenciar com um dos técnicos de som que lá se encontrava. Nada que afetasse o som que se ouvia na sala e que, já agora, parecia estar em boas condições. Primeira grande malha da noite, “Like a Child Again”, que teve o condão de colocar toda a sala a cantar com a banda.
Existem espetáculos que pelos mais diversos motivos, parecem fazer o tempo voar. Este era um deles e quando demos por isso já a banda atacava “Deliverence”, deixando o palco enquanto se ouvia o público a cantar o refrão a plenos pulmões. Talvez tenha sido por isso que o regresso de todos os elementos tenha acontecido tão rapidamente para aquele que seria o primeiro de dois encores. “Butterfly on a Wheel” é sempre das mais esperadas e foi também das mais aplaudidas com Wayne a cantar enrolado numa bandeira portuguesa. “Se tivesse que regressar à europa, seria para Portugal”, confessou, mostrando que até conhece algum do nosso vocabulário.
Após deixarem novamente o palco, os The Mission regressaram então para o já referido segundo encore, que foi feito com “Wake (RSV)”; a tão aguardada “Severina” e por fim, “Tower of Strength” que foi o culminar de mais um excelente concerto com cerca de 110 minutos de duração. Venham muitos mais com esta qualidade. Os apreciadores de boa música agradecem.
Texto por António Rodrigues
Fotografia por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: House Of Fun