Quem se deslocou ao L.A.V. nesta segunda-feira não ficou certamente desiludido com a noite de rock n´roll que ali se viveu. Danko Jones, a banda canadiana que personifica na perfeição esse estilo musical regressou ao nosso país para um concerto eletrizante que visa promover o seu mais recente álbum, Electric Sounds. Esta tour europeia intitula-se Good Times Tour´24 e foi isso mesmo que proporcionou a sua passagem por Lisboa.
Este concerto não teria sido o mesmo sem os Los Pepes. A banda britânica ofereceu também ela um concerto de encher o olho. Punk rock em alta rotação praticamente sem intervalos entre os temas que tocaram. Só faltava ouvir a famosa contagem “1 2 3 4” antes de cada música, tal como Dee Dee Ramone fazia. Esta estreia no nosso país surpreendeu pela positiva. Sabem aqueles concertos em que ficamos com a ideia de que a banda deu tudo em palco? Este foi um deles. Não se podia pedir mais aos Los Pepes. Treze temas rasgadinhos que deixaram muito boa impressão.
Parecia querer redimir-se da longa ausência dos nossos palcos, o sr. Danko Jones, pedindo inclusive ao público para o apupar com “BUS”, para que esta falha não passasse em claro. Penso que no final do concerto todos o haviam perdoado. Com a confiança de quem sabe que tem um bom novo álbum para apresentar, o trio canadiano começou precisamente por aí. “Guess Who´s Back” revelou-se um tema fantástico para início de espetáculo, mas não seria a única desse trabalho a ser visitada. Pontualmente, os Danko Jones voltaram a Electric Sounds. Numa das paragens no alinhamento, Danko afirmou que o público de rock n´roll é privilegiado, pois, segundo ele, cada concerto é único e são as imperfeições que acontecem que contribuem para que isso se verifique “Não há enganos num concerto de rock n´roll”, concluiu. Mostrando-se muito simpático e comunicativo, referiu ainda que as músicas em si não têm importância. O que realmente importa é que haja uma para tocar logo que outra termina. Temos de discordar de mr. Danko e cremos que ele bem sabe há músicas e músicas, como é o caso de “I Gotta Rock” e “First Date”, por exemplo. Estes temas têm algo especial que mexe com o público e isso notou-se perfeitamente também nesta noite.
Outra grande malha é “Good Time” e aqui o cantor/guitarrista pediu ajuda para o refrão, o que veio a suceder com centenas de vozes a juntarem-se à sua. Born A Lion continua a ser um dos melhores álbuns da banda e “Lovercall” um tema que não pode falhar em nenhum concerto dos Danko Jones. Já que falamos em clássicos, “My Little RnR” é outra com presença obrigatória, após a qual a banda se despediu. Não foi preciso esperar muito para que os três músicos regressassem e com eles a notícia de que eles voltariam para o encore, quer fossem ou não chamados. Estava programado ser feito dessa forma, referiu Danko. Eu gosto disto. Sinceridade acima de tudo.
Tivemos então mais três músicas: “Mango Kid”, “Invisible” e “Shake Your City”, com o vocalista a perguntar: “Did I? Did I shake your city?” Eu diria que sim.
Texto por António Rodrigues
Fotografia por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Prime Artists
Rui%20Vasco%20Fotografia.jpeg)
.png)
