O início deste álbum com um cântico acompanhado de cordas é majestoso, lembrando o tema inicial de Worlds Collide dos Apocalyptica. É uma excelente introdução: bem orquestrada, com um arranjo inventivo, bateria pesada e uma guitarra solo a replicar a melodia da voz perto do final para lhe dar enfâse.
O recurso a uma orquestra aproxima os On Thorns I Lay dos Carnifex e, mais ainda, dos Septicflesh, dada a parecença da voz de Peter Miliadis e a de Spiros Antoniou. Em termos de arranjo, as parecenças com os gregos são ainda mais evidentes com o recurso a um interlúdio com guitarra acústica neste primeiro tema (lembra-me o single “Neuromancer” destes últimos).
O riff de “Newborn Skies” remete para Trivium, mas o recurso a teclados lembra, por sua vez, os Amorphis da fase de The Circle e Under The Red Coud. Tratam-se de referências sonoras que colocam esta banda na vanguarda do metal moderno. “Among the Wolves”, por sua vez, aproxima-se dos Amon Amarth, pela semelhança de registo entre Peter Miliadis e Johan Hegg neste tema em particular.
A sonoridade de “Crestfallen” destaca-se pela utilização de instrumentos tradicionais como a flauta. Em “Raise Empires” temos de novo o recurso a guitarra acústica antes do final, com um solo brilhante de guitarra. Por sua vez, “Thorns of Fire” encerra o disco com uma interessante secção instrumental que antecede o solo de guitarra, tendo no centro um instrumento tradicional, mais uma vez lembrando os Septicflesh devido a este apontamento.
O recurso a elementos orquestrais e a uma produção limpa torna o auto-intitulado On Thorns I Lay num álbum bastante acessível. O uso de instrumentos em momentos específicos é também de sublinhar: atentemos, por exemplo, no solo de piano a meio de “Crestfallen” e na forma como eleva o tema que por si só já é bastante cativante. O riff de “Fallen Grace” é também outro exemplo de uma melodia cativante que é bem explorada em termos do recurso a uma orquestra.
Em conclusão, é um álbum amadurece com repetidas audições, muito fruto das suas músicas que são compostas de um forma que fluem com naturalidade umas nas outras, por um lado. Por outro lado, há pouca diferença entre os temas em termos de dinâmica, pelo que parece que estamos a ouvir uma peça contínua, ainda que fluída, ao invés de vários temas que se ligam entre si. A forma como os arranjos e as composições foram elaborados são o ponto central deste disco; sendo de destacar os temas “Newborn Skies” e “Crestfallen”.
Nota: 7/10
Review por Raúl Avelar