Os Earth Drive regressaram aos discos com aquela vontade de experimentar coisas novas que tanto os caracteriza. Parece que alguém deu um jogo de guaches e uma tela a uma criança para que ela pudesse expressar a sua criatividade. O exemplo de comparação não é original, muito menos recente, mas apetece-me dizer que neste caso a criança revelou ter muito jeito para a pintura. Se Este Light Codes fosse um quadro, não seria certamente um Van Gogh, ou um Rembrandt, mas não deixaria por isso de ser uma obra que qualquer apreciador de arte exibiria com orgulho numa parede de sua casa.
Deixando os paralelismos de lado, Light Codes é um trabalho que pretende dar seguimento aos anteriores Stellar Drone e Helix Nebula. Continuando a abordar temas como o espaço e a sua infinitude, as músicas que compõem este trabalho convidam-nos a viajar nessa imensidão ainda tão desconhecida, mantendo aquele que é cada vez mais o conceito dos Earth Drive. Com a dose certa de melancolia, o heavy/rock psicadélico da banda do Montijo está bem presente nos sete temas que compõe este novo trabalho, que foi lançado no passado dia 23 de setembro pela Raging Planet.
A aposta é agora feita em “The Bridge”, que sucede a “True Passage Into The Void” e que é também o tema de abertura de Light Codes e aquele que serve de cartão de apresentação, caso queiram visitar o website da banda, ou as suas redes sociais. As vocais de Sara Antunes mantêm-se sóbrias e límpidas, cruzando-se com todo um trabalho instrumental de grande qualidade, que nos oferece riffs e ritmos que ajudam a cimentar ainda mais a sonoridade característica dos Earth Drive.
Este novo álbum conta ainda com mistura feita pelo experiente Fernando Matias, que é também um dos elementos da banda (baixo) e também com um belíssimo artwork que nos mostra um vislumbre daquilo que vamos encontrar ao longo dos 42 minutos que compõe este Light Codes.
A apresentação ao vivo de Light Codes deve ocorrer na ponta final deste ano.
Nota: 8,5/10
Review por António Rodrigues