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Entrevista aos Dark Tranquillity


Com mais de três décadas de história, a banda sueca de death metal de Gotemburgo apresenta o seu 12º álbum. 
Assim como Fiction (2007) e Moment (2020), Endtime Signals (2024) representa um estilo de arte minimalista, uma infinidade de 12 músicas melódicas e poderosos riffs de guitarra, retratando a eterna dualidade entre a luz e a escuridão, bem como temas cosmológicos.
A Metal Imperium conversou com o guitarrista Johan Reinholdz sobre o último trabalho dos Dark Tranquillity, como foi o processo de gravação no estúdio Fascination Street Studios e os próximos shows e concertos europeus. Endtime Signals (2024) comprova a sólida carreira da banda com um álbum polido e moderno, combinado com guitarras e bateria de rápidos ritmos.

M.I. - Um novo álbum com novos membros na banda. Como foi o processo de gravação?

Foi tranquilo. Começamos a escrever o álbum em agosto de 2022, quando eu e o Martin terminamos as demos e enviamos um para o outro. Discutimos quais as ideias que eram mais sólidas e depois reescrevê-las para torná-las ainda melhores. 
Posteriormente, o Michael adicionou o processo para incluir os vocais e os arranjos finais na mistura. Depois, continuamos a escrever em equipas de dois ou três, como por exemplo eu e Martin ou eu e o Michael. No verão passado, estávamos a prepararmo-nos e aprimorar as músicas antes do início da gravação no estúdio Fascination Street Studios. A bateria também foi rápida de gravar, e gravamos a guitarra do Martin no seu estúdio em Gotemburgo.
Todos os ficheiros foram enviados para serem misturados. Recebemos o feedback para saber o que estava bom ou não, de forma a melhorar. No início deste ano, fomos até ao estúdio uma vez mais finalizar os últimos toques. O álbum ficou concluído no final de fevereiro.


M.I. - Já se passaram quatro anos desde que Moment (2020) foi lançado. O mundo mudou bastante, o que têm feito entretanto desde esses tempos difíceis até agora?

Foi um momento muito bom, mas inevitavelmente mau. A pandemia começou mal começamos a gravar.
Nós abrandamos um pouco e trabalhamos mais no álbum. Tivemos que cancelar algumas tours e concertos, mas fizemos uma transmissão ao vivo do álbum anterior no Teatro de Gotemburgo. Foi uma forma de fornecer aos nossos fãs a oportunidade de ouvir o álbum, enquanto esperávamos que a pandemia passasse. Só em 2021 começamos a fazer alguns festivais e no ano seguinte fizemos algumas tours. Em 2023 tocamos ao vivo e trabalhamos no novo álbum. Podemos dizer que estivemos bastante ocupados.


M.I. - Parece-nos que a arte dos Dark Tranquillity mudou para um estilo de design artístico mais minimalista. Algum motivo em particular?

Não sei se concordo, mas o Fiction (2007) tinha um estilo mais minimalista, enquanto o Construct (2013) contém uma arte mais rigorosa e dura. Não tenho a certeza se é uma decisão consciente, mas sim uma troca de ideias dentro da banda.


M.I. - A música “Not Nothing” mostra-nos um tema cosmológico, mas também um equilíbrio entre luz e a escuridão.

Sim! Essa é uma boa descrição. Em relação às letras, estou um pouco de lado, porque não as escrevi e estaria apenas a colocar as palavras na boca do Michael. Parece-me uma boa análise; a música oscila entre uma escuridão e uma paz perturbadora.


M.I. - Por outro lado, “Unforgivable” retrata-nos os shows memoráveis ​​da banda e a vossa vida quotidiana?

Sim, foi filmado no nosso habitat natural. Costumamos fazer muitas tours e usamos muitas filmagens da nossa tour pela América Latina, especialmente filmagens do México.
Também usamos algumas das nossas filmagens dos bastidores, mas sim, mostra um pouco sobre nós numa situação diária.


M.I. - Algum filme, livro ou videojogo que vos inspiraram para escrever o Endtime Signals (2024)?

Eu falo apenas pela parte da música, pois não escrevi as letras. Nada em particular. Pessoalmente, à medida que envelheço, as fontes de inspiração são cada vez mais numerosas. Não existem inspirações específicas, mas quando era mais jovem tinha mais tempo para ouvir tudo e guardar tudo numa espécie de banco de dados musicais, para obter inspiração de bandas específicas. Quando envelheces, é difícil identificares essas inspirações, mas tornas-te como uma esponja e absorves muito mais.


M.I. - Enquanto em tours, a escrever discos, tocar em bandas diferentes, ainda tens tempo para ouvir música?

Ouço música todos os dias. Tenho tempo para isso, enquanto corro ou estou no ginásio. Não é um problema para mim encontrar tempo.


M.I. - Vão estar em tour novamente com bandas portuguesas de metal como Moonspell e Gaerea. No entanto, Portugal ainda não está na lista deste ano. Algum concerto programado para 2025?

Sim, isso é algo que anunciamos em alguns posts nas redes sociais. Esta tour europeia é apenas uma tour parcial e haverá uma segunda, envolvendo outros países europeus. A nossa equipa também é portuguesa e temos muito contacto com Portugal.


M.I. - Muito obrigado por esta entrevista! Gostarias de partilhar alguma mensagem com os nossos leitores e fãs?

Obrigado! Vejo-vos a todos nos concertos e esperamos que ouçam os nossos três novos singles. O nosso próximo álbum foi lançado a 16 de Agosto, não se esqueçam de o ouvir.

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Entrevista por André Neves