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Reportagem: Toxikull @ Sala Tejo, MEO Arena - 15/06/24


A Sala Tejo da Altice Arena estava pronta para receber as lendas do thrash germânico, Kreator, com imenso público a comparecer à chamada. Isso foi ótimo, tendo em conta que, neste mesmo dia, tínhamos: o Rock In Rio (mesmo ali ao lado) se encontrava esgotado para receber nomes como Scorpions, Evanescence, Europe e Extreme; e o Comendatio (em Tomar), algo que poderia ter afastado algum público deste espetáculo, mas não foi o caso. Teria sido seguramente mais uma noite memorável de uma banda que dá concertos de topo e absolutamente demolidores. No entanto, cerca de uma hora e meia após o término da atuação dos excelentes Toxikull, a promotora comunicou ao público que o concerto havia sido adiado devido a problemas técnicos. Pouquíssimos minutos após a emissão do comunicado, os germânicos informaram que apesar de estarem prontos a pisar o palco, um problema na mesa de som, impediu que o espetáculo se realizasse. Um balde de água fria para as hordas da banda germânica. A Prime Artists anunciou, entretanto, nas suas páginas nas redes sociais, que os bilhetes ficam automaticamente válidos para a nova data.

Antes de algo fazer prever este azarado desfecho para os fãs da banda alemã, houve a oportunidade de assistir ao espetáculo de uma das mais sólidas propostas musicais criadas nos últimos 10 anos, no que diz respeito ao heavy metal e speed metal. Os nacionais Toxikull demonstraram, em meia hora de concerto, que foram uma escolha de nível bem superior para esta noite. Diversas vezes existem bandas internacionais que visitam o nosso país acompanhadas por bandas de suporte de qualidade mediana, que não são uma grande mais-valia para o cartaz. É com enorme satisfação ver um nome como os Toxikull figurar na abertura de um espetáculo destes. É importante recordar que haverá mais uma oportunidade para ver os Toxikull brevemente, no dia 1 de julho, no Lisboa ao Vivo, gratuitamente para quem tiver comprado bilhete para o Evil Live, ou por €10 para quem não tiver comprado o bilhete para o festival.

O quarteto português iniciou o concerto de forma veloz e potente, com a sua faceta mais speed metal a ser demonstrada nos temas "Cursed and Punished" e "Nascida no Cemitério". No segundo tema, o frontman Lex Thunder incentivou o público a cantar "com tomates" a parte 666. Em seguida, mostraram a sua versatilidade ao tocarem uma faixa mais heavy rock, "Around the World", uma das músicas em destaque do novo álbum e que promete tornar-se um hino do grupo. Continuando a apresentar o seu mais recente trabalho, os Toxikull apresentaram o speed metal irrepreensível de "Night Shadows", a fazer lembrar os Judas Priest. O público recebeu bem este tema e o vocalista/guitarrista Lex Thunder agradeceu e disse que "são vocês que mantêm o heavy metal vivo". Apesar de já contarem com três álbuns e não precisarem de tocar covers, estes músicos decidiram presentear os presentes com uma homenagem à banda do malogrado Lemmy, os Motorhead, com uma cover de "Iron Fist", muito similar à original. Estes defensores do metal tradicional terminaram esta curta e intensa atuação de quase meia hora com "Metal Defender", tema no qual houve uma passagem de testemunho de baixistas. Lex Thunder anunciou que esta seria a última atuação do baixista Antim "The Viking", que atuou neste tema apenas em dueto com o vocalista, dando oportunidade para a estreia do novo baixista Ivo Fernandes.


Texto por Mário Santos Rodrigues
Fotografia por Tânia Fidalgo
Agradecimentos: Prime Artists