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Reportagem: Plini + God Hates a Coward @ L.A.V. Lisboa – 26.06.2024


O regresso a Portugal de um dos atuais mestres da guitarra fez-se em duas datas. Dia 25 de junho no Porto e no dia seguinte na Capital. A Metal Imperium esteve neste último, onde assistiu a um concerto que revelou um público rendido à arte de Plini do primeiro ao último minuto, ou se preferirem, da primeira à última nota. Convidados a partilhar o palco nestes dois eventos, estiveram os God Hates a Coward, que mostraram que no nosso país também há bons executantes e bons compositores.
Alguém entendeu que a banda indicada para abrir o concerto de Plini, um artista que apenas toca temas instrumentais, seria uma que fizesse o mesmo. Vasculhando o vasto catálogo de bons conjuntos musicais -que felizmente temos no nosso país-, a escolha recaiu sobre os God Hates a Coward (GHC). E em boa hora o fizeram. A banda lisboeta mostrou-se muito competente e sincronizada, sabendo aproveitar o momento. Com um EP homónimo lançado no passado mês, estes dois concertos foram uma boa montra para darem a conhecer a sua música, onde não faltou o single “Solitude”. Tal como o baterista Mário Fernandes referiu, houve quem não quisesse saber do jogo de futebol que decorria naquele momento e tenha comparecido, criando um ambiente fantástico, que soube certamente muito bem aos GHC.

Foi qualquer coisa de fantástico o concerto de Plini. Conseguir entreter uma sala praticamente cheia, apenas com temas instrumentais, não é para qualquer um. É preciso ter boas músicas para interpretar, pois não basta apresentar-se como o virtuoso guitarrista que é. Recusando o estatuto de guitar hero, Plini é bastante modesto. Nada de poses à rock star, nem de movimentos exagerados, a sua guitarra é tudo o que necessita para se expressar e ela não requere tiques de vedeta, mas apenas de ser bem tratada. Primeiro tema da noite: “The Red Fox”, pois este concerto está inserido na Mirage Summer Tour, que visa promover o mais recente trabalho do australiano, Mirage, e assim, nada melhor do que começar com música nova. Numa das poucas vezes que falou com o público, Plini mostrou-se satisfeito pelo concerto da noite anterior e também por este, dizendo que a reação portuguesa à sua música é muito positiva, o que significava que ele estava a fazer alguma coisa bem. Na verdade, tudo estava perfeito e o seu rock instrumental soava límpido. Ter uma banda recheada de excelentes músicos ajuda a isso e todos eles tiveram também tempo para os seus solos, tanto o baixista, como o baterista, mas sobretudo Jake, o segundo guitarrista da banda e wingman de Plini. Num concerto sem direito a encore, fica registado como um dos momentos altos do espetáculo, o despique realizado entre estes dois últimos, no decorrer do derradeiro tema da noite. De salientar também a constante troca de instrumentos durante o concerto, com violas baixo e guitarras a sair e entrar constantemente, com exceção da de Plini. Este manteve a sua durante todo o evento.

Foi um concerto muito bom, como já referi. Não só para aqueles que gostam de ver músicos de excelência em ação, mas também para qualquer apreciador de rock, em geral.

Texto por António Rodrigues
Agradecimentos: Prime Artists