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Reportagem: The Interrupters e The Pages @ L.A.V. Lisboa – 31.05.2024


Era um evento aguardado com enorme expetativa, a estreia dos Interrupters no nosso país. Considerados por muitos como uma das bandas do momento, as suas atuações ao vivo são consideradas como sendo, no mínimo, inesquecíveis. Talvez tenha sido por todas estas razões que a sala do L.A.V. se encontrava cheia para assistir ao concerto da banda punk americana. Como convidados para abrir este evento, os The Pages, que estiveram à altura do que era a sua função nesta noite.

São um projeto recente, mas a sua sonoridade faz-nos viajar no tempo, para uma década em que os Misfits e os Ramones davam cartas. Usando uma indumentária que parecia deslocada num concerto punk, os The Pages surpreenderam quem ainda não os conhecia, enquanto provavam aos restantes que são uma banda a ter em atenção. “Expectation” deu início a uma atuação muito boa da banda de Almada, onde não faltaram os singles “God Save the President” e “Circle of Life”. Para quem se intitulou como banda micro-ondas, eu diria que os The Pages fizeram muito mais do que simplesmente aquecer o público. O último tema da noite foi “Part-Time Punks”, uma cover dos Television Personalities que vai ao encontro da sonoridade descontraída que os The Pages praticam.

Os primeiros elementos dos The Interrupters a entrarem em palco foram os manos Bivona e a explosão de alegria foi enorme. Momentos depois, Kevin apresentou (como se fosse necessário), a fantástica Aimee, que assim que entrou em palco se dirigiu ao público que se encontrava à frente para inúmeros apertos de mão, algo que se repetiu ao longo de todo o concerto. O tema de abertura foi o já tradicional “Gave You Everything” e percebeu-se de imediato que este iria ser um grande espetáculo. Grande entrega por parte da banda, resposta à altura por parte do público, a simbiose necessária para transformar um bom concerto num excelente concerto. “Title Holder” foi outra das músicas que o público fez questão de cantar e nem mesmo quando a guitarra de Kevin deixou de tocar, isso afetou a atuação da banda. “Babylon” é um tema que explora bem a costela Ska dos Interrupters que para isso conta com Billy Kottage nas teclas e também trombone.
Uma palavra acerca de Aimee. Para além da sua simpatia contagiante, parece difícil de acreditar como é que daquele corpo sai uma voz tão pujante. Valentes pulmões. Mesmo nas músicas mais exigentes em termos vocais, ela não vacila, como aconteceu num dos mais recentes singles, “Raised by Wolves”. Entre o público fazia-se crowd surfing, cantava-se e ninguém conseguia estar parado, o que levou Kevin a eleger este como um dos melhores concertos da banda e a prometer um regresso ao nosso país para breve. A bandeira nacional também já estava em palco, alguém a entregou a Aimee e nela podia ler-se “Love Never Dies”. Já para o final, “Family” foi dedicada a todos os presentes e o encore terminou com “She´s Kerosene”, num concerto que teve tudo para ser um dos melhores do ano, até confettis.
Um agradecimento à promotora que conseguiu trazer os The Interrupters a Portugal, algo que era desejado pelos fãs há muito tempo.

(ver mais fotografias do evento, aqui)(ver mais fotografias do evento, aqui)

Texto por António Rodrigues
Fotografia por Tânia Fidalgo
Agradecimentos: HellXis