Estreia em solo luso de uma banda que está a fazer furor um pouco por todo o mundo. Incluído numa tour europeia que tem passado pelos maiores festivais do velho continente, as japonesas Hanabie não deixaram Portugal de fora e ofereceram um concerto repleto de emoções. Banda de abertura para esta noite, os enérgicos Albert Fish, com a sua irrequieta vocalista Inês Menezes.


Quanto às Hanabie, os mais atentos sabem que este concerto correu o risco de não se realizar devido à lesão que tem afetado a baterista da banda. Felizmente, e apesar de se apresentar com os pulsos ligados, Chika compareceu à chamada, para contentamento do vasto público que quase esgotou a sala do LAV. Muita juventude entre a assistência, mas a sonoridade da banda japonesa também é capaz de conquistar fãs noutras faixas etárias, como se pôde comprovar. Pelas 22h00 os elementos foram entrando em palco, uma a uma, sobre fortes aplausos. A vocalista Yukina foi a última e também a mais aplaudida, ao que não é estranho o facto de trazer com ela uma bandeira portuguesa. Sem demoras, a banda começou a tocar o seu metalcore impregnado de inúmeros outros estilos musicais. Não há outra forma de classificar a música das quatro nipónicas, o que é certo é que o resultado é positivo e tem conquistado mais e mais adeptos. A simpatia de todos os elementos é de salientar. Era difícil ficar indiferente aos momentos “fofinhos” em que se tornavam as conversas com o público, quer fossem acerca de pasteis de nata, cerveja ou mesmo futebol. Um forte contraste, quando comparado à música agressiva que tocam. Por falar em agressividade, as vozes guturais de Yukina são impressionantes. Mais ainda se tivermos em consideração a estatura franzina da vocalista, mas ela está lá. Algumas backing tracks ajudam ao preenchimento do som num concerto que marcou a estreia das Hanabie no nosso país.
Acredito que o quarteto quisesse dar mais. O espetáculo foi eletrizante, mas acabou por ficar marcado pela sua curta durabilidade, aliado a algumas pausas que, apesar de divertidas, foram talvez demasiado longas. A razão prendeu-se com a lesão de Chika. Certamente que numa próxima visita a Portugal a banda não deixará de compensar o público português.
Texto por António Rodrigues
Fotografia por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Prime Artists