Vai certamente permanecer na memória de todos os que presenciaram este magnifico concerto. Os Thirty Seconds to Mars trouxeram com eles tudo o que é necessário para um espetáculo destas dimensões, sem se esquecerem da habitual entrega em palco, que tanto os caracteriza. A dar início à noite, uns irreverentes Jagwar Twin, que cumpriram a função que lhes havia sido atribuída, a de aquecer o público para o que viria a seguir.
Quem conhece Jagwar Twin sabe que o artista por trás deste nome se chama Brandon Roy Wronski, que para além de vocalista, é também produtor musical ligado a projetos dentro do rock alternativo. Esta sua estreia em Portugal serviu para mostrar a versatilidade da sua música, através de alguns temas que, diga-se, embora mais “dançáveis”, conseguiram entreter uma sala do Meo Arena bastante cheia. Ficaram na retina “I Like to Party” e também “Bad Feeling (Oompa Loompa)”, com que se despediu.
Ao contrário do que seria expetável, não foi em cima do palco que os Thirty Seconds to Mars se deixaram ver pela primeira vez esta noite. Após uma exaustiva contagem decrescente a partir dos 90 segundos e que felizmente parou nos 30, a banda surgiu na bancada oposta ao palco e logo se percebeu que tinham o público na mão.
Os três elementos percorreram toda a sala por entre a multidão que tentava chegar até eles, parando mesmo para cumprimentar um ou outro fã. Já em palco, também foi imediatamente percetível que este seria também um espetáculo visual rico. Um ecrã gigante sempre com imagens a correr e um belíssimo jogo de luzes foram logo revelados, assim que a banda atacou “Up in the Air”. Quem estava sentado nas bancadas levantou-se e não mais se sentou, todos se mexiam ao som da banda americana. A primeira paragem no alinhamento serviu para selecionar alguns elementos do público para que subissem ao palco e dançassem, enquanto a banda tocava “Rescue Me”. “This is War” levou a sala à loucura e terminou com explosões de confetis. Após este tema, Jared Leto regressou sozinho, apenas acompanhado pela sua viola de caixa. Foi nesta altura que mais falou com o público, não deixando de agradecer por todo o apoio ao longo dos anos. Ator galardoado, rock star, ainda consegue fazer uma espetadora na casa dos cinquentas chorar copiosamente ao som de “Alibi”, como foi visível nos ecrãs gigantes. Antes de “City of the Angels”, a confirmação do que já todos desconfiavam. O espetáculo estava a ser gravado. Dessa forma ficou registado o belo momento que aconteceu durante a interpretação desse tema, com toda a sala a ficar iluminada apenas com as luzes dos telemóveis do público. Houve tempo para estrear uma música ao vivo, “Get Up Kid”, antes de “Attack” que parecia ser a escolhida para terminar o concerto.
O trio regressou ao palco trazendo consigo uma bandeira portuguesa e uma cópia em vinil do mais recente álbum, It´s The End Of The World But It´s A Beautiful Day. Mais quatro temas neste encore, onde foi interpretado mais um tema ao vivo pela primeira vez, “Avalanche”, mas também “The Kill (Bury Me)” e “Closer to the Edge”, com o palco, uma vez mais, bastante preenchido por elementos escolhidos de entre o público.
Quer se goste mais, ou menos, da direção que a música dos Thirty Seconds to Mars está a tomar, o certo é que as suas atuações ao vivo são repletas de energia. Quem vai assistir sabe as letras de todos os temas e a legião de fãs não para de aumentar. Num espetáculo que também teve efeitos pirotécnicos, ficou feita a promessa de voltar em breve, quem sabe na cidade do Porto, dessa vez.
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Texto por António Rodrigues
Fotografia por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Everything Is New