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Entrevista aos Reach


O trio rock Reach, de Estocolmo, está de volta com força com “Prophecy”, uma mistura única de jazz e elementos clássicos ao seu rock, lançado no dia 29 de março de 2024, pela Icons Creating Evil Art.
Este trio está a ter sucesso no cenário do rock internacional com o eletrizante primeiro single, “Mama Mama”, e o segundo e terceiro singles, “Little Dreams” e “A Million Lives” também são excelentes!
Os Reach, compostos pelo Ludvig Turner, Marcus Johansson e Soufian Ma’Aoui, continuam a ampliar os limites das suas proezas musicais. A sua colaboração com o aclamado produtor musical Christian Schneider na produção de “Prophecy” refinou o seu som único. Esses tipos têm tudo para se tornarem grandes em todo o mundo. Prestem atenção à música deles e leiam esta breve mas muito interessante conversa que a Metal Imperium teve com o Ludvig Turner e o Soufian Ma’Aoui, poucos dias antes do lançamento do álbum.

M.I. - Primeiramente, deixem-me parabenizá-los pelo novo álbum. As faixas são absolutamente incríveis e cativantes! A banda tem recebido muita atenção. Como se sentem com isso? 

Soufian (S) – Primeiramente, obrigado pelo elogio, que grande elogio! Estamos super animados, estamos muito felizes por, no segundo álbum, termos decidido tentar algo novo para nós e sair da nossa zona de conforto e estamos muito felizes que haja tantas pessoas que parecem gostar e aproveitar o que estamos a fazer. Estamos muito animados e esperamos que as pessoas gostem deste álbum também!


M.I. - Aposto que sim, porque os singles são demais!

S - Sim, são, obrigado!


M.I. – Vocês, definitivamente, nasceram para ser artistas! Têm criado músicas excelentes!

Ludvig (L) - Isso é realmente lisonjeiro! Muito obrigado!


M.I. - A banda terá uma festa de lançamento de “Prophecy” no dia 28 de março. Quem pode participar nessa festa? Convidados? Ou haverá bilhetes disponíveis? O que é que os fãs podem esperar?

S - Vai ser um evento aberto ao público. Decidimos à última da hora que iríamos para um dos lugares onde tocamos muito, chamado Pub Anchor. Vai ser uma noite aberta, portanto se quiserem aparecer, estejam à vontade!
L – Vai ser entrada livre. Raramente tocamos em casa, por isso sentimos que agora que o fazemos, só queremos que todos venham se quiserem. É como uma grande festa!


M.I. – Irão tocar o álbum na íntegra?

L - Eu diria que vamos tocar a maioria das músicas do próximo álbum e, claro, algumas das músicas mais populares dos álbuns anteriores!
S - Vai ser fixe! Teremos alguns convidados... não para as nossas músicas, mas vamos fazer uma pequena jam session depois! Será uma noite de festa cheia de rock and roll!


M.I. - OK! E haverá alguma surpresa para os fãs?! Não me vão contar, pois não?!

S – Sim, haverá pelo menos uma surpresa para todos que as pessoas esperam... vamos tocar o álbum que só será lançado no dia seguinte, portanto vamos tocar músicas que não foram lançadas e só poderão ser ouvidas no dia seguinte!


M.I. - Este álbum será lançado na Sexta-Feira Santa. Considerando que a Sexta-feira Santa é um feriado religioso e o álbum é “Prophecy”… a data foi escolhida intencionalmente ou é uma coincidência?

L – Certo! Certamente foi, não decidimos quando lançar o álbum. A editora é que decidiu isso… para nós, é uma coincidência, mas talvez a nossa editora tenha um plano...


M.I. - O álbum e a capa com os vitrais lembram-me algo religioso, como os vitrais das igrejas. Acho que a Sexta-Feira Santa é um bom dia para lançar este álbum porque estará no topo das tabelas de todo o mundo!

L – Obrigado! Quanto ao resto, não estás errada e é uma coincidência, porque é uma espécie de tema religioso e o nome “Prophecy” também se relaciona com isso. Mas, da nossa parte, a data de lançamento é só uma coincidência, mas é uma coincidência muito boa, sim, muito boa!


M.I. - Como foi o processo de composição deste álbum em comparação com o último, considerando que desta vez não houve restrições por causa do corona vírus?

L - Acho que uma das principais diferenças é que o último fizemos com o Jona Tee dos H.E.A.T, o teclista, e este fizemos com o Christian Schneider, um amigo nosso. Uma das coisas principais é que ele queria que gravássemos todas as músicas ao vivo como um trio, porque ele sentiu que se as músicas funcionassem como um trio, então elas funcionariam quando adicionássemos todos os teclados e os extras. E começamos a gravar tudo apenas nós os três, numa sala, e ele sentava-se lá e fazia anotações e dava sugestões sobre como poderíamos ajustar as músicas. Na verdade, foi um processo muito divertido. E acho que é por isso que a música principal do álbum soa como soa, porque é uma nova maneira de gravarmos. Foi muito agradável, muito divertido, mas também moldou o som.


M.I. - Vocês trabalham individualmente ou fazem tudo juntos? Quem escreve as letras? Há uma pessoa responsável por isso?

S - Acho que o Ludvig é o compositor principal! Ele geralmente aparece com ideias e trabalhamos nelas juntos ou todos levamos trabalho para casa e fazemos a nossa parte e depois tentamos juntar tudo, mas liricamente, tudo até agora foi feito pelo Ludvig.
L – Certo! Sim, isso é comigo! É mais fácil para mim escrever letras e versos como cantor, mas sempre gostamos de juntar todas as partes e mais agora do que nunca. Para este álbum, eu diria que escrevemos tudo juntos e foi muito bom. Acho que será ainda mais assim no futuro. A música de abertura de “Prophecy” foi a primeira que escrevemos juntos para o álbum e na qual começamos a tocar. Eu diria que nós os três compusemos mais músicas juntos do que antes e acho que isso vai acontecer mais no futuro.


M.I. - O que é que vos inspira? Inspiram-se na vossa carreira como músicos, porque “Save the world” parece ser um pouco sobre vocês!

L – Provavelmente! Não sei! Acho que a maioria das letras das músicas agora pode ser aplicada a qualquer pessoa. São cenários familiares, mas muitas vezes exagerados, por isso eu diria que “Save the world” é um cenário comum e um lugar comum em que novos artistas ou artistas antigos entram. Para nós, talvez não seja tão extremo quanto a música sugere, mas o objetivo da música é pintar esse quadro com muitas cores brilhantes.


M.I. - Acham que é realmente possível salvar o mundo escrevendo melodias com beleza nas palavras?

L - Só se pode salvar o mundo com amor é o que eu digo. Mas, sim, absolutamente, em certo sentido, se quisermos seguir esse caminho, eu diria que a cultura tem um grande efeito sobre todos nós e não somos nada sem cultura. Sem cultura somos robôs, a vida não faz sentido!


M.I. - A música “Save the world” é sobre uma miúda que entra numa grande editora. Vocês acham que as editoras, principalmente as grandes, podem corromper a essência do artista? Elas podem moldar o artista em algo diferente do que ele esperava? É como assinar um acordo com o diabo. Seriam suficientemente corajosos para o fazer por fama e dinheiro ou prefeririam ser artistas “menos reconhecidos” e fiéis a vós mesmos?

S – Estás a pensar no enredo de Crossroads agora? Assinar um acordo com o diabo! Sim, bem, nós tentamos isso e superamos de qualquer maneira. Agora eu acredito, e acho que falo pela banda, que não existe uma solução rápida, não existem atalhos, ninguém se torna rockstar da noite para o dia. Para nós, tornarmo-nos uma banda popular significa fazer mais concertos.
L – Se tivesses de escolher um, diria que o trabalho duro e um plano para me tornar melhor resulta melhor do que sorte!


M.I. - O vídeo da música “Save the world” tem uma vibe de “The Greatest Showman”. Foi intencional? Concordam com esta comparação?

S – Sim, definitivamente.


M.I. – O vídeo foi produzido por Janne Mattsson e a equipa SRM. Qual o vosso contribuito? Quem foi o mentor da ideia?

S – Bem, Lud é o responsável pelo vídeo, na verdade. Ele tem sempre todas as ideias de vídeo e nós trabalhamo-las com o Janne, que faz os nossos vídeos, por isso, geralmente, são eles os dois que tratam disso. Então Lud, provavelmente podes explicar melhor qual foi a tua ideia ?!
L – Sim, não estás longe da ideia! Eu realmente não estava a pensar no “The Greatest showman”. A propósito, adoro esse filme, mas não estava a pensar nele como referência para o vídeo, mas é teatral e dramático como “The Greatest showman”. Quando escrevo músicas, muitas vezes visualizo uma ideia na minha cabeça para me levar ao lugar certo e geralmente esse é o videoclipe. Eu tive a ideia duma companhia maligna e de pessoas assustadoras e dessa artista inocente neste caso… Eu apenas tive uma ideia aproximada, isso é o que eu vejo e o que eu quero fazer e e fui ter com o Janne e ele dá-me o que nós realmente queremos, portanto muito crédito vai para o Janne por todos os videoclipes que fizemos. Posso ter uma ideia, mas é ele quem faz todo o trabalho duro.


M.I - Também há um vídeo para “Mama mama”. Mais algum vídeo será lançado em breve?

S - Não há mais vídeos. Não temos nada planeado, veremos o que acontece daqui para a frente, mas não há nada previsto neste momento. Acho que vamos concentrar-nos no álbum e em fazer concertos e faremos isso por um tempo.


M.I. - A capa do álbum e as capas dos singles têm uma arte muito interessante, parece quase religioso, como uma profecia religiosa, com os vitrais... qual é o significado? Quem é o responsável pelos designs? É o Ludvig também já que ele parece ser o tipo criativo?!

L - É um tipo chamado Vagelis da Grécia, ele fez a capa do último álbum também. Basicamente, chegamos até ele com ideias e ele é exatamente como o Janne. É muito bom a incorporar as nossas ideias e a colocá-las no papel, é um tipo muito talentoso, e sabíamos que queríamos que fosse ele a tratar disto. Se viste a capa do álbum “Promise of life”, temos o mesmo tema que passa por todos os singles com a mesma pessoa que muda dependendo da música. Só tenho que deixar aqui que o Sou(fian) merece muito crédito, porque toda a arte deste álbum foi ideia dele inicialmente, com as janelas e tudo mais!
S – Sim, tive a ideia do layout. Para o último álbum, basicamente fomos até ao Vagelis e dissemos-lhe para fazer algo fixe, mas agora demos-lhe algo com que trabalhar, que acabou por ser o melhor até agora. Ele é muito talentoso, sabíamos que queríamos ter algum tipo de tema a percorrer o álbum com várias peças da mesma maneira.


M.I. - Há pouco, disseram que era “um pouco religioso”. O que querem dizer com isso?

L – Referia-me mais à estética do que ao aspeto religioso. É como escrever músicas ou fazer obras de arte referentes a Satanás. Isso não significa necessariamente que acreditamos em alguma dessas coisas, é só que se você tiver que escolher uma, acredito que Satanás é mais fixe que Deus, e vamos “mexer” mais com ele.


M.I. – E como é que as pessoas têm reagido aos novos singles? Li algumas reações online, mas provavelmente receberam muitas mais. Qual é a ideia geral?

S – Tem corrido tudo bem! Acho que as pessoas parecem gostar, mas é muito difícil saber até que o álbum tenha sido lançado, porque uma música pode estar a ser bem recebida, mas depois de um tempo, pode diminuir um pouco… e será interessante ver se as pessoas continuarão a voltar a esse tema ou não. Estamos ansiosos por isso, espero que sim!
L - Com o último álbum, algumas músicas nossas tornaram-se mais populares que outras como “The Law”, “Motherland”. Depois, houve algo que não esperávamos, que foi o sucesso de “Cover my traces”, que foi um pouco estranho para nós. Acho que este álbum tem uma variedade ainda maior de músicas, e estou muito curioso para ver o que acontece! Se ouvires os singles que lançamos, não te vão dizer como será o som de outra música qualquer do álbum, porque todas elas soam totalmente diferentes, portanto estou curioso para ver quais as músicas que as pessoas mais apreciam.


M.I. - Eu continuo a ouvir “The seventh seal” com regularidade… não sei porquê…

L – Uau! Obrigado! Isso é muito fixe!


M.I. – Sim, é diferente, não sei, mas gosto muito, e continuo a ouvi-la de vez em quando, só essa mesmo, não o álbum inteiro. Às vezes faço isso, mas quando é uma música aqui e ali, “The Seventh Seal” é a minha favorita.
“The Law” tem mais de 2 milhões de streams no Spotify. Quão gratificante é isso?

S – Ah, é ótimo! Como disse antes, isso significa que a música tem poder de permanência, as pessoas continuam a ouvi-la mesmo que já tenham passado alguns anos desde o álbum anterior, ela ainda está forte, e isso é ótimo porque, aparentemente, significa muito para as pessoas, e é isso que queremos alcançar, portanto é uma sensação ótima!


M.I. - É comum acharem que uma música vai ter sucesso e depois isso não acontece e vice-versa, acham que ela não será muito apreciada e as pessoas gostam?

L - Foi exatamente isso que fizemos no último álbum com “Cover my traces”. Foi um pouco estranho e é muito complicado escolher um single que seja o melhor ou mais popular ou talvez a música mais fácil de ouvir, não sei, mas há pensamento por trás disso. Pensas “Talvez esta música venha a ser top, muitas pessoas vão gostar dela”, mas nós estávamos errados, eu estava errado. Na hora de escolher os singles, voto naquele que acredito que poderia ser um bom single. Na verdade, ou escolho uma música que é muito popular, algo diferente como “Save the world”, por exemplo, ou escolho uma música como “The law”, que é mais fácil de ouvir em comparação com outras.


M.I. - Quais são os planos para promover este álbum? Uma grande tournée? Finalmente virão a Portugal? Obrigada pelo vosso tempo. Gostariam de deixar uma mensagem final aos vossos fãs portugueses?

L – Esperamos tocar em Portugal em breve! Espero que sim! Nunca estivemos aí, por isso se tiverem algum concerto, enviem-nos um email, iremos a qualquer hora!
S - Eu adoraria isso!


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Entrevista por Sónia Fonseca