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Reportagem: Black Widows e Vengeful Fate @ Tokyo Bar, Lisboa – 20.04.2024


Mais importante do que a curiosidade de serem uma banda formada com elementos apenas do sexo feminino, é o facto das Black Widows serem um dos conjuntos com mais anos de existência. É verdade, já em 1996 estas senhoras faziam música. Após quase duas décadas de interregno, eis que as viúvas regressam aos discos em 2022 com Among the Brave Ones e os concertos surgem naturalmente, como o desta noite no Tokyo Bar, onde se fizeram acompanhar pelos Vengeful Fate.

Este trio subiu ao palco pelas 22h15 e deixou boa impressão. Muita juventude, a tocar um rock alternativo que teve o seu auge na década de 90. Uma viola baixo muito presente em todos os temas, um bom baterista e um guitarrista/vocalista com uma postura bastante rocker, usando o microfone bastante subido, o que o obrigava a esticar-se para lhe chegar, não deixando nunca de fazer headbanging nas partes instrumentais das musicas. “Come Wasting” foi uma das últimas e também uma das mais rapidinhas, num concerto muito agradável por parte dos Vengeful Fate.

Desta vez, ao escrever sobre o concerto das Black Widows, vou começar pelo fim. Foi muito bom. Isto por si só não deve admirar ninguém, são sempre. Mas nem tudo é fácil e por vezes também surgem situações inesperadas, como a que aconteceu nesta noite, no início da sua atuação e que levou a que um tema – “Eden Denied” - tivesse de ser repetido. As Black Widows -tal como todas as bandas deviam fazer- pautam-se por um grau de exigência do qual não abdicam. Problemas resolvidos e partiu-se então para uma noite de música que todos esperávamos. Bom ambiente, com público em número significativo, mesmo com todos os eventos que estavam a ocorrer naquele mesmo momento, noutras salas das redondezas. Não se focando apenas no último trabalho, foi feita uma setlist que nos levou a também a visitar o ano de 2002 e o álbum, Sweet… the Hell. Curiosidade para ver em palco a nova baixista, Cátia, que nem parecia estar a dar um dos seus primeiros concertos com a banda, tal a cumplicidade que se percebe existir entre todos os músicos. A versatilidade vocal de Rute Fevereiro não deixa de encantar, assim como os seus solos de guitarra. Marta Brissos continua uma verdadeira máquina na sua bateria e até a jovem Iris se sentiu confiante para conversar com o público. Para o final ficaram “Black Orchid” e “Among the Brave Ones”, não que sem antes Rute Fevereiro lembrasse alguém, para si muito importante, que faria anos nesse mesmo dia.

Foi um bom concerto, à semelhança dos que já vimos serem oferecidos pelas Black Widows. Recordo que este evento, originalmente agendado para dia 13, havia sido adiado uma semana, mas valeu a pena a espera.

Texto por António Rodrigues
Fotografias por Tânia Fidalgo
Agradecimentos: Black Widows