Casa cheia para receber os The Pineapple Thief, num concerto que contou com a prestação de músicos de topo. Assistir a um espetáculo desta banda britânica é uma experiência fantástica, mais ainda quando encontramos Gavin Harrison na bateria. Para abrir a noite, outro músico com ligação aos Porcupine Tree. Nada mais, nada menos que Randy McStine, que deu um espetáculo no mínimo…diferente.
Foi de forma discreta que o músico britânico entrou em palco. Sozinho, tinha como objetivo entreter uma sala que se encontrava quase cheia, fazendo uso apenas da sua guitarra acústica e de um sintetizador. Conseguiu-o, sem sombra de dúvidas. De forma original, gravava trechos que logo reproduzia, enquanto ia adicionando outros mais, de forma que ouvíssemos inúmeras guitarras, sendo que em palco se encontrava apenas uma. Foi um set curto, mas deu para ouvir alguns temas da sua carreira a solo e ainda dois do seu projeto com Marco Minnemann.
A sala estava ao rubro quando os The Pineapple Thief entraram em palco. A It Leads To This European Tour tem esgotado salas e Portugal esteve muito perto disso, também. Foi mesmo por esse novo trabalho que a banda começou, mais concretamente com o primeiro single dele extraído, “The Frost”, mas o espetáculo da banda inglesa também planeava passar em revista os anteriores trabalhos. Bruce Soord esteve sempre muito comunicativo e até se tentou expressar em português, talvez para se redimir de um comunicado em castelhano que se ouviu na sala, momentos antes do início do concerto. Não foi preciso esperar muito até que chegássemos ao segundo single deste novo álbum, “Every Trace of Us”. Trocando constantemente de guitarra, Bruce ia dividindo os solos com Beren Matthews, outro virtuoso em palco. As músicas interpretadas iam sendo também cantadas pelo público, sobretudo as mais recentes, provando que este novo álbum caiu no goto dos fãs portugueses. Exemplo disso mesmo foi o tema que lhe dá nome. “It Leads To This” foi uma das mais aplaudidas da noite, juntamente com “To Forget”. Estávamos a chegar à ponta final do concerto e o tradicional encore fez-se com dois temas mais antigos. “In Exile” e “Alone At Sea”, que foram o culminar de um concerto que teve a duração de 100 minutos.
Por momentos, o palco do L.A.V. teve uma elevada concentração de músicos de excelência por metro quadrado. A música progressiva é fértil nesse aspeto e é sempre assinalável quando bandas deste calibre nos visitam. Registar também o facto de os The Pineapple Thief terem pedido para que não se captassem imagens, o que deu a ideia de que estávamos no passado século, em que não tínhamos de nos desviar constantemente das centenas de telemóveis que bloqueiam a vista a quem quer unicamente assistir ao espetáculo.
Texto por António Rodrigues
Fotografias por Paulo Jorge Pereira
Agradecimentos: Free Music Events