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Reportagem: Alpha Warhead, Insurgência e Yaatana @ R.C.A. Club – 15.03.2024


Sensivelmente quinze dias após terem participado no concerto de lançamento do novo álbum dos Toxikull, eis que os Alpha Warhead regressam a esse mesmo palco para, desta vez, apresentarem eles próprios o seu primeiro álbum, Code Red. O evento prometia uma noite de thrash metal à antiga e foi a isso mesmo que assistimos do início ao fim, sobretudo porque as bandas convidadas também praticam essa sonoridade.

Os Yaatana foram os primeiros a subir ao palco e foi perante uma sala muito bem composta que debitaram o seu thrash crossover. Esta jovem banda viajou do Porto para dar aqui o seu quinto concerto e pela forma como conquistou o público, valeu bem a pena. Não foi preciso esperar muito para que se criasse um moshpit na sala. Pelo meio da sua atuação, duas covers de Sepultura: “Inner Self” e “Territory”, que fizeram as delícias de quem assistia. 

Seguiram-se os Insurgência e pouco mudou no que diz respeito ao género musical e à atitude do público, que continuou a ser fantástica. Cantava-se agora em português, pois é essa a língua escolhida pela banda da Amadora para as letras dos seus temas, onde a critica social é uma constante. Uma das covers escolhida foi também de uma banda brasileira, desta vez dos Ratos de Porão, com “Crucificados Pelo Sistema”. Já antes haviam tocado “Doutrinação”, dos nacionais Estriknina, que contribuiu para abrilhantar a sua atuação, onde encontramos originais de grande qualidade.

Parece até difícil de acreditar que este era o concerto de apresentação do primeiro álbum dos Alpha Warhead, pois são tantos os concertos que esta banda já deu. O certo é que em cima do palco, eles desfrutam de cada minuto, de cada tema que interpretam, criando uma energia que contagia quem está a assistir. Cenário fantástico com as fitas “DO NOT CROSS” a bloquearem o acesso ao palco (ainda que por pouco tempo), o sinal sonoro de alarme acionado por um botão de emergência, que todos estavam convidados a pressionar e ainda os bonecos com fato de proteção e máscara de gás que se encontravam nas laterais do palco. Quanto à música, ela foi rasgadinha durante os quase 60 minutos de atuação. Thrash metal old school é a imagem de marca do quarteto da margem sul e nos temas escolhidos para esta noite não podiam faltar “Code Red”, “Fuel to the Fire” e a fantástica “Apollyon”. Pelo meio, mais covers. Primeiro com “Creeping Death”, dos Metallica e depois -talvez para que Dave Mustaine não ficasse zangado-, “In My Darkest Hour”, dos Megadeth. A mais rapidinha de todas estava guardada para o fim (ou talvez não). “Bullets of Hate” parecia ser a despedida, mas eis que após este tema subiram novamente ao palco elementos dos Yaatana e dos Insurgência, para uma homenagem aos Comme Restus com a malha “O Qéque Fôi”.

Três jovens bandas que provaram que o futuro do thrash metal está bem assegurado. Público a comparecer em bom número numa fantástica noite que, apenas foi beliscada pela queda de um elemento do público, o que levou a uma ligeira paragem da atuação dos Yaatana para que o mesmo fosse assistido e retirado em segurança da sala.

Texto por António Rodrigues
Agradecimentos: Xapada