Uma entrevista que, sem dúvida, vale a pena ler.
M.I. - Boa tarde, meus caros. Quanta honra e satisfação de podermos entrevistar um dos maiores nomes do Power Metal brasileiro e mundial. Espero que esteja tudo bem!
Rafael Bittencourt (RB): Obrigado, Raquel! Espero que esteja tudo bem contigo também! Muito obrigado! É uma grande oportunidade e grande honra poder falar contigo.
Felipe Andreoli (FA): Boa tarde. A trabalhar bastante e feliz de poder conversar com os nossos amigos de Portugal.
M.I. - Antes de mais, parabéns por assinarem contrato com uma das melhores e mais importantes editoras mundiais: Atomic Fire Records. Como é que se deu o acordo entre as partes? Poderiam contar algo mais sobre como isso aconteceu, por favor?
FA: Este é o nosso primeiro trabalho para a Atomic Fire. Tudo começou, porque não chegamos a um acordo com a nossa editora anterior, sobre a data de lançamento do álbum. E ao mesmo tempo, já tínhamos entrado em contacto com o Markus, da Atomic Fire, para falar do catálogo dos Angra, que nós queremos relançar em todos os territórios: Europa, Estados Unidos, etc.! Quando nós tivemos o desentendimento com a editora anterior, nós informamo-los que ia haver um disco novo que ia ser lançado e eles, prontamente, mostraram interesse em lançá-lo. Devo dizer que estamos bastante felizes com o trabalho de promoção do álbum que a Atomic Fire tem feito. Até agora, o nosso trabalho tem sido muito bom. Todo o “know-how” que eles têm (já desde a Nuclear Blast, agora com a Atomic Fire, eles têm contratos com bandas incríveis, que nós admiramos também). Tem sido muito bom e estamos muito otimistas com o futuro com a Atomic Fire.
RB: Por coincidência também, o Fabio era amigo do Markus, tinha uma relação com a editora, por causa de outros trabalhos que ele faz. O nosso empresário, Paulo Baron, também conhecia. O Kiko tem uma amizade com alguns profissionais ali dentro. Por isso, existe uma ligação e admiração nossa para com a Atomic Fire. Nós sabemos que eles entendem a psicologia do fã de Heavy Metal. Portanto, eles conseguem distribuir as bandas de Heavy Metal para o fã, porque eles entendem o que é um fã. Editoras maiores, (que até era o caso da anterior), às vezes acham o Heavy Metal uma coisa muito Underground e os Angra uma banda clássica (que não precisam de muito trabalho de marketing e é só lançar o álbum). Ainda hoje, nós colocamos muita paixão no que fazemos e achamos que a Atomic Fire entendeu essa paixão e consegue levar isso para o fã de Heavy Metal, que também é muito apaixonado.
M.I. - “Cycles Of Pain” foi lançado no dia 3 de novembro de 2023 e conta com 12 faixas, que retrata a antiga história da vida e morte, inícios e fins, ciclos de sofrimento, como escapar dos mesmos, o que faz com que possamos crescer de todas as formas. Para além das vossas, qual a história que vos inspirou para escrever este álbum magnífico?
RB: Uma coisa muito curiosa: este álbum tem dois temas, na verdade. Um tema que é implícito, que é o seguinte: a alegria, que nós dos Angra sentimos ao nos reencontrarmos depois da pandemia. Depois da pandemia, a nossa sintonia ficou ainda mais forte: os nossos laços, as nossas conexões de admiração, de respeito ficaram ainda mais fortes. E isso deu a inspiração para escrever o álbum! O álbum tem uma energia muito positiva, que é o resultado desse encontro. As mensagens que estão nas letras! As mensagens sobre as dores! E as dores não são apenas dores particulares, mas a nossa empatia com a dor de todos! A dor de todas as pessoas! Eu acho que este encontro entre esta mensagem (não de dor na verdade, mas uma mensagem positiva), um olhar sobre a dor positiva no sentido de que tu precisas da dor para crescer, amadurecer. Por mais que evitemos a dor, é ela quem nos molda a ser quem nós somos. Nós somos o resultado dos grandes desafios da vida! Nós não somos os resultados das vitórias! Essas duas coisas estão presentes no disco! Musicalmente, eu ouço um disco muito otimista, muito positivo e, nos temas, uma mensagem para as pessoas também de acolhimento, porque todos passaram pelos últimos anos, por muita dor.
FA: Acho que é importante dizer que a nossa visão da dor, não é uma visão de “curtir” a dor, de saborear a dor. Não é uma coisa depressiva, mas sim usar a dor, que é algo inevitável na nossa vida, como algo para o nosso crescimento. Não é sobre não sentir a dor, mas é como usar a dor em nosso favor para que possamos evoluir, aprender com a dor. E para que possamos enfrentar os vindouros ciclos de dor, duma forma melhor. Ela tem um propósito biológico. Ela serve para nos avisar de que alguma coisa está errada. A dor física tem essa função e a dor psicológica também! Ela avisa-nos de que algo está a acontecer e que é preciso lidar com aquilo, para que a dor cesse ou diminua. Aprender com a dor é também saber ouvir esses sinais! Usar isso como fortalecimento para nós!
M.I. - “Ride Into The Storm” incorpora velocidade, técnica, habilidade, modernidade e o típico Power Metal que a banda apresenta. O tema retrata esperança e sede de verdade, numa nova cruzada, unidos como guerreiros pela nossa própria mudança, que passa por nós próprios. Das músicas mais lindas do álbum. Podemos ser os nossos próprios guerreiros de luz, de forma a lutarmos contra uma tempestade? O que devemos fazer para que isso aconteça, na vossa perspetiva?
RB: Eu acho que, primeiramente, a dor endurece-nos quando somos jovens, cheios de ideais, de espírito leve. No primeiro momento, os grandes desafios da vida que são mostrados mal saímos de casa e vamos trabalhar, enfrentar o mundo, as primeiras frustrações com amigos, pessoas próximas, amores, desafetos, etc., tudo isto fortalece o nosso coração. É comum também, por exemplo, com a paternidade, a maternidade, o casamento ou momentos que vivemos e mostramos. Trazer leveza até um ponto na maturidade em que tu encontras o equilíbrio. Aquela dureza transforma-se em precaução, mas tu não deixas de ter um olhar de leveza sobre as coisas. Até um ponto que tu podes enfrentar a tempestade (metaforicamente as dificuldades da vida, os grandes desafios), com coragem e até euforia. Que venha a tempestade que eu quero enfrentá-la!
M.I. - No vídeo da música, vemos elementos que representam os álbuns anteriores, como o anjo, do “Angels Cry” e o menino que, na pasta, tem as siglas A.M. Podes falar sobre o vídeo, por favor?
FA: Sim! O vídeo é cheio de simbolismos que falam, não só sobre a música “Ride Into The Storm”, mas também sobre a banda! Afinal somos uma banda com 32 anos de História, que foram celebrados no dia 22 de outubro. O Leo Liberti, que é o nosso diretor, foi muito feliz em capturar diversos elementos, como o anjo da capa do disco, para contar uma história que homenageia também o Andre! Como também bem observaste, a personagem principal do videoclipe é um menino que representa o Andre enquanto criança. E esse Andre tem um encontro com esse anjo, que é o Anjo da Morte. Tem aquela parte muito simbólica, onde ele troca as flores secas do Anjo da Morte por flores vivas. Existem diversas simbologias que podes extrair desse momento, mas a principal que fica para nós e para os fãs dos Angra, é que o Andre se renovou dentro deste videoclipe! A própria memória do Andre, é renovada a cada disco que nós lançamos, porque o Andre é uma parte indivisível da história dos Angra! Não existe uma nota que nós toquemos, que não esteja de certa forma a ser influenciada por aquilo que ele e o Rafa construíram no começo. Acho que essa homenagem foi muito bem-vinda para reconhecer a importância do Andre na história da banda!
RB: Obrigado, Raquel (risos)! Obrigado a vocês que estão aí até hoje a apoiar-nos. A última tournée, que foi a tournée do “Ømni”, motivou-nos a continuar. Isto motiva-nos a continuar! Os fãs é que dão sentido ao que nós fazemos!
M.I. - “Gods of the World” refere-se aos governantes que governam o mundo e o impacto sobre as nossas vidas. Poderiam dizer qual é a mensagem?
RB: Eu acho que as pessoas são bombardeadas por informação e referências. Elas procuram referências para a construção da sua personalidade, dos seus valores, ideais. Mas nós somos tão bombardeados que é comum as pessoas acabarem por ser facilmente manipuladas. Ou seja, as pessoas têm valores em que elas acreditam, mas as ações contradizem os valores, porque elas são facilmente induzidas a agir muitas vezes em contradição às coisas que elas mesmas acreditam. Para mim, a mensagem principal, é que as pessoas não se deixem ser comandadas! Que elas não se esqueçam que há um pensamento próprio. Passamos muito tempo ligados nas redes sociais e na Internet de maneira geral. Os pensamentos são feitos por nós através do telemóvel cada vez mais e as pessoas agem de maneira reativa, de maneira impensada e, como eu disse, no fim das contas, estamos a contribuir para a construção dum mundo diferente do que gostaríamos.
M.I. - “Vida Seca” é a música mais brasileira do álbum e conta com um convidado de peso: Lenine. Para quem não conhece, é um cantor, compositor, arranjador, multi-instrumentista, letrista, ator, escritor, produtor musical, engenheiro químico e ecologista brasileiro. Podem falar desta colaboração e como surgiu?
FA: Essa música, quando nasceu e começamos a fazer as primeiras melodias, já estava claro que teria essa direção, muito inspirada nas melodias brasileiras, do jeito brasileiro de cantar! O Lenine é um artista que todos nós admiramos já há muitos anos e sempre tivemos vontade de convidá-lo para cantar uma música connosco! E quando fizemos esta música, ficou muito claro que era a oportunidade perfeita para isso acontecer! Entramos em contacto com ele e para nossa surpresa, a resposta dele foi não somente “Sim”, mas também disse: “Finalmente!”. Porque é que levou tantos anos para nós fazermos alguma coisa juntos. Ele demonstrou ser também um grande admirador da banda e foi uma colaboração muito alegre, porque o Lenine trouxe muita autenticidade, muita verdade para aquilo que a letra da música diz, porque é uma letra que fala muito da realidade brasileira como um país do terceiro mundo e das dificuldades que as pessoas e situações mais socialmente vulneráveis enfrentam. E o Lenine sendo um cantor do nordeste do Brasil, onde isso está muito presente, trouxe essa realidade e autenticidade para essa parte. Foi um “casamento” perfeito e eu tenho muito orgulho nessa colaboração!
M.I. - O coro de abertura, foi inspirado por compositores renascentistas e gravado pelos jovens cantores Turí e Tefo Mion, filho do apresentador Marcos Mion. Temos também o coro feminino, onde se podem ouvir nomes como Fernanda Lira (Crypta), May Puertas (Torture Squad), Karina Menasce (Allen Key), Angel Sberse (ex-Malvada), Nando Fernandes (Sinistra), BJ (Spektra, Soto), Caio MacBeserra (Project46) e do próprio guitarrista Rafael Bittencourt. Que compositores renascentistas foram as inspirações?
RB: O Palestrina é um grande compositor. O próprio Bach, que é do Barroco, mas que também tem a questão da polifonia. O que eu procurei, não apenas os compositores renascentistas, que no final da música, começa com uma coisa meio “Wagneriana”. Mas procurei uma sonoridade meio de banda sonora de filmes, que é uma mistura de referências e não só de querer realmente ficar numa época. Eu acho que o principal é a polifonia: é o contraponto de duas vozes. É a principal referência que eu usei, que é o que o Palestrina fez muito bem e que o Bach aprimorou melhor ainda!
M.I. - Qual foi a música mais desafiante e que instrumentos usaram desta vez? Algo tipicamente brasileiro?
FA: Uma das músicas mais desafiantes de fazer, foi a música “Faithless Sanctuary”, porque é uma música muito cheia de ideias boas para a qual nós demoramos a encontrar a forma de a construir. Apesar de ser uma música progressiva, no sentido da estrutura e que não é muito usual, é uma música que tem melodias e partes interessantes que queríamos guardar todas. E no final, depois de pensarmos tanto, nós encontramos um caminho que é muito interessante e é também uma música bastante brasileira, que remete às origens da história da música brasileira nos Angra e remete muito às origens da banda no Brasil e essa mistura da coisa pesada do Metal com ritmos brasileiros. Em relação aos instrumentos, nós usamos percussão de vários tipos, vários instrumentos de percussão e muitas vezes a misturar diferentes ritmos na mesma música, para explorar toda a riqueza da percussão brasileira. Seria necessário fazer mil discos para poder usar todos os ritmos do Brasil, mas nós procuramos, às vezes, de maneira mais óbvio ou de maneira mais discreta, que a influência brasileira esteja em muitos momentos do disco.
RB: Para nós na banda, muitas das nossas referências como músicos, das nossas inspirações também como artistas, vêm de artistas brasileiros. É muito difícil para nós escrevermos um álbum que fosse essencialmente Heavy Metal, que fosse Heavy Metal sem a inclusão de outras referências. Acho que isso é o mais importante: ter uma questão de honestidade, de verdade ao revelar para as pessoas um pouco da sonoridade do mundo que nós vivemos, daqui do país e tal! Eu acho que com isso nós chegamos também um pouco mais perto da intimidade do fã, ao mostrar a nossa intimidade, quebramos também as nossas defesas. Alguns fãs são mais defensivos, reagem, mas na maioria, quando nós abrimos as nossas defesas, quando nos revelamos, eles também se revelam para nós e ficam leais para a vida inteira.
M.I. - O Brasil tem excelentes bandas de Metal de todos os géneros. O que acha que se deve fazer para que as bandas sejam conhecidas lá fora, apesar da economia não ajudar e também geograficamente falando? Que conselhos dás às bandas? Pode-se dizer que os Angra são os pioneiros e principais impulsionadores?
RB: Os principais pioneiros, não! O Heavy Metal no Brasil, quando eu era adolescente, já existia duma forma excipiente, mas tem uma paixão! Nós vemos nos concertos de bandas internacionais, quando vêm ao Brasil, que o público tem um amor, uma entrega, uma paixão por Heavy Metal muito grande! E isso sempre existiu quando bandas que começaram o Heavy Metal no Brasil (Dorsal Atlântica, os próprios Viper, os Korzus e muitas outras), algumas existem até hoje (os Sarcófago, outras bandas de Minas Gerais), os Overdose. São muitas, muitas bandas que já existiam e são as percussoras do Heavy Metal no Brasil! Mas eu fico feliz de ser hoje um dos maiores representantes do Heavy Metal brasileiro no Mundo! Isso com certeza!
FA: Autenticidade e mostrar de onde vens! É muito fácil ser influenciado por bandas europeias e americanas e reproduzir esse som, e fazer isso muito bem! Há bandas excelentes que fazem isso, mas eu acho que o grande destaque duma banda brasileira, é trazer realmente o elemento brasileiro na sua música, porque nós brasileiros, temos um jeito diferente de fazer música. E abraçar as nossas origens, as nossas influências, é uma maneira de destaque. Porque é assim: são milhares e milhares de bandas dos Estados Unidos e da Europa a disputar espaço ilimitado e porque é que uma banda do Brasil deveria destacar-se num mar de bandas parecidas e num mercado tão concorrido? Acho que o elemento de autenticidade, não só do Brasil, mas de bandas de qualquer país, é usar os elementos nativos do seu país na música, trazer essa originalidade é algo que uma banda europeia não vai poder repetir da mesma forma! E isso torna o som único e mais atraente!
RB: Exato! Eu acho que o principal é lembrarmo-nos que o Brasil e Portugal, muitas vezes, têm uma baixa autoestima perante o mundo, diminuem-se diante de outras culturas. É uma coisa talvez de tradição. A nossa cultura de dar espaço, de oportunidades. Somos cristãos demais às vezes! Mas para se criar uma banda de Heavy Metal, é muito importante teres orgulho de quem tu és, de onde vens e não quereres fazer com que a tua música pareça que veio de outro lugar. Não é fixe usares a tua música para fazer parecer que tens um background diferente do teu. O mais importante, é pegares no teu background e entenderes qual é a tua sonoridade, as referências que estão ao teu redor e não as descartar por mais que elas pareçam distantes do Heavy Metal e tentar convertê-las nesse universo musical dentro das características do Heavy Metal: a intensidade, muitas vezes velocidade e tal. Mas todos os elementos musicais: ritmo, harmonia ou melodia, tu consegues colocar essa intensidade, velocidade nas características do Heavy Metal.
M.I. - Possuem uma forte ligação com Portugal: Lisboa e Porto. Como surgiu esse vínculo e amizade e do que gostam mais dessas cidades?
FA: Eu acho que o idioma nos aproxima muito, porque sendo uma banda brasileira, comunicamos muito em português: com os nossos fãs no Brasil e Portugal por extensão. E Portugal é um país que sempre nos recebe muito bem. São pessoas que nos entendem melhor do que muitas outras culturas, entendem o nosso jeito brasileiro. Tocar em Portugal é sempre incrível, porque o público europeu, como um todo, não é um público extremamente quente no geral, mas, em Portugal, nós sentimo-nos como se fosse uma extensão do nosso próprio país, na Europa. Então, isso faz com que nos sintamos em casa e, claro, aproveitar a culinária, as belezas de Portugal enquanto estamos aí, também é sempre uma oportunidade incrível!
RB: Sim! Uma coisa que aconteceu comigo desde a primeira vez que estive em Portugal, foi perceber as nossas raízes, as nossas referências. Por exemplo, a arquitetura aqui do Brasil vem realmente de Portugal! Eu, por exemplo, frequentei uma casa de praia que foi construída por uma família portuguesa e o meu avô comprou essa casa, uma casa muito antiga! Há uma relação de familiaridade com Portugal, com o público português, porque nós percebemos as nossas origens, eu percebo muita da minha família, as referências da arquitetura e tal. E claro que nós sabemos: “Ah, o azulejo português!”, mas quando visitamos Portugal e realmente vemos, o povo que realmente é muito carinhoso, muito anfitrião, bom de mesa, bom de beber vinho, nós percebemos essa familiaridade e sintonia. É por isso que existe esse carinho muito grande com Portugal também! Existe uma ligação genética!
M.I. - Décimo álbum de carreira e terceiro com esta formação. O que poderemos esperar no futuro próximo?
RB: Pretendemos andar em tournée deste álbum. Nós gravamos um álbum acústico que deve sair no próximo ano. Aí provavelmente deverá haver uma tournée desse álbum acústico. Esses dois álbuns que nós gravamos “Cycles Of Pain” e o futuro álbum acústico, vão dar ainda frutos para tournées e outras coisas para os próximos três ou quatro anos! É até aí que eu consigo ver! Eu não gosto de fazer planos tão grandiosos. Nunca sabemos se estaremos vivos. Eu consigo imaginar os próximos quatro anos com o saldo destas tournées e destes trabalhos. Com o saldo disso, é que vamos fazer os próximos planos!
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Entrevista por Raquel Miranda