É duro, mas alguém tem de o fazer e ainda por cima, se fores líder de uma banda, tem mesmo de ser. Falamos da composição de letras e do quão difícil pode ser esse processo. Pelo menos, é difícil para Max Cavalera que, durante uma entrevista no canal Project Backstage, explicou que pode até ser mesmo "uma tortura":
"Bem, vou começar por dizer que odeio a composição de letras. Nunca gostei. É como fazer os trabalhos de casa. Eu gosto de 'riffs'. Sou guitarrista. Quando estou com a minha guitarra, posso tocar e improvisar durante horas e é ótimo, mas compor letras é um pouco como uma tortura, contudo podemos retirar coisas boas e eu tornei-me, ao longo dos anos, um pouco mais político e mais consciente do mundo e por isso comecei a gravar discos mais políticos, talvez como o 'Chaos A.D.', 'Roots', coisas dos Soulfly, onde falo sobre escravidão, superstições, profecias e coisas assim. Sim, eu não gosto de fazer isso. Faço-o de uma forma torturante, mas gosto do resultado, porque quando ouves o público a cantar, confirmas que conseguiste transmitir a mensagem, todavia não é o que eu mais gosto de fazer. O que eu mais gosto de fazer são os 'riffs'.
"Se prestares atenção às letras… Muitos querem apenas 'rockar' e está tudo bem, mas eu cresci a ouvir muita música punk e a maioria da música punk tinha muito a dizer; elas têm um cunho bastante político. E acho que foi por causa disso que o meu material acabou por se tornar assim. Já para não falar que também é simples. Eu não tento ser algo que não sou... Eu componho de uma forma bastante simples: é muito direto para que todos possam compreender. Não contém muitas metáforas e coisas assim; vai direto ao assunto. Mas espero que as pessoas compreendam a mensagem e se sintam inspiradas por ela."
Por: Bruno Porta Nova - 28 dezembro 23
