Este primeiro tema tem várias secções, afastando-se da típica estrutura de um tema stoner/doom, ainda que a sonoridade esteja aí fundada. O facto de não saber o que espera a cada mudança de secção e de dinâmica é o que torna “Crookhead” um tema tão interessante e refrescante (os efeitos sonoros cortesia dos diversos membros da banda são dos pontos altos do disco). Outro dos grupos a que este lançamento parece remeter são os incríveis Shrinebuilder (super-grupo que contava com membros dos Sleep, Neurosis e Melvins); especialmente no que toca à dimensão épica deste primeiro tema.
Segue-se “Supernova”, mais psicadélico, e onde a voz sobressai mais e o ritmo é mais acelerado. Aqui destacam-se mais uma vez os sintetizadores e efeitos utilizados para criar a atmosfera que envolve as guitarras de Poia e a voz.
A encerrar o disco, “Vibrhate” é mais agressivo com a voz mais ríspida e com uma dinâmica mais agressiva. O recurso a efeitos sonoros de novo assume o papel principal de forma bastante eficaz, antes de dar lugar ao trio guitarra, baixo e bateria, todos equilibrados na mistura.
Ainda que se tratando de um lançamento curto, Crookhead transmite uma experiência que se agarra ao ouvinte e acaba por pedir repetidas audições; o tema-título é a peça central, e o melhor do lançamento. Trata-se do segundo disco da banda gravado com o baterista Levre, onde o grupo soa bastante coeso; e, sendo um prelúdio para o décimo álbum que a banda tenciona lançar em 2024, “Crookhead” desperta a curiosidade para o que o futuro dos Ufomammut nos trará.
Nota: 8/10
Review por Raúl Avelar