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Triumph of Death - "Resurrection of the Flesh" Review


Uma quantidade imensurável de músicos passa uma vida inteira a trabalhar e não consegue deixar a sua marca no mundo artístico, pelo menos por boas razões. Outros músicos como Thomas Gabriel Fischer também conhecido por Tom Warrior e por Satanic Slaughter (tentem pensar num nome melhor para um frontman de uma banda de metal!), pode-se dar ao luxo de dizer que foi integrante e pedra basilar, não de uma, mas de duas bandas icónicas, os Hellhammer e os Celtic Frost. Isto para além de ter também criado o fabuloso projeto Tryptikon e de ser o codiretor do Museu de H.R. Giger.   

Em entrevistas Tom admite que não faria sentido chamar a este projeto Hellhammer (há tantas bandas/músicos que poderiam ter esta hombridade!) e por isso optou por dar o nome da terceira demo da banda ao projeto. Embora tanto Celtic Frost como Tryptikon tenham interpretado esporadicamente algumas músicas de Hellhammer, esta é a primeira vez que a grande maioria destes temas é tocado, num ambiente ao vivo, sendo que as gravações foram captadas em 3 locais diferentes na Primavera de 2023, e a cereja em cima do bolo é que uma das fontes foi o nosso SWR Barroselas Metal Fest.

A sonoridade dos Hellhammer é como que uma forma embrionária daquilo que viria a ser feito pelos Celtic Frost, e digo isto com a melhor das intenções e a maior reverência. Uma amálgama equilibrada de death, thrash e proto-black metal, com o espírito dos Motorhead a pairar sobre as músicas.   

O intuito deste trabalho é trazer temas que serão desconhecidos para o público em geral, para o século XXI, com uma execução e produção extremamente profissionais, como já seria espectável. Provam também que entre 1982 e 1984 já estes senhores praticavam uma sonoridade muito parecida com aquilo que por exemplo os Darkthone nos apresentam nos seus discos mais recentes.

Muitos músicos andam simplesmente a arrastar-se pelos palcos, lançando trabalhos cada vez mais desinspirados, desinteressantes e enfadonhos, para justificar a próxima tournée, em que só tocam os êxitos. Outros utilizam a inteligência artificial, para criar canções a partir de demos vocais gravadas numa casa de banho, só para fazerem mais um milhão ou dois, como se já não tivessem dinheiro suficiente. 

Felizmente ainda temos exemplos como este, em que os músicos trabalham com seriedade e respeito pelo seu próprio trabalho, pelos fãs e têm a integridade e inteligência moral suficiente para apresentarem discos honestos e bem-feitos. É óbvio que um músico edita temas / álbuns para fazerem dinheiro, é disso que vivem, mas quando as coisas são feitas com paixão e dedicação, isso é percetível para o público, que segue um determinado artista / banda e torna a experiência muito mais genuína.

Nota: 8/10

Review por Nuno Babo