A banda de K.K. Downing, apresenta-se mais uma vez, como uma entidade que utiliza a fórmula de Speed Metal de Judas Priest (na qual K.K. era guitarrista), mas de maneira mais pesada. É um Speed destruidor, que mostra que a idade é só um número e que acima de tudo, mesmo tendo sido criado por lendas vivas do gênero, o Speed Metal está vivo e mais firme que o aço!
O sucessor de “Sermons Of The Sinner” tem início com “Sons Of The Sentinel” e… Meu Deus! Tim “Ripper” Owens grita-nos aos ouvidos aquele que será a primeira nota vocal deste “épico” trabalho. Com uma bomba destas a abrir um álbum, espera-se que a fasquia esteja elevada.
“Strike Of The Viper”, tem uma onda mais negra, dentro daqui que já é a base do Speed a que estamos habituados. O refrão indica-nos um caminho muito caminhado por Accept em certos aspetos e com algumas gotas de King Diamond em certos momentos.
“Reap The Whirlwind” guarda o mesmo espírito de um Speed mais dark e pesado, mas troca um pouco a velocidade estonteante das faixas anteriores para dar lugar a algo mais melódico em certas ocasiões.
A faixa 4, “One More Shot At Glory”, que tem um videoclipe fortíssimo acompanhando-a, acolhe o meu solo favorito deste full-length, tendo assim um lugar especial na minha apreciação deste lançamento dos KK´s Priest.
Todo o álbum mantém a fórmula já conhecida por K.K. Downing de forma consistente e bem aplicada, não havendo na verdade muitas tracks que se destaquem umas das outras de maneira assim tão diferenciada. Contudo, não deixo de apontar a atenção para a title track, que mais uma vez me encaminha para um mundo onde consigo encontrar a sonoridade mais atual de Accept, pelo menos nos seus riffs inicias, até chegarmos á fase dos clean vocals que precedem um solo “majestoso”.
Qualquer apreciador de Speed/Classic Heavy Metal já está habituado a este tipo de “refogado musical de Speed Metal” que bandas como Judas Priest, Accept e agora os KK's Priest. Quem procura algo de novo, não o vai encontrar aqui. Talvez seja mais do mesmo, mas a realidade é que com a idade que todos os membros da banda têm, ainda termos o privilégio de ouvirmos um disco com a qualidade de “The Sinner Rides Again”, é de se aproveitar. Eu, que nasci numa época em que os grandes clássicos já são de facto, “clássicos”, por terem sido lançados muito antes de sequer ter nascido, sinto-me feliz por poder ter a possibilidade de poder acompanhar bandas compostas por lendas, a lançarem álbums idênticos aos que eram lançados na era de ouro do Metal. O meu pai presenciou o grande auge dos Judas Priest, eu estou a presenciar, orgulhosamente, à manutenção do Speed Metal, por parte de velhas glórias deste mundo que é o Heavy Metal.
Nota: 8.2/10
Review por Duarte Bernardo
