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Entrevista aos Aeolian


Das brancas areias e águas cristalinas de Palma de Maiorca, a banda de Death Metal Melódico Aeolian deu-nos a oportunidade de conversar sobre a fundação desta banda espanhola, os seus dois (já produzidos) álbuns e um que será lançado em novembro de 2023, entre outros aspetos.
Com profundas e sólidas influências em Opeth, Dark Tranquillity, Dimmu Borgir, In Flames e muito mais, o som de Aeolian é rápido, destruidor e as letras são bastante poderosas, abordando temas modernos como as mudanças climáticas e o aquecimento global.
“Echoes of the Future” é o seu novo álbum, pronto para ser lançado no dia 24 de novembro. Novamente, a banda não é conhecida apenas pelo seu som e letras, como também pela arte nos seus álbuns.

M.I. - Vamos começar com o nome da banda: Aeolian. A vossa inspiração advém da antiga civilização grega de Tessália ou não está relacionada com este tema?

O nome da banda vem do deus grego do vento: Éolo (Aeolus). Escolhemos este nome por ser uma das forças mais destruidoras da natureza. Além disso, combina com as letras da banda.


M.I. - Com origens em Palma de Maiorca, acham fácil ou um desafio conseguir conquistar um grande público com o Heavy Metal em Espanha?

Penso que ser de Palma não é um grande problema em atingir um público. Acho que hoje em dia a saturação musical é pior. Por outro lado, o tipo de metal que tocamos é mais popular em outros países, por isso achamos um pouco difícil crescer musicalmente em Espanha. Vamos ver se este novo álbum ajuda um pouco nisto.


M.I. - Quais são as raízes dos Aeolian? Quais as bandas que vos influenciaram em Silent Witness (2018) e The Negationist (2020)?

As nossas principais influências musicais estão, sem dúvida, nas primeiras bandas de death melódico e black metal dos anos noventa. Eu e o Dani crescemos a ouvir esta incrível onda de novas bandas. Agora, estamos a compor a nossa música em busca daquela novidade e entretenimento que sentíamos há trinta anos. Os primeiros álbuns de Opeth, Dark Tranquillity, In Flames, Dissection, Cradle of Filth, Amorphis, Borknagar, Dimmu Borgir, Moonspell ou Tristania são exemplos disso. Além disso, somos um pouco influenciados pela primeira onda de Viking metal e, claro, por muitas outras bandas como Death, Carcass, Kreator, Iron Maiden, etc.


M.I. - A transição de “The Awakening” para “Black Storm” (Silent Witness) prevê a força da natureza e o destino da humanidade, terminando com uma sinfonia de destruição. Estas letras estão relacionadas com as mudanças climáticas ou o aquecimento global?

Sim, embora possa parecer monotemático, tentamos consciencializar sobre a necessidade de proteger o nosso planeta. A maioria das nossas músicas fala sobre isso de diferentes maneiras e de diferentes pontos de vista. Desta vez “Black Storm” descreve a chegada de uma tempestade que simboliza, ao mesmo tempo, as alterações climáticas e o aquecimento global.


M.I. - Uma vez mais, em torno das alterações climáticas, a arte dos álbuns de Aeolian parece estar ligada a aspetos e temas relacionados com o meio ambiente. Quem é o autor por trás destas artísticas obras-primas?

Correto. As nossas capas dos álbuns estão diretamente ligadas à natureza. Cada capa foi feita por um artista diferente. O primeiro álbum foi tirado de uma foto de Kilian Eng chamada “The Old Hunting Palace”. A obra de arte “The Negationist” foi feita por Juanjo Castellano. Ele é um artista incrível e foi um prazer trabalhar com ele. E a capa do novo álbum foi feita por Ryan T. Hancock. Desta vez o artista utilizou tinta acrílica sobre tela.


M.I. - Em “The Negationist”, as faixas “The Flood” e “Ghosts Anthem” transmitem uma mensagem poderosa ao mundo. Estará a humanidade a ignorar as preocupações ambientais ou a tomar consciência dos seus resultados?

Penso que a humanidade está a começar a tomar consciência do problema, mas muitos aspetos sociais e, especialmente, económicos das nossas vidas são um obstáculo à mudança. No final, nós, humanos, somos os mais prejudicados, por isso os governos teriam que agir no sentido de proteger a nossa casa, o planeta Terra.


M.I. - Em 2020, quando o mundo inteiro estava confinado por causa do COVID-19, em colaboração com Coraxo, foi lançada a música “Prey”. Quais foram as vossas inspirações durante a quarentena para criar esta faixa arrasadora e porquê?

Estávamos a trabalhar com a Snow Wave para o lançamento do nosso álbum de estreia, “Silent Witness”. Coraxo estava na mesma editora. Durante os tempos difíceis da pandemia, especialmente o confinamento, conversamos com Tomi da Coraxo sobre a possibilidade de uma colaboração. Tínhamos algumas músicas descartadas da composição de “The Negationist” e começamos a trabalhar em uma delas para a música. Tomi escreveu as letras. Ele foi inspirado por um casal de aves no pântano ocidental que nidificava perto da sua casa e voava frequentemente.


M.I. - Já com 2 álbuns e um próximo em novembro, podemos esperar mais daquele rápido Death metal?

Estamos a criar a música que gostaríamos de ouvir. E ao mesmo tempo esta música evolui álbum após álbum. “Echoes of the Future'' tem um pouco de tudo, como sempre, mas posso dizer que me sinto mais satisfeito com o conjunto do que com os dois álbuns anteriores. Podemos esperar mais do que ritmo rápido? Claro. Por exemplo, a última música do álbum, chamada “Chronicles of the Fall '', tem muitas partes diferentes ao longo dos seus 11:37 minutos de duração. Para mim, é como fazer uma pequena viagem musical através da música.


M.I. - O primeiro álbum foi gravado pela Snow Wave Records e os seguintes pela Black Lion Records. Ambas as editoras têm sede na Escandinávia, mas sendo de Espanha não seria mais fácil em termos de logística encontrar uma editora espanhola?

Encontrar uma editora não é uma tarefa fácil hoje em dia. E menos ainda que combine com a sua música. Estamos felizes por ainda fazer parte da família Black Lion Records. Não sei se uma editora espanhola seria mais fácil para nós. Mas não encontrámos nenhuma editora discográfica espanhola quando começámos a nossa procura.


M.I. - Muito obrigado por esta oportunidade! Gostariam de partilhar uma mensagem com os nossos leitores e os vossos fãs?

Obrigado pela entrevista e pelo apoio! Aos leitores e fãs, apenas digo que o nosso novo álbum “Echoes of the Future” será lançado no dia 24 de novembro. Já lançamos três singles, disponíveis no Youtube, Spotify e em todas as plataformas digitais. Caso tenham interesse em apoiar a banda de alguma forma, entrem em contacto connosco através de alguma das nossas redes sociais ou diretamente na nossa loja no Bandcamp. Desejamos o melhor para todos vocês.

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Entrevista por André Neves