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Angelus Apatrida - "Aftermath" Review


Quando colocamos um álbum de thrash a “rodar”, não estamos propriamente à espera da invenção da roda. Na verdade, muitas vezes é temida qualquer tipo de mudança na fórmula vencedora. São os riffs rápidos, a bateria demolidora e a voz rasgada e ultra agressiva que nos fazem ouvir o "Reign in Blood" pela milésima vez. No entanto, quando uma banda atinge uma certa maturidade musical, é possível notar uma determinada evolução na sua composição. É isso que acontece com "Aftermath" dos nuestros hermanos Angelus Apatrida.

O álbum arranca logo de forma rápida e furiosa com "Scavenger", uma malha que acredito que vá levantar muito pó nos moshpits dos festivais por essa Europa fora. O álbum continua com "Cold", uma das minhas músicas preferidas de "Aftermath". Provavelmente, poucos estariam à espera daquele refrão melódico, quase ao estilo de In Flames. No entanto, é esse refrão que tem vivido rent free na minha cabeça desde que ouvi o álbum pela primeira vez.

Com Jasta como convidado (Hatebreed), temos "Snob", que traz um pouco do hardcore para a mesa, mantendo sempre aquele fúria à tona d’água. "Fire Eyes" e "Rats" são as seguintes descargas de adrenalina, sempre a “rasgar pano”, sendo esta última bastante semelhante a "Heresy" de Pantera, tanto nos versos quanto na forma como é cantada, e não só. É normal encontrar essas semelhanças, e não há mal nenhum nisso!

A música "To Whom it May Concern" é a sexta e a mais longa do álbum, com 8:39. Ao fim de algumas audições ao álbum, tornou-se a minha preferida de todo o álbum. Tenho um fraco por músicas grandes, principalmente quando são tão bem compostas. Depois de mais um grande refrão, voltamos a carregar no acelerador, com "Gernika" e "I Am Hatred" e de que maneira!

Na reta final do álbum, já começam a faltar adjetivos para qualificar esta obra-prima, "What Kills us All" tem participação de Sho Hai, um rapper espanhol. Já "Vultures and Butterflies" conta com Todd La Torre de Queensryche. Em ambas as músicas, os Angelus Apatrida mostram como é possível mesclar estilos e ainda assim não perder pitada de energia. E assim termina este fantástico oitavo registo do quarteto de Albacete, com muito groove, power e refrões orelhudos. Certamente, uma das grandes bandas da atualidade, a merecer muitos e maiores palcos por este mundo fora.

Nota: 9/10

Review por Ricardo Oliveira