Bruce Dickinson saiu dos Iron Maiden, para fazer discos completos na esteira de temas como Bring Your Daughter to the Slaughter, com o seu cunho humorístico bastante peculiar, entretanto envereda pelo Metal Alternativo e como isso não funcionou (embora o Skunkworks seja um álbum de qualidade assinalável), acaba a gravar discos de Iron Maiden em tudo menos no nome, quando convida Adrian Smith para trabalhar com ele. Obviamente também se queria libertar do jugo criativo imposto por Steve Harris, mas no final ambas as partes invariavelmente chegaram à conclusão que Iron Maiden sem ele não é Iron Maiden e Bruce Dickinson sem a dama de ferro é apenas um piloto de aviões que grava discos esporadicamente.
Este disco soa como a união entre Depeche Mode e Nine Inch Nails, com a inconfundível voz de Chino Moreno a serpentear pelos temas. como se de um anjo maldito se tratasse. Embora Chino admita que durante a gravação deste disco estava com mais energia positiva, isso não retira um milímetro de escuridão às 15 faixas aqui presentes. Além de Robert Smith dos The Cure temos também a participação de El-P dos Run The Jewels, para apelar ao público do Gótico e também ao público do Hip Hop Experimental.
Repleto de detalhes de composição e de programação que só podem ser verdadeiramente apreciados quando se ouve o álbum com auscultadores, este é um trabalho que acaba por justificar audições repetidas para conseguir absorve-lo como um todo.
Não é um disco que vá agradar aos fãs mais acérrimos de Deftones, que anseiam ouvir as suas violentas descargas sonoras, mas para apreciadores com um gosto mais abrangente é um disco que acaba por ter qualidade, sem ser original, e por ser satisfatório, sem ser um clássico.
Nota: 7/10
Review por Nuno Babo