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Reportagem: The Skull Room Rockfest @ Hard Club Sala 2 – Porto – 21/10/2023

Os longos meses de verão já lá vão, mas o mês de outubro trouxe consigo muitas novidades quentinhas para os fãs de Metal. Uma delas, foi este fest que se realizou no passado sábado: o The Skull Room Rockfest. Tem sido um evento que tem conseguido atrair as atenções dos fãs de música pesada nas suas anteriores edições, mas em 2023 regressou com o seu cartaz mais aliciante e forte de sempre, com seis bandas de renome dentro do Metal nacional.

Às 5 horas da tarde, as portas abriram pontualmente e passada meia hora entraram em cena Tocsin e ouviram-se os primeiros acordes. Esta banda de Rock/Progressive Metal, apresentou ao público o seu álbum de estreia: “The Calm, The Chaos”, editado este ano, com influências de Pink Floyd e Dream Dream Theater. Muito bom! Ouviram-se os primeiros acordes para apresentar: “Omen”, Tina (baixo), Luís (guitarra), Max (guitarra) e Ginga (bateria) entraram em cena. E, por último, Carvalho, com os seus fortes guturais. Pode-se observar a técnica deste grupo na faixa “Cri de Coeur”. Riffs muito bem executados e melodias espantosas. De salientar os poderosos guturais do vocalista e a química entre os backing vocals de Tina. Cumprimentaram o público e disseram que era um prazer estar no local, juntamente com as restantes bandas e na cidade do Porto. Depois seguiu-se “Reknown”, com um poderoso headbanging de Carvalho. Depois de uma vénia, “The Calm and the Chaos”: explosão de sons que levou os fãs para outra dimensão. Acabaram em beleza com “Server” e “Like Crows”, que foi, sem dúvida, uma brilhante forma de acabar o concerto.

Seguiram-se Living Tales, banda de Progressive/Symphonic Metal do Porto. De fundo, ouviu-se uma música enigmática, de forma a chamar a atenção e criar suspense. Trouxeram na bagagem o álbum lançado no ano passado, “Persephone, lançado através da Ethereal Sound Works. Luís Oliveira – (guitarra) e João Carneiro (baixo), entraram em palco ao som das poderosas batidas de Ricardo Carvalho na sua bateria, ao qual apresentaram os acordes. Entrou em seguida Ana Isola, com o seu registo vocal poderoso. Poder-se-ia comparar a Floor Jansen: sempre imparável, energética e cativante. Saudou o público e apresentou as músicas. “Reckoning” é sem dúvida uma faixa que mexeu com o público e mostrou a cumplicidade entre os integrantes. Pediram palmas para a organização pelo excelente trabalho que fizeram. “Reign” foi apresentado e é um hino, uma das melhores faixas. Sem dúvida, uma aposta ganha com esta banda no cartaz.

Os Three Of Me são uma banda em ascensão dentro do estilo Grunge, tendo lançado o álbum “Black Dog” em 2021. Entraram em cenário: Ricardo Dourado - vozes/guitarra ritmo; Miguel Dourado - baixo; TJ Abreu - segunda voz/guitarra solo e  João Chaves - bateria. A primeira música: “Captivity” cativou a atenção com a voz poderosa de Ricardo e os seus riffs espetaculares. Seguiu-se “Deadlock” para abrir o concerto. Disseram "boa noite" à audiência e o quanto era uma honra estarem ali, juntamente com as restantes bandas. “Razored Lines” foi a seguinte. De salientar a quantidade de tempos nesta composição, o que a torna muito interessante. “Guarden Of Sounds” foi capaz de transportar o público para um jardim de várias sonoridades, dada a junção de várias sonoridades, tempos, riffs e etc. “Invisible” também foi uma excelente aposta para este setlist. Notou-se a grandiosidade dos bons anos 90 e da época Grunge. “Killswitch” acabou da melhor forma o concerto, de forma o público a querer mais. No fim deste concerto, às 8 da noite, fez-se uma pausa duma hora para jantar, descansar, beber uma cerveja e conversar com amigos.

Às 9 da noite em ponto, as portas abriram-se novamente, para que Godark pudessem entrar e brindar os fãs com o melhor Melodic Death Metal que se faz no nosso país. Vindos de Penafiel, possuem um EP: “Reborn from Chaos” (2015) e o álbum “Forward We March” (2020). A banda tem uma forte presença em festivais e concertos, é muito acarinhada pelos seus fãs e tem trazido cada vez mais seguidores aos seus concertos, o que se pôde constatar aqui neste festival. “Outbreak” foi a faixa que abriu o apetite para este concerto. De salientar a técnica de Diogo e do Rui. E sem falar dos guturais do Vítor. “Freedom”, tema do álbum, prima pela excelência. Não podemos esquecer o baixo da Daniel. Uma das melhores composições alguma vez escritas dentro deste género em Portugal. Vítor agradeceu ao público por estar ali e referiu que era um prazer tocar num evento com este cartaz de excelência. Palmas de merecimento foram ouvidas.  Tocaram “Miserable noise”, como que de Dark Tranquility se tratasse. É uma música que poderia ter sido escrita pela banda sueca. “Disorder’s Edge” é uma música que uniu a banda e o público através do headbanging. Mais uma vez, Vítor enalteceu o excelente trabalho que foi feito pela organização deste festival. “Repealing Silence” mostrou a categoria dos nossos Dark Tranquility e Amon Amarth. Para acabar em beleza: “Everything is Gone” e “No Future No Mercy”.

Os Godiva presentearam a audiência com Gothic/Melodic Death Metal de qualidade. “Black Mirror”, do novo álbum “Hubris”, lançado este ano, foi o tema introdutório. André Matos (guitarra), Ricardo Ribeiro (guitarra), Arcélio Sampaio (baixo), Gaspar Ribeiro (bateria) e Pedro Faria (voz) abriram o concerto da melhor forma possível: muito mistério! Seguiu-se “Faceless”. Metal gótico do melhor que se faz em Portugal e estes senhores assim o demonstraram. Pedro apresentou uma performance enigmática e Ricardo encantou com solos que ninguém esquecerá, tal como André. Esta dupla demonstrou o porquê de ser imbatível! “The Meaning Of Life” foi um ponto grande para esta setlist. A introdução de “Dawn foi responsável par que o público aderisse ao headbanging. Ouviram-se sons de guerreiros. Entre músicas, Pedro perguntou aos fãs se estavam ali, os quais responderam afirmativamente. Saíram do palco, mas regressaram para um encore: “Media God” fez lembrar Cradle Of Filth em todos os aspetos, “Goodspell” e All Seeing Eye” foram as últimas músicas escolhidas para um concerto memorável.

E, finalmente, o momento pelo qual a maioria dos presentes esperava: a chegada dos piratas Seventh Storm que finalmente chegaram a bom porto: ao porto do Hard Club, na Invicta! A banda principal e que trouxe muitos fãs, foi pontual. Pode-se ouvir uma música de fundo, a criar suspense e aos poucos, Butch, Mike, Ben e Josh assumiram os seus postos. Passados alguns segundos, entra Rez, que, com a sua voz imponente, deleitou os fãs com a maldição do pirata: “Pirate’s Curse”! Notou-se a cumplicidade entre os membros da banda e a sua interação. Rez, no final da música, cumprimentou os presentes, referiu o quanto era um prazer estar na Invicta naquela noite, já que a cidade é muito importante para ele e restantes membros. Agradeceu pelo facto de poderem tocar com tão ilustres bandas, tendo sido fortemente ovacionado! “Haunted Sea” mostrou que tem o mais belo solo tocado pela banda, bem como fortes riffs de guitarra. Josh e Ben assim o demonstraram ao vivo. A voz poderosa de Rez, conduzida pelas poderosas batidas de Mike, levou os fãs para bons portos e confiantes. Sem medo das tormentas. Qual Cabo Bojador! O momento mais marcante da noite, foi a bandeira da banda a ser apresentada dentro do local e ser movida dum lado para o outro. Forte interação com o público, onde o mesmo canta o último refrão de “Gods Of Babylon”. Agradeceram mais uma vez à organização, pois nunca seria demais, visto que fez um excelente trabalho em todos os sentidos e, principalmente, para quem lá esteve e para as bandas que tocaram antes deles. Saíram do palco, mas rapidamente regressaram para tocarem as últimas músicas. Para quem os segue há algum tempo, já sabe qual é a forma de encerrar um concerto desta banda e Rez assim o explicou: “Saudade”, faixa em português (também existe a versão em inglês), foi a música de encerramento. Esta palavra tem um grande significado na língua portuguesa e, nos dias atuais, cada vez mais! Os Seven Storm fizeram uma vénia e foram recebidos com palmas, que foram merecidas. Uma banda excelente para acabar uma noite em beleza!

Este ano, este festival primou pela qualidade do cartaz e do espaço. Não existiram falhas. Tudo correspondeu às expectativas dos fãs e pôde-se constatar que a velha guarda e os novos amantes deste género, uniram-se por um interesse: o interesse e gosto pelo Metal e apoio às bandas nacionais.

Texto por Raquel Miranda
Agradecimentos: The Skull Room