Mesmo com a quantidade de concertos que vão tendo lugar simultaneamente em diversas salas da Capital, foi com agrado que encontrámos um RCA muito bem composto para receber os Nebula. Os Miss Lava foram a banda escolhida para a primeira parte deste evento e estavam como peixe na água.
O registo sonoro assemelhava-se e estamos a falar de uma banda que já nada tem a provar ao público nacional, nomeadamente quando falamos de stoner rock. A atuação desta noite dividiu-se entre o seu mais recente álbum, Doom Machine e os anteriores trabalhos lançados ao longo de quase 15 anos de carreira. “Feel Surreal” deu então início a 50 minutos de concerto que convenceu a quem assistiu. Temas fortes, ritmados, daqueles que pedem a participação do público. A visita a esses trabalhos mais antigos do quarteto lisboeta foi feita através de “Revolt”, “Ride” e também “Don´t Tell A Soul”.
Depois disso houve ainda tempo de cantar os parabéns a um dos espetadores presente nesta noite e só depois terminar esta fantástica atuação com o tema que dá nome ao último álbum, “Doom Machine”. Ainda existia muita energia dentro do RCA pronta a ser libertada.
Os Nebula fizeram por isso pouco depois dos Miss Lava deixarem o palco. A banda californiana, que se encontra a realizar a sua tour europeia, já no dia anterior tinha atuado no nosso país, no Porto, mais concretamente no Woodstock 69. Hoje, feriado dia 5, era a vez da data lisboeta, num concerto que prometia percorrer a já longa carreira dos Nebula, visitando alguns dos maiores êxitos do trio stoner rock americano.
Eram 21h40 quando os Nebula fizeram a sua entrada em palco e os primeiros acordes de “Giant” começaram a ser ouvidos. Sempre muito comunicativo com o público, Eddie Glass mostrou estar em grande forma, deixando muitas vezes o microfone para interagir com os outros elementos da banda e já que falamos neles, porque não referir a qualidade de Michael Amster na bateria? Mas que músico extraordinário, daqueles que dá gosto ver a atuar. O novo álbum da banda, Transmission From Mothership Earth ficou praticamente esquecido nesta noite. Em vez disso, tivemos inúmeros temas de trabalhos anteriores ao interregno da banda que se deu entre 2010 e 2017, como foram os casos de “Down the Highway” e “Let it Burn”, por exemplo, ambos do EP de estreia lançado em 1997.
O tempo foi passando e após “Atomic Ritual” a banda deixou o palco. Íamos já, por esta altura, com 14 músicas tocadas, o que é mais do que estamos habituados, mas não foi preciso aguardar muito até que o trio voltasse para nos oferecer, não um, nem dois, nem três, mas sim quatro temas mais. Parecia que a ideia passava por fazer com que ninguém se esquecesse deste concerto e para isso, nada melhor do que terminar com “Warzone Speedwulf”.
Texto por António Rodrigues
Fotografias por Joana Alexandra
Agradecimentos: Amazing Events