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Reportagem: Lustro @ Teatro Passagem de Nível, Amadora – 14.10.2023



Foi sem dúvida alguma uma noite muito especial para a banda lisboeta. Os motivos para este concerto passavam por celebrar os seus sete anos de existência, mas sobretudo dar a conhecer o seu mais recente trabalho, o EP Esquecimento Global, que tinha sido colocado à venda no dia anterior. Mas os Lustro foram mais além, muito mais além.

Gostaria, contudo, de vos falar um pouco sobre o local escolhido para este evento. Se o objetivo era proporcionar um espetáculo intimista, dificilmente outra sala ofereceria um ambiente tão acolhedor quanto a do Teatro Passagem de Nível. Palco espaçoso, embora quem estivesse na primeira fila pudesse levantar-se e cumprimentar os músicos, se entendesse fazê-lo. Era esta a cumplicidade que se pretendia para este evento. Já que falamos do palco, porque não referir a sua decoração. Visitem a @skullscustomoficial e vejam as nossas fotos para ficarem com uma ideia sobre o que me refiro.
Para dar a conhecer a história da banda em retrospetiva, pareceu boa ideia fazê-lo também através de vídeos, nomeadamente os três clips que a banda gravou ao longo do tempo. Eles passaram numa tela colocada ao fundo do palco enquanto algumas pessoas ainda se iam sentando. Recordo que não havia banda de abertura e tempo era algo que não faltava aos Lustro.

Eram já 22h30 quando a banda entrou em palco sobre fortes aplausos, arrancando com um tema instrumental que “colou” muito bem ao seguinte, “O Meu Nome É Ninguém”. Era visível que os Lustro estavam a tocar para amigos. Não só aqueles que o são de coração, mas também aqueles que se identificam com o seu rock, cantado em português, passando assim a pertencer também à família Lustro. Era este o ambiente na sala. Depois de “Falas Demais”, foi convidada a subir ao palco Sofia Mendes, radialista da Sesimbra FM que por três vezes se juntou aos músicos para lhes colocar algumas questões relacionadas com a banda, os temas e também os convidados para aquela noite.
O primeiro foi o guitarrista Tó Pica. Amigo de longa data, foi de forma natural que partilhou o palco nos temas “Quase Imperfeito” e “O Que Eu Mais Dizia”, este último extraído de Esquecimento Global, tal como “Linguagem Corporal”, que também já havia sido interpretada anteriormente. Seguiram-se mais convidados. Desta vez David Jerónimo que para além de ter produzido este EP, se juntou à banda para tocar bateria no tema “Marioneta”. O ambiente na sala continuava fantástico e quem lá esteve pode assistir à interpretação de “Insónia”, algo que apenas tinha acontecido uma vez.

O último convidado para este concerto foi o João Guincho. O conhecido guitarrista dos Dapunksportif aceitou o convite para tocar ao vivo com a banda o tema “Vida”, que era aquele que ainda faltava apresentar de Esquecimento Global. Referir apenas que o original desta música conta com a participação de Paulo de Carvalho. Após “Linha Vermelha” os Lustro deixaram o palco, agradecendo e despedindo-se do público. Não demorou muito para que voltassem. Todos os presentes chamaram pela banda e Paulo Pereira, Rui Gomes, Mike Ferreira e Pedro da Costa voltaram aos seus instrumentos para tocarem “Peso Morto”. Logo de seguida, foi pedido a todos os artistas convidados para aquela noite que subissem novamente ao palco. Havia ainda uma surpresa. Esta era o tema “Cairo”, original dos Táxi, que teve direito a uma versão longa que encerrou duas horas de um espetáculo muito interessante, proporcionadas por uma banda simpática, competente e divertida.
Foi um prazer enorme poder participar nesta festa de lançamento.


Texto por António Rodrigues
Fotografia por Joao Paulo Neves
Agradecimentos: Lustro