Desta vez no Hard Club, as cores e sons foram diferentes: sons de Gothic Rock, juntamente com Darkwave, Shoegaze, EBM, Cyberpunk e Industrial tomaram conta de uma das maiores salas de espetáculos da Invicta. E pode-se dizer que foi uma noite memorável.
As portas abriram-se pontualmente às 9 da noite e as pessoas foram entrando. Passados 30 minutos, entra em palco Kris Baha, responsável por abrir a primeira parte do evento. Proveniente de Berlim, Alemanha, cidade onde estão situados os melhores festivais Góticos, EBM, Darkwave e discotecas, Kris não é um desconhecido dentro da mesma. Lançou recentemente o seu projeto, de nome “Ghosts In The Machine”, no passado dia 18 deste mês. O conceito deste projeto, é inspirado nas ondas cibernéticas da ficção científica do futuro, que se desenrola num futuro que olha para o presente, e para a forma como poderíamos ter corrigido a nossa sociedade antes da IA assumir o controlo e nos retirar a alma. Entrou em palco com um visual futurista. Jogos de luzes foram utilizadas, tal como fumo. Os sintetizadores utilizados por Kris, possuíam cores que conjugavam bem com o ambiente que se vivia naquela sala. Agarrou o microfone e, enquanto cantava, saltava. A bateria era tocada pelo artista, mas numa baqueta eletrónica e num sampling pad para o efeito. Encantou o público e, graças à sua infindável energia, conseguiu colocar um Hard Club a dançar ao som da sua música. De destacar “Mvtational”, “SENTIENTS”, “The Alignment” e “I’ve Become”. Concerto acabou às 22:15 e com palmas da plateia a querer mais. Muito mais!
A faltarem vinte minutos para as onze, o tão aguardado momento da noite: o concerto de Drab Majesty! Andrew Clinco, mais conhecido pelo alter-ego de "Deb Demure" entrou em palco a abanar um leque e, de seguida, Alex "Mona D" Nicolaou, que saudou o público com um braço aberto e apontou de seguida para a audiência, um dedo, como que a pedir silêncio, depois das palmas. Dirigiram-se para os respetivos instrumentos: “Deb” na guitarra e “Mona” no sintetizador, cobertos por fumos. Ouvem-se os primeiros riffs de guitarra e sintetizadores: “Dot in the Sky” é a primeira música do alinhamento. De destacar o refrão e os solos, principalmente o do teclista. Agradeceram de uma forma graciosa que só eles conseguem fazer. Para “Oxytocin”, teclista levantou o braço e pediu palmas. Tudo isto por gestos e nunca por palavras. Nada a que os fãs da banda não estejam habituados! Público começou a dançar ao som espetacular da guitarra, tal como palmas entusiasmantes. “Long Division” começou com guitarra e, sem dúvida que se pode presenciar a um dos solos de guitarra mais bonitos da noite. Esta música foi cantada por "Mona D" e mereceu palmas fervorosas por parte dos seus fãs. “Ellipsis”, num tom futurista e intergaláctico, foi a próxima aposta. O que se destacou aqui, foi, sem qualquer dúvida, o som do sintetizador, que se assemelhava aos saudosos anos 80, do século passado. “Vanity: enquanto o guitarrista e cantor se abanava com o leque, o teclista fazia as honras da casa e presenteava os presentes com um solo. Foi também o astro principal, ao cantá-la. O guitarrista trocou de guitarra para uma viola acústica, para tocar “Cold Souls”. Escolha perfeita para tocar juntamente com os teclados. “Kissing The Ground” foi a mais rápida em termos de instrumentação. Seguiram-se “Too Soon To Tell” e “The Skin And The Glove”, sendo que última destacou-se pela viola acústica e solo fenomenal que Andrew presenteou a audiência. Lindíssimo! Alex agradeceu e disse que o Porto foi a cidade mais bonita de toda a tournée, até à data, o que mereceu um forte aplauso. “39 By Design” foi outra faixa escolhida e a mais calma da noite. "Deb Demure" disse que não podiam continuar, pois o teclado de "Mona D" não estava a funcionar. Bluff ou não, o que é certo é que o teclado voltou a funcionar, mesmo a tempo do último encore. Para encerrar a noite em beleza, escolheram “Not Just a Name”. Ambos os artistas mantiveram maior contacto com o público, nesta última faixa.
Uma noite memorável com diferentes sons, atmosferas e cores. Sem dúvida que esta banda e o seu convidado souberam como fazer, para que esta noite não fosse esquecida dos ouvidos, olhos e mais importante, coração da audiência daquela sala.
Texto por Raquel Miranda
Fotografia por Rita Mota
Agradecimentos: Amplificasom