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Reportagem: Blink-182 e The Story So Far @ Altice Arena, Lisboa - 02.10.2023


A terça-feira foi marcada pelo o regresso (mais que ansiado) do trio original dos Blink-182: Mark Hoppus, Travis Barker e Tom DeLonge, a Portugal, quase 11 anos depois da sua última visita. A atual visita ficou marcada por algumas incertezas e adiamentos de concertos, dado os problemas de saúde de Travis Barker.

Com os Blink-182, vieram os The Story So Far, banda norte-americana de pop punk/hardcore melódico de Walnut Creek, California, formada em 2007, e constituída por Parker Cannon, Kevin Geyer, William Levy, Ryan Torf e Kelen Capener, que abriram a noite com a sua excelente disposição e foi, sem dúvida, uma escolha acertada para banda de abertura.

Fizeram a sua apresentação, tendo o vocalista saudado o pessoal com um “Olá” em português, e após uma breve troca de palavras, iniciaram então a noite com o tema “Keep This Up”, do álbum “Proper Dose”, tendo engrenado no espírito da noite, com o pessoal aos pulos e a cantar com eles, e injetaram a sua adrenalina no público.

Passaram por temas como “Things I Can´t Change” e “The Glass”, tendo feito paragens para falar com o público, e ainda deu para tocarem a sua cover do tema “No Cigar” de Millencolin, tendo encerrado o set da noite com o single lançado no passado mês de agosto, “Big Blind”, sendo que o vocalista aproveitou para deixar a sua mensagem, afirmado que ali em cima do palco estavam os maiores fãs de Blink-182, e que The Story So Far são uma prova viva de que se pode começar uma banda e alcançar a oportunidade de fazer uma tournée com os seus ídolos. O último tema da noite foi “Proper Dose” do álbum com mesmo nome.

Após o palco ter sido preparado para a entrada dos Blink-182, apagaram-se as luzes todas da Altice Arena. No ecrâ gigante colocado na parede, começou a desvendar-se lentamente o símbolo da banda, ao som do tema “Also Sprach Zarathustra, op. 30” de Strauss. Assim que as luzes se acenderam, a banda começou imediatamente a tocar “Anthem Part Two”, já no meio de muitoS gritos e cantorias por parte do público. A banda trouxe consigo um verdadeiro espetáculo sonoro e visual, para o gáudio de todos. A banda debitou em seguida os temas “The Rock Show” e “Family Reunion”. 
Depois foi tempo para uma pausa de troca de instrumentos e brincadeiras entre os membros da banda. A banda continuou a sua performance com “Violence”, onde Travis, o baterista, passou a demonstrar com um solo curto que ainda tem muito para dar. É importante realçar que muitas vezes os temas foram acompanhados por um espetáculo de pirotecnia no palco, o que incentivou o público a gritar ainda mais alto.

No tema seguinte, os Blink 182 ergueram uma ambulância de cor vermelha no ar, com a temática da capa do álbum “Enema of the State”, que ficou a “voar” por cima do palco.  Apesar de não terem tocado mais temas do trabalho atual, “One More Time”, a banda teve tempo para tocar o tema “Edging”, que certamente passará a ser um dos temas chave de qualquer setlist no futuro.

Uma pausa para falar com o pessoal e Tom DeLonge explica todo satisfeito que afinal as suas teorias sobre os “aliens” existirem eram verdade e sendo assim prosseguiram com o tema “Aliens Exist”, enquanto o écran passava imagens de naves espaciais.

Dado haver partes dos lugares que estão em zona de visibilidade reduzida, Mark decidiu ir para junto do público do lado direito do palco e, tendo dito que este tema era dedicado a esses fãs, e permaneceu ali, a cantar para o público que ali estava. Veio então a surpresa da noite, mal o tema “Down” começou a ser tocado, elevou-se no ar, talvez a 5 metros de altura, a plataforma da bateria de Travis Barker e ali permaneceu por mais dois temas. Que mestria e frieza. O músico permaneceu estoico durante todo tempo no ar.

Em seguida foi um momento para uma conversa sentida de Mark com o público, onde o músico falou da altura em que foi diagnosticado com cancro e se sentiu imerso numa completa escuridão, mas que a banda e esta tour lhe salvaram a vida por uma segunda vez e revelou que o próximo tema fala sobre encontrar a luz no escuro. Depois tocaram “Adam´s Song”, seguida de “Ghost on the Dance Floor”, música onde Travis executou um estonteante solo de bateria no final do tema, terminado o mesmo já no solo.

Mais uma vez, com o seu sentido de humor, Mark brincou ao afirmar que ainda não tinham chegado ao fim, porque a banda tinha que tocar ainda mais alguns temas, dado isso constar no contrato. Durante o tema “What’s My Age Again?, apareceu nas traseiras do palco um coelho gigantesco, arrancando um coro de alegria do pessoal, que ainda gritou mais alto quando explodiram no ar montes de papelinhos. Com o tema “First Date”, usaram a introdução dos temas "Pinhead" e "Blitzkrieg Bop" dos Ramones, e, estando já na reta final, e com todo o Altice Arena a cantar em plenos pulmões, levaram-nos numa viagem à nostalgia do nosso passado como adolescentes com o tema “All The Small Things”.

Os Blink 182 terminaram a noite ao som de “Dammit” do álbum “Dude Ranch”, tema no qual a banda colocou os nossos sentidos a mexer com a sonoridade, com o espetáculo visual, terminando com um fogo de artifício interior que se parecia com milhares de pequenas estrelas no ar.

Esta foi uma noite principalmente de nostalgia, mas também de alegria, os fãs foram alimentados sonoramente e visualmente por cenas boas e a noite passou num ápice. Certamente este espetáculo ficará retido na memória de muitos dos presentes, que seguramente esperam que Blink 182 regressem num futuro próximo e não demorem 11 anos a voltar.


Texto por Sabena Costa
Fotografias por Graziela Costa
Agradecimentos: Ritmos e Blues