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Reportagem: The Atomic Bitchwax e Yawning Man @ Hard Club, Porto – 08.10.2023



O mês de outubro ainda agora começou e avizinham-se bons concertos, de Norte a Sul do país e para todos os gostos. É de aproveitar! O Hard Club teve a oportunidade de receber dois nomes americanos importantes dos últimos tempos: os The Atomic Bitchwax e os Yawning Man! Todos os horários foram cumpridos ao mínimo pormenor e a sala esteve bem composta para um concerto de domingo à noite.

As portas abriram às 20:30 e passados alguns minutos subiu ao palco a primeira banda: Yawning Man, vinda diretamente do deserto da Califórnia, Estados Unidos da América. Esta banda tem um enorme prestígio dentro da comunidade pesada underground e foi fundamental para os subgéneros do Desert/Stoner Rock. De destacar que esta banda existe desde o ano 1986. O som é interessante, pois misturam stoner, elementos psicadélicos e uma fusão aliciante de elementos cinematográficos, que nos transportam para um filme. A primeira música “Blood Sand”, música do novo álbum, “Long Walk of The Navajo”, lançado este ano, foi o tema de abertura. Esta música conseguiu transportar o ouvinte para outro local de tão fascinante, trance por assim dizer. Das músicas mais bonitas já escritas por eles e na qual a guitarra tem voz (parece que canta) é a que se segue: “Respiratory Pause”. Foi das faixas dignas de destaque. Foram 15 minutos muito bem passados. Disseram boa noite e o baixista apresentou a próxima: “It’s A Bad Time To Be Alive”. De salientar o mid-tempo e o solo da guitarra de Gary Arce. De notar também as batidas ferozes de Greg Saenz e o baixo de Billy Cordell. Com 6 álbuns de estúdio, 2 EPs, 2 álbuns ao vivo, 2 compilações e 1 DVD, é uma banda que vale a pena descobrir. O concerto acabou quando a audiência desejava mais. Cativaram-nos com a sua energia e música que conseguiu transportar-nos para outra dimensão.

Depois de um curto intervalo, seguiram-se os The Atomic Bitchwax. São veteranos e não necessitam de apresentação dentro do Stoner Rock americano. São conhecidos pelos seus riffs de Rock e Proto Metal dos anos 60 e 70. Muito simpáticos e dinâmicos, interagiram com o público que colaborou com eles. Chris Kosnik, baixista fez as honras da casa e perguntou aos fãs como estão e estes responderam de forma efusiva. O concerto começou com uma cover de The Edgar Winter Group, “Frankenstein”, para abrir o apetite. Várias pessoas aderiram à música e começaram a dançar e fazer headbanging ao som da mesma. Agradeceram a toda agente por estarem ali num domingo, sabendo que amanhã é dia de trabalho. O público aplaudiu-os. Seguiu-se uma música pesada, a pedido da assistência. Aí o palco foi abaixo! “Forty-Five” foi a responsável por essa pergunta feita por Chris. De salientar o solo de Garrett Sweeny. Os fãs, em deslumbramento, aderiram ao solo de bateria de Bob Pantella, em “Come On”. O guitarrista enalteceu a audiência ao dizer que são a melhor plateia da tournée até agora, o que deixa os portuenses cheios de orgulho. O baixista apresentou a seguinte malha, que foi editada num álbum de há uns anos: “Houndstooth”. No meio da música, o guitarrista pediu aos apoiantes para dizerem “yeah” e estes aderiram. Perguntaram se querem ouvir uma música lenta, rápida, muito rápida ou super-rápida. Eis que surgiu “Giant” que tem um instrumental super-rápido. “Birth to the Earth” é do álbum homónimo, que data de 1999. E porquê? Chris Kosnik afirmou que muitos dos que ali se encontravam, ainda não eram nascidos quando a faixa e o álbum foram lançados, e que é a música mais difícil de tocar. Muitas mãos foram levantadas, como que a responder que já eram nascidos nesse mesmo ano. Esta música tem várias mudanças de tempo, o que deixa qualquer ouvinte boquiaberto. Seguiu-se a música dedicada para as senhoras na sala: “Kiss the Sun”. Depois tocaram o tema “Ninja”, que foi lançado na altura do Covid e, segundo o baixista, num tom de brincadeira, não foi uma boa altura. Podem encontrar essa música no álbum “Scorpio”. Tocaram mais dois temas e abandonaram o palco. Pouco depois, os The Atomic Bitchwax regressaram para mais duas últimas músicas, pois, segundo o vocalista, adoram os fãs portugueses. “Force Field” e “Shit Kicker” não podiam acabar de maneira melhor este concerto.

Este foi um concerto memorável, onde a nova e a velha geração se difundiram para um concerto que se pode descrever numa só palavra: fenomenal! A interação da banda com a plateia foi do melhor. É impossível descrever qual ou quais os pontos altos num concerto deste gabarito, pois estamos perante senhores que já fazem isto há muitos anos. Esperemos que as próximas visitas aconteçam em breve!


Texto por Raquel Miranda
Fotografia por João Pinheiro

Agradecimentos: Garboyl Lives