São uma das inúmeras bandas que sofreram por causa de uma desvantajosa colocação geográfica, como por exemplo os canadianos Exciter que editaram o ser disco de estreia sensivelmente um mês e meio antes de sair Kill ‘em All dos Metallica. Agora comparem quem conhece Metallica com quem conhece os Exciter. Pergunto, quem reconhece os Exciter como uma das bandas pioneiras do Thrash Metal?
Com o advento das tecnologias, as fronteiras físicas já não são um elemento impeditivo para a disseminação musical. Um disco pode ser gravado utilizando o computador lá de casa, num vão de escada da parte da manhã, masterizado na parte da tarde, e editado ao anoitecer. Se usarem o Pro Tools, o processo pode ser reduzido para metade. Se aliarmos a isso o uso de Backing Tracks e de Auto Tune nos concertos, temos o sucesso garantido.
A banda formada pelos irmãos e membros fundadores Ragne (Voz, Guitarra) e Styrbjorn Wahlquist (Voz e Bateria), apoiados por Torbjorn Ragnesjo (Baixo) e Niclas Sunjnerberg (Guitarra e Coros) apresentados aqui o seu primeiro trabalho em 40 anos, mas é quase imperceptível a sua ausência, no que toca às sonoridade do disco.
Os temas continuam a ser intensos, cadenciados, épicos e pontificados por excelentes melodias e solos de guitarra. Para acentuar o sentido magistral dos temas, alguns têm apontamentos clássicos, que contribuem para dar mais ênfase aos arranjos e tornar a música ainda mais monumental.
Em termos de letras, estes senhores usam maioritariamente temas relacionados com a herança Viking, ou seja, ainda os membros de Bathory brincavam com Legos e o Joey DeMaio aprendia a trabalhar com pirotecnia para os espetáculos dos Black Sabbath, já estes senhores cantavam sobre os feitos epopeicos daquele povo mítico.
Além de influenciar o panorama musical com a sua própria banda, Ragne Wahlquist também teve um papel fulcral no desenvolvimento do Doom Metal do início dos anos 80, pois participou na produção dos dois primeiros trabalhos de Candlemass (Epicus Doomicus Metallicus e Nightfall) e também produziu a segunda demo de Yngwie Malmsteen intitulada Birth of the Sun.
Em suma temos aqui um trabalho personalizado e nunca derivativo ou condescendente, feito por uma banda que embora tenha estado ausente dos lançamentos discográficos durante um extenso período de tempo, não seja uma das bandas que seja mencionada como tendo tido um papel fulcral na evolução do Heavy Metal, podemos concluir que se não fossem estes senhores a música pesada atual podia ser muito diferente daquilo que é, caso eles não existissem e persistissem.
Nota: 8/10
Review por Nuno Babo
