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Fen – "Monuments of Absence" Review


Nome grande do black metal atmosférico europeu, os britânicos Fen contam já com um número considerável de seguidores e uma respeitável discografia, enriquecida agora com o lançamento do seu novo opus Monuments to Absence, um álbum que traz algumas novidades ao seu legado.

Desde logo um novo baterista, de seu nome JG, que vem substituir Havenless. Quanto a isso pouco há a apontar, uma vez que novo pupilo é igualmente um músico bastante competente. No entanto, é a nível composicional que as mudanças são mais acutilantes.

Em tempos pródigos para a multiplicação de coletivos de black metal atmosférico, em que a originalidade e inovação tendem a diluir-se cada vez mais na quantidade absurda de lançamentos do género, é natural que os Fen quisessem tentar trazer algo de novo para a mesa, sem, no entanto, comprometerem a sua bem vincada personalidade, que dão bons frutos lhes deu no passado.  

E assim é, Monuments to Absence apresenta uma surpreendente componente Thrash muito forte, às vezes a roçar o próprio Death Metal, tornando a musicalidade dos Fen bem mais dinâmica e interessante. Naturalmente que perde um pouco em atmosfera, especialmente se compararmos com os antecessores Winter ou Carrion Skies, mas nem por isso este novo trabalho é desprovido de momentos etéreos ou ambientais, que no fundo são aquilo que se quer ouvir num álbum de Fen. Afinal o carácter da banda não sai assim tão manchado, apenas um pouco mais reforçado, como se pode constatar nos exímios temas Scouring Ignorance ou Thuth is Futility, que misturam na perfeição todas as novas dinâmicas do coletivo, não fossem eles os primeiros singles de apresentação de Monuments to Absence.

Mas nem tudo são rosas e se é verdade que todas as faixas aqui contidas têm sempre algumas ideias interessantes, nem todas justificam a sua duração. Afinal de contas, falamos num total de uma hora e sete minutos de música bastante complexa, que nem sempre é fácil de digerir. Um problema que tem vindo a ser apontado aos Fen e que, lamentavelmente, se continua a verificar. Entre interlúdios que se estendem interminavelmente e algumas repetições excessivas nem sempre interessantes, Monuments to Absence exige bastante do ouvinte. Se toda essa atenção é no final recompensada isso já será discutível, mas que o disco melhora a cada audição isso parece inegável.

Nota: 7.5/10

Review por António Salazar Antunes