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Entrevista aos The Voynich Code


Os Voynich Code são cada vez mais um nome incontornável do Death Metal português. Formados no final de 2013, já contam com dois EP's, Ignotium e Post Mortem, e um LP, Aqua Vitae. Já contam com um historial de concertos na Europa e na Ásia e a qualidade do seu trabalho tem-lhes valido elogios, tanto a nível nacional como a nível internacional. Têm um novo single, Slaves to a Machine, que irá integrar o seu novo álbum “Insomnia”, que promete ser mais rápido, sempre com o cunho progressivo a que nos habituaram.

M.I. - Em 2017 Axl Rosenberg escreveu para a MetalSucks sobre bandas que rivalizavam com Thy Art is Murder e que podiam, mesmo, fazer tour com eles. Na altura, referiu-se ao vosso estilo como “techy deathcore that will knock you flat on your ass.”. Na vossa opinião, ainda se mantém atual esta descrição ou muita coisa mudou desde então?

Desde 2017, amadurecemos como banda e exploramos diferentes sonoridades. No entanto, a descrição de Rosenberg ainda ressoa connosco de certa forma. Continuamos a produzir música poderosa e técnica, mas agora com nuances adicionais que refletem a nossa evolução.


M.I. - Slaves to a Machine já está disponível e vai integrar o vosso novo álbum Insomnia. Esta faixa fala-nos de uma escravatura que tanto pode ser ideológica, como tecnológica ou mesmo emocional. Guiando-nos um pouco pela mensagem do álbum, são estes os temas que vos tiram o sono à noite?

Definitivamente, "Slaves to a Machine" é um reflexo das nossas inquietações sobre o mundo atual. Vivemos numa era de rápida evolução tecnológica e ideológica, e isso traz consigo tanto oportunidades como armadilhas. As noites insones muitas vezes vêm de refletir sobre onde estamos e para onde estamos a ir como sociedade.


M.I. - O Daniel (bateria) entrou pouco depois do lançamento de Post Mortem e participou em 3 singles desde então, Darkest day of Man(cover de Whitechapel), Unholy Catastrophe e The Last Grain. Como tem sido para vocês esta nova dinâmica e que impacto terá no resultado final de Insomnia?

A entrada do Daniel trouxe uma nova energia e dinâmica à banda. A sua abordagem única à bateria abriu portas a novas composições e com ele temos liberdade para escrever basicamente qualquer tipo de música. Começamos a ir por um caminho mais “techy”… mais extreme… e isso vai de encontro ao perfil do Torgal enquanto músico. As músicas que escrevemos para o álbum "Insomnia" é um testemunho desse novo caminho.


M.I. - Após o trabalho com a Primordial Records, desta vez trabalharam com a americana Unique Leader Records. Como ocorreu essa transição e que influência teve no produto final deste novo trabalho?

A transição foi um passo natural para nós. A Unique Leader Records entendeu a nossa visão e ofereceu o apoio que precisávamos para elevar a nossa música ao próximo nível. É uma editora com uma componente de trabalho muito séria e grandes artistas no mesmo catálogo, por isso tem sido uma experiência incrível.


M.I. - Com esta transição, o grafismo ficou a cargo de Caelan Stokker Mans que trouxe o seu estilo mais ocultista e barroco, bem na onda do Manuscrito de Voynich e um pouco diferente das artes dos primeiros álbuns. Estão satisfeitos com o resultado final e que formatos podemos esperar para este novo LP?

Adoramos trabalhar com o Caelan. É um artista único e com uma visão e criatividade sem limites. É certo que os fãs veem sempre o resultado final mas é no processo criativo que o Caelan é extremamente dinâmico e talentoso. Nós explicamos o tema e onde queremos chegar e ele consegue sempre traduzir e transformar as nossas ideias/pensamentos em arte. 


M.I. - Reportando ainda a 2017, em entrevista à Metal Hammer, falavam do vosso sonho de fazer tour na Ásia, em especial no Japão. Pouco mais de um ano se passava e estavam no Japão a tocar a vossa música. Como foi essa experiência e que "Pokémons" conseguiram trazer?

Tocar no Japão foi uma experiência incrível e um sonho tornado realidade. A paixão dos fãs japoneses é inigualável e foi incrível saber que tínhamos tantos fãs num país tão longe do nosso. Foram shows muito diferentes do que estamos habituados e fomos muito bem recebidos. Não recebemos "pokemons" mas trouxemos umas quantas figuras Pop! oferecidas pelos fãs que guardamos até hoje connosco!


M.I. - Uma vez que já se concretizou esse sonho, quais as próximas paragens na vossa lista de objetivos e já têm concertos agendados para mostrarem este novo álbum?

Vamos agora tocar em Lisboa e Leiria para comemorar o lançamento do álbum novo, já dia 13 de Outubro e temos algumas tours planeadas ainda para este ano e para o próximo. Podemos adiantar, sem revelar muito, que vamos voltar a tocar pela Europa e pela Ásia.


M.I. - Tive a oportunidade de vos ver ao vivo no Evil Live Fest. Atrasado, como sempre, abri as portas do topo da escadaria e já estavam a tocar. Fui rapidamente catapultado para a frente do palco e tive grande experiência ao vivo. Como foi a vossa experiência no festival?

O Evil Live Fest foi incrível e um sonho tornado realidade. Muitos de nós vimos os nossos primeiros concertos no Altice Arena, ainda miúdos e passado alguns anos estávamos a tocar lá. Foi também incrível ser a primeira banda e ter uma multidão de metalheads à nossa frente, em que nos ajudaram a fazer a festa e a tornar a experiência memorável. Até a data tínhamos o Resurrection Fest em 2018 como o nosso maior concerto mas achamos que o Evil Live conseguiu roubar esse lugar! 


Entrevista por Carlos Mateus