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Edenfall - "To Gaze Longer at the Earth" Review


Oriundos do Reino Unido, os Edenfall lançam em 2023 o seu terceiro longa duração, denominado To Gaze Longer at the Earth, que se mostra um trabalho um tanto ou quanto exasperante. Não no sentido de ausência de qualidade ou falta de talento por parte dos integrantes dos Edenfall, mas sim em algumas escolhas feitas pelo coletivo, mas já lá vamos.

A sonoridade já de antemão, transporta-nos imediatamente para finais dos anos 90 / início do novo século, onde bandas como Tristania ou Theatre of Tragedy eram consideradas relevantes no panorama metálico europeu. Ou seja, metal gótico, com toques sinfónicos e dualidade bela e monstro nas vozes. Nada de novo até aqui e valha a verdade, tratando-se de um estilo tão moribundo, não vem mal ao mundo alguém tentar hastear novamente a sua bandeira, até porque há bons predicados em To Gaze Longer at the Earth.

Desde logo e ao contrário do que se poderia imaginar, o foco está essencialmente nas guitarras, que diga-se, soam bastante bem. Pujantes quando necessário e claras quando a ambiência é mais acústica. A atmosfera é genuinamente sinistra e gótica, coisa que muitos coletivos com tais aspirações, são incapazes de criar.  O facto da vocalista Clare Webster também tocar harpa, maximiza ainda mais toda a atmosfera contida nestas composições.

Porém saber criar atmosfera não será tudo e ao terceiro trabalho, já se esperaria que os Edenfall conseguissem efetuar transições mais fluídas e, lamentavelmente, menos amadoras. Na faixa Altar of Grief, por exemplo, é possível escutar como uma simples e abrupta mudança de tom, torna a música quase involuntariamente dissonante, no pior dos sentidos. A juntar a isso, os temas são na sua génese pouco dinâmicos e longos, tornando-se por vezes difícil distingui-los uns dos outros, conferindo-lhes pouca personalidade.  Exemplo primordial é a supracitada vocalista, que raramente sai do seu registo operático e a forma como entoa as melodias, a certa altura, começa a tornar-se exageradamente repetitiva. Num álbum com 66 minutos de duração, tais particularidades poderão tornar a sua escuta bastante entediante.

Enfim, tendo em conta os pratos da balança, o resultado será mediano. A banda tem qualidade, mas teima em não conseguir transpô-la totalmente para a sua música. A ter debaixo de olho, mas com moderadas expectativas. 

Nota: 6/10

Review por António Salazar Antunes