Quando esse projeto termina em 2000, no ano seguinte Michael acompanhado de Anders Kjolholm (baixo) outro ex-integrante formam os Volbeat, por sinal tendo como inspiração para o nome do grupo o último álbum de Dominus que se intitulava Vol.Beat de 1997. Este disco já não tinha uma sonoridade de Death Metal cavernosa e ensanguentada, tendo por base o Groove Metal, quase com se tratasse de um primo distante de Wolverine Blues, avolumado com a utilização de scratch em alguns temas. Este trabalho de transição serve de prenúncio para o que os Volbeat iriam fazer no futuro, uma fusão de Heavy Metal com Rock ‘n’ Roll clássico. Confesso que não sou apreciador do som desta banda, pendo mais para a sonoridade lúgubre dos Danzig, mas quem tem como convidados Barney Greenway dos Napalm Death, Mille Petrozza dos Kreator e King Diamond nos seus trabalhos, indubitavelmente tem o meu respeito e admiração.
Desengane-se portanto quem pensa que este é apenas um desvaneio de um músico, similar ao que Pat Boone fez como o trabalho No More Mr. Nice Guy ou Paul Anka com Rock Swings, este é um trabalho competente que fruiu de um desejo antigo que Poulsen tinha, de voltar a gravar um disco de Death Metal, tendo ao longo dos anos guardado riffs de guitarra, para este trabalho que aqui temos.
Não sendo um disco de tributo per si, é um trabalho que tem por base a sonoridade de outros tempos, com riffs bem musculados, quantidades insanas de distorção, pedal duplo em abundância e vocalizações agressivas e dilacerantes. Em suma tudo aquilo que um fã sedento de brutalidade sonora deseja. É como se o espírito de bandas como Entombed, Morgoth e Benediction encarnasse nestes músicos, para poderem gravar esta hora dos ímpios, embora o disco em si só tem 38 minutos e 56 segundos de duração. Mas não há desperdício de tempo aqui, a barbaridade começa no primeiro e só termina no último segundo deste trabalho. Desde a altura em que ouvi pela primeira vez o Haunted dos Six Feet Under, que nenhuma banda me fazia regressar a um tempo passado, em que o Death Metal estava nos seus tempos áureos.
Portanto estamos perante um excelente ponto de partida para pessoas que queiram imbuir-se nas sonoridades mais extremas do Metal e também é uma boa oportunidade para os saudosistas de um tempo ausente, matarem (não literalmente como é óbvio) saudades de um tempo em que o Death Metal era um dos estilos mais prolíficos do panorama metaleiro.
Nota: 8/10
Review por Nuno Babo