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U.D.O. - "Touchdown" Review


Há determinadas marcas que nos dão garantia de qualidade e das quais já sabemos o que esperar, em veículos ou informática por exemplo. Assim como já sabemos o que esperar de filmes como Velocidade Furiosa ou Missão Impossível, a previsibilidade pode ser um fator motivador ou detrator, mediante o nosso estado de espírito num determinado momento da nossa vida.

Dito isto, neste que já é o 18º trabalho de estúdio com a marca de U.D.O. sobre a chancela do pequeno grande vocalista Udo Dirkschneider, já sabemos exatamente o que esperar, neste caso não são corridas de carros em contextos cada vez mais irreais e irrisórios, felizmente, mas sim um trabalho sólido de heavy metal teutónico na esteira daquilo que já fazia nos Accept e que tem pautado a sua carreira a solo. Têm havido alguns desvios ténues, tais como um trabalho com orquestra e um disco de covers em que conseguiu, como algum sucesso imprimir o seu cunho pessoal em temas bastante conhecidos como é o caso de We Will Rock You dos Queen. Mas no geral a sua carreira sempre foi feita destes álbuns, que vão do sólido até ao excelente, mas nunca conseguiu (pelo menos até à data) suplantar o portentoso trabalho que fez com os Accept em obras-primas como Metal Heart, Balls to the Wall ou Restless and Wild.

Pelas várias entrevistas que já tive a oportunidade de ver e de ler, acho que a vontade deste senhor é de se divertir, fazer bons discos e tocar ao vivo. E este álbum é talhado para isso, tem os ritmos de bateria estoicos cortesia do seu filho Sven, dois guitarristas muito competentes, capazes de tocar solos dilacerantes e manter os ritmos fortes e bem cadenciados, mas a maior novidade é mesmo a inclusão de Peter Baltes (Ex-Accept) no baixo. Já noutra ocasião tive oportunidade de falar da excelente escola de baixistas alemã, da qual este senhor é um dos seus intérpretes mais subestimados. A sua presença pode ser quase imperceptível, exceto quando há momentos em que os guitarristas tocam riffs mais espaçados, mas qualquer ritmo ou melodia é apoiada por ele, noutras ocasiões é mesmo ele que está a tocar a melodia, como se de uma guitarra se tratasse.

Embora seja um trabalho relativamente curto com 54 minutos, divididos em 13 faixas, sou da opinião que se fossem cortadas três ou quatro faixas o disco se tornaria um pouco melhor, porque inevitavelmente nem todas as faixas nos prendem o interesse com a mesma intensidade. Desde a introdução do CD que parece que os artistas não se preocupam tanto com a qualidade, como com a quantidade. Tenho que dar Razão ao David Lee Roth, quando dizia que não era necessário fazer discos mais longos que os 30 minutos, desde que as faixas apresentadas fossem as melhores. 

Mas esta é apenas uma pequena quezília da minha parte em relação a este trabalho sólido, bem produzido e que vai satisfazer os fãs de heavy metal Teotónico no geral e de Accept em particular.

Nota: 7/10  

Review por Nuno Babo