Alföld, nome da Grande Planície Húngara, é o décimo primeiro álbum da banda, que se estreou em 1999, com Sublunary Tragedies. Se os primeiros álbuns estavam alicerçados num black metal atmosférico, sinistro e obscuro, adensado pela ininteligibilidade da língua, os álbuns mais recentes demonstravam uma viragem em direção ao avant-garde, numa fusão de post black metal com fortes influências de folk, rock progressivo e música eletrónica e experimental, criando um som único e diferenciado.
À primeira audição, percebe-se que a abordagem para este disco é mais simples e direta do que aquilo que a banda nos vinha a oferecer nos últimos lançamentos. Com quarenta e três minutos apenas, é o registo mais pequeno da banda e tem menos vinte minutos que o seu antecessor, o que demonstra bem o esforço espartano da banda em manter a composição mais linear e acessível.
É certo que o disco continua a emanar a mesma aura melancólica e misteriosa e a oferecer-nos as belas paisagens sonoras repletas de elementos folk a que a banda já nos habituou; contudo, a componente black metal voltou a ganhar preponderância. Assim, este é um álbum mais cru, com uma produção mais sóbria e canções mais alicerçadas nos riffs pesados e na voz gutural. O resultado final é algo que soa mais próximo dos primeiros registos da banda e que poderá agradar aos fiéis de primeira hora. Quem está habituado aos lançamentos mais recentes e mais aprimorados, como eu, poderá ficar desapontado. Pessoalmente, prefiro um maior equilíbrio entre peso e melodia, o que, no fim de contas, é a imagem de marca da banda e aquilo que os torna verdadeiramente singulares.
Para quem não conhece Thy Catafalque, este não é um bom disco para começar. Qualquer um dos três anteriores – Geometria, Naiv e Vadak – é melhor para entrar no espírito da banda.
Nota: 6/10
Review por Renato Conteiro